Capítulo Quinze

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Era um pouco entediante a situação na qual Richard estava, apoiado na janelinha onde geralmente são entregados os remédios.

O local era todo em tons brancos, quase como um hospital, diferenciando pela sala ali perto, a mesma tinha pinturas desregulares em suas paredes e pisos coloridos, junto de sofás confortáveis também coloridos.

Um suspiro saiu dos lábios de Kory, que estava sentada perto de Dick, mexendo nas unhas e observando o rapaz que assistia tv na sala.

— O que ele tem? — Dick olhou para a morena.

Somatização, mas pelo que falaram hoje ele não se queixou de nada ainda. — Ela puxou um pequeno fichário e leu os nomes. — Leve o remédio dele.

Dick pegou a pequena caixinha com o remédio que Kory apontou, encheu um copinho de água e saiu da salinha, caminhou até o rapaz.

— Seu remédio. — O garoto se levantou rápido e tomou a pílula sem mesmo precisar da ajuda da água.

— Preciso de codeína. — O olhos do garoto pareciam mais desesperados agora, colocou as mãos nas laterais do corpo e se deitou, com uma cara de dor.

Dick voltou até a salinha de distribuição e olhou a amiga.

— Ele pediu codeína, dor nos rins?

— Ele vai dormir daqui cinco minutos. — Kory jogou a caneta que falhava no lixeiro e pegou outra do potinho, riscou algo em uma das folhas que sempre ficavam na mesa.

O jovem voltou a se apoiar na janelinhas e olhou o corredor, uma menina se agachou perto da porta de um dos quarto, como se ela quisesse passar por lá. Dick franziu o cenho e se voltou para a morena, que dirigiu a atenção para a garota.

— Ah, Sophie Grace, síndrome de Todd.

— Oh, eu nunca tinha visto uma paciente assim. — Dick se voltou para a garotinha, que agora o olhava atentamente. — Olá.

— Tio, tem doce? — Ela pediu, falando lentamente, esticou o braço para a janelinha, mas acabou o erguendo muito mais que precisava.

— Temos algum doce? — Dick se voltou para Kory que negou com a cabeça. — Sinto muito querida, não temos doces aqui.

— Sophie eu disse para não se afastar! — Um mulher agarrou o braço da garota. — Não atrapalhe os funcionários, vamos.

A mulher arrastou a garota para fora do local, o silêncio voltou a reinar ali mas durou pouco, logo a doutora Harleen deixou um outro fichário na janelinha. Olhou para dentro da salinha.

— O médico irá liberar esses remédios amanhã, então coloque na pasta certa por favor. — Comentou, Dick passou o fichário para Kory que abriu o armário e colocou junto das receitas a serem liberadas. — Então, o que está achando?

A pergunta foi dirigida a Dick, o rapaz deu outra olhada ao redor, vendo mais uma vez as paredes brancas e sem graça ali, o silêncio que se acumulou durante anos desgastando as portas.

— Hospitais psiquiátricos não são para mim. — Respondeu por fim, se apoiando novamente na janelinha. — São tristes.

Como as aulas já estavam na reta final e todo o conteúdo fora aplicado aos alunos, os professores agora apenas passavam revisões e na maioria dos dias os estudantes ajudavam em clínicas, escolas e em hospitais psiquiátricos, para facilitar a escolha de como eles gostariam de seguir.

A turma de Richard estava agora ajudando ao hospital psiquiátrico de metropolis. Era perto da faculdade, eles dividiram a turma em dois grupos, os que ficariam na primeira parte da manhã e os da segunda parte, o último sendo o grupo de Dick.

You're the Habit that I Can't Break ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora