o dono do morro

capítulo 36

                        Cobra🐍

Ontem a noite eu perdi totalmente a minha paciência com a sol. Ela não parava mais de reclamar de dor no pé e que a julia ia ver só, que isso não ia ficar barato. Eu já estava quase mandando ela pro inferno, mas como eu estava me segurando para não arrumar briga com ela, sai de casa deixando a mesma lá sozinha com a dor dela.

Acordei morrendo de dor nas costas por ter dormido no sofá do menor.

Menor __ quer café? - perguntou com uma xícara em mãos.

Cobra __ porra, que dor nas costas. - respirei fundo pegando a xícara da mão dele. - acho que to ficando velho. - reclamei dando um gole no meu café.

Menor __ o que aconteceu para você trocar a sua cama confortável com a sua mulher para dormir no meu sofá?

Cobra __ mano, eu acho que a sol e a julia estão se juntando para me enlouquecer. - bufei frustrado, vendo o mesmo rir.

Menor __ isso que dá ser o rei delas. - brincou rindo.

Cobra __ parece que as duas brigaram ontem a noite. - passei a mão no rosto tentando entender a treta até agora. - a sol falou que a julia machucou o pé dela, julia morre negando que é mentira da sol. Meu amigo, a onde eu fui amarrar meu burro. - levantei levando a xícara na pia.

Menor __ mas você acreditou em quem?

Cobra __ eu vi que a julia estava falando a verdade, mas quando eu olhei pra ela me subiu uma raiva. Aquele nariz empinado dela, aquela pose de marrenta. - sorri me lembrando. - fiquei com tanta raiva dela que eu preferi ficar do lado da sol.

Menor __ não, você não fez isso. - negou rindo com a cabeça. - cara, você está agindo como um corno traído.

Fiz uma careta com as suas escolhas de palavras.

Cobra __ foda-se! Eu gostei de ver a cara de ódio dela, ao ver que eu preferi acreditar na sol e não nela.

Menor __ se você acha que esse é o caminho, vai na fé. - deu os ombros.

Cobra __ eu não acho que esse é o caminho, menor. - respondi sério. - eu sou muito homem porra pra saber que eu errei. Mas eu só estou agindo como ela está agindo, como se nada tivesse acontecido. - esbravejei. - ela chegou de paris e não foi nem mulher de vim falar comigo, ela ligou o foda-se e foi viajar e depois voltou com a maior naturalidade do mundo. - rosnei indignado.

Menor __ como que a guria vai falar com você se você já tem outra namorada?

Cobra __ se passaram 7 anos menor, não foi 7 meses. - falei óbvio. - A minha vida não podia parar por causa dela.

Menor __ então não queira que a mina te dê explicações da vida dela irmão, quando na verdade vocês dois estão errados.

Cobra __ já vi que não tem jeito mesmo. - olhei pra ele bolado. - todos vocês estão do lado dela.

Menor __ a questão não é lado parceiro, a questão é que vocês dois estão em uma treta dentro de vocês e nenhum quer dar o primeiro passo. Ou vocês senta e conversa para tentar se resolver ou vai cada um para o seu lado parceiro.

Não respondi mais nada, no fundo ele tinha razão.

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Depois de ter passado a missão para cada um dos meus vapor, fechei a salinha da boca e desci o morro.

Fui descendo a ladeira cumprimentando alguns moradores que passavam por mim, quando uma cabeleira loira chamou a minha atenção.

Julia estava subindo o morro com a Gabi e as duas estavam rindo de alguma coisa.

Cobra __ diaba loira dos inferno! você deve ter feito macumba pra mim lá em paris, não é possível. - resmunguei para mim mesmo, enquanto apressava os meus passos até ela.

Parei de frente com ela e a mesma me olhou com um olhar desafiador.

Cobra __ quero trocar uma idéia contigo. - tentei soar o mais intimidador possível.

Gabi __ já vi que o tempo vai fechar por aqui, vai querer guarda-chuva amiga? - perguntou sussurrando para a julia como se eu não estivesse ouvindo.

Ju __ eu acho que tudo o que a gente tinha pra falar um para o outro já foi falado cobra. Então eu não tenho mais nada para falar com você.

Cobra __ estou indo pra boca, te espero lá. - avisei sem dar a mínima para a suas palavras.

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Estava sentado na minha cadeira batucando as minhas mãos na mesa.
Já estava quase desistindo de esperar por ela quando a porta foi aberta.

Ju __ não tenho muito tempo, ainda preciso resolver algumas coisas. - ela suspirou me olhando com tédio.

Cobra __ eu sei que você não machucou a sol ontem...

Ju __ jura? Estou até emocionada que você acredita em mim, nem vou dormir a noite de tanto que eu me importo com a sua opinião. - disse sarcástica me interrompendo.

Observo ela com um olhar divertido.

Ju __ qual é a graça, palhaço? - me fuzilou com o olhar.

Cobra __ nada, só acho engraçado essa sua arrogância toda. - agora é a minha vez de suspirar. - se a gente continuar assim um atacando o outro toda vez que a gente se encontrar, acho que nem amigos vamos conseguir ser.

Ju __ falou o cara que nem consegue me olhar nos olhos por muito tempo. - cuspiu as palavras na minha cara.

Me levantei da cadeira em um gesto brusco indo até ela, a mesma deu três passos para atrás até encostar na parede.

Cobra __ estou te olhando nos olhos agora. - falei tão perto dela que eu podia sentir o seu cheiro de frutas vermelhas.

Percebi que a respiração dela ficou descompensada e que a mesma ficou nervosa e ao mesmo tempo vermelha.

Ju __ para de ser idiota, cobra! - elevou o seu tom de voz me empurrando me fazendo dar dois passos para trás. - eu não quero ser nada sua, muito menos ser sua amiga. - me olhou irritada. - e não me procura mais. - ela saiu igual um furacão batendo a porta.

Fiquei igual um idiota olhando para a porta rindo.