De regresso a empresa troco ideias com o meu chefe, ele estava tão entusiasmado quanto eu, assim que estacionamos e o seu telemóvel toca, ele lê algo...
— O Kevin espera por ti no seu gabinete. - Ele volta a guardar o aparelho no bolso e carrega no botão para chamar o elevado.
— Nem em sonhos Alonzo.
— Não piores o seu mau-humor, ele não morde.
— Mas tem o poder de me despedir. - Ainda estava com raiva por me ameaçar mais cedo.
— Ele não fará isso, só não entres numa guerra com ele, vocês adoram disputas.
— Vou tentar! - Suspiro inconformada.
— Dá um beijo meu a minha morena.
— Oh que fofinho Sra Matias! — Aperto a sua bochecha e ambos rimos.
Dou o recado a Alice e vou até ao escritório do todo-poderoso...
— Aqui estou!
— Como correu a tarde?
— Eu e Alonzo temos quase todas as informações necessárias, aguardamos apenas alguns relatórios de consumo que não tardaram a chegar, amanhã de manhã reúno a equipa para distribuir tarefas.
— Porque é que ele exigiu seres tu?
— Porque talvez tenha ouvido falar do meu talento! - Tento sorrir para desviar a atenção dele neste assunto.
— Por favor, podes fazer melhor que isso!
— É meu ex-namorado! - Ele não era, tinha vergonha de um dia o deixar tocar o meu corpo, mas eu não podia dizer a verdade a ninguém, eu era a bonequinha de todos eles.
— Era só o que me faltava! - Ele bate na mesa fazendo os papeis voarem.
— Quando se pede para alguém ser sincero, devemos esperar que a resposta não seja o que esperamos.
— Qual é Luna, como vou dizer isso ao Raphael? - Então é isso, ele pensa que dormi com o irmão.
— A sério eu não tenho de ficar a aqui a ouvir isto. - Foi demais reviver tudo e ainda ser acusada, não!
Saio da sua sala e bato com a porta, Alice olha-me, chocada. Sento-me frente ao computador e teclo com tanta força que dava para ouvir do outro lado do corredor, pedi até a rececionista do andar para não me passar chamadas. Ele está a passar das marcas e eu não consigo fazer nada para o deter, cinco da tarde quem dá graças da sua presença na minha sala? O Sr Smith, se o olhar matasse ele estava caído no chão, fecha a porta e senta-se na minha frente.
— Podes explicar-me que ideias tens para o tal Ezio? - Estava manso como um cordeiro e eu continuava com vontade de o mandar embora da minha vista.
— Posso!
Passo-lhe todos os documentos que tenho e explico as ideias que eu e Alonzo debatemos na viagem, também ele deu-me algumas dicas para ficar ainda mais revolucionário. Ficamos a conversar até tarde, descemos até a garagem juntos e sem perceber porque sou arrastada e obrigada a entrar no seu carro. Ele estava com problemas comportamentais, tenho de falar com Alonzo sobre isso. Entramos na garagem de um prédio e sou guiada até ao elevador, claro que o senhor todo-poderoso para no último andar e abre a porta para me dar passagem até a um apartamento lindo...
— Pousa as tuas coisas vamos comer!
— Eu vou mas em minha casa, que apartamento é este? - Acabo por pousar a minha bolsa e olho em volta.
— Meu!
— Pensei que vivesses com os teus pais. - Passo a mão nos livros de Marketing numa das prateleiras.
— Sim é verdade!
— Estou perdida gigante! - Ele olha para mim e eu faço uma careta.
— Eu moro lá mas tenho este apartamento a mais de dois anos.
— Porque não vives aqui? - Não seria mais apropriado viver aqui com a namorada?
— Porque não quero que ninguém saiba que o tenho, exepto Alonzo e o meu irmão!
— Uma caverna privada. - Deduzo e logo ele rosna algo baixinho.
— Anda sentar-te! - vejo-o pousar dois pratos na mesa e voltar a bancada da cozinha.
— Tu realmente meteste na cabeça que mandas em mim?
— Eu mando baixinha! - Ele enche os copos de vinho e pousa um perto de mim - Como foi o jantar com o meu irmão?
— Excelente restaurante, vinho frutado, sexo, enfim o normal! - Ele para de mastigar e fica a olhar para mim de uma forma estranha.
— Como?
— Estou a brincar, está tudo esclarecido, foi tudo o que disse sem sexo, satisfeito? - Estava a ficar farta dele passar todo o tempo a pedir-me satisfações quanto á minha vida.
— Não tenho que estar satisfeito, apenas quero que Raphael se volte a concentrar no trabalho.
Voltamos as nossas atenções ao prato de lasanha e ao vinho, os ânimos tinham acalmado e não passavam de uma disputa acionada pelo seu mau humor. Ajudo-o a arrumar a loiça na máquina, vejo que Alice já ligou uma vinte vezes, respondo antes que ela chame a policia, menti descaradamente e disse que estava com uma das filhas de Márcia, que deus me perdoe mas foi a única coisa que me ocorreu...
— Quando é que tenho ordem de soltura? - Estávamos sentados no sofá a beber o café mas vejo o relógio marcar quase dez da noite.
— Pensei que estavas bem na minha companhia!
— Amanhã é dia de trabalho Kevin.
— Uma pena! - o seu telemóvel toca mas ele rejeita a chamada.
— Estão a tua procura!
Levanto e pego na minha bolsa, sinto as suas mãos na minha cintura, virar o meu corpo e mais uma vez ali estamos nós de lábios colados, as suas mãos puxam-me cada vez mais para ele, sinto uma vontade incontrolável de abrir a sua camisa, porra que se lixe ele está agarrado a mim, não vou deixar passar desta vez, não vou atribuir a culpa a nada só para me desculpar...
— Isto está errado Kevin.
— Baixinha tu tiras-me do sério!
Ele abre os botões da minha camisa e atira-a para o sofá, eu faço o mesmo e passo as mãos no seu peito, a minha saia é demasiado justa para permitir que movimente então eu mesma abro o fecho e deixo ela deslizar até ao chão. As suas mãos agarram as minhas coxas em torno da sua cintura e sou levada até seu quarto, pousada na cama, retiro os meus saltos enquanto ele se livra das calças. É bom demais para ser verdade, o homem era um delírio mesmo. Vejo-o gatinhar sobre a cama em minha direção, senti-me como uma presa indefesa, era um jogo sensual que deixava fora de mim, ele era um viking em todos os sentidos, grande, forte, excitante e eu queria mais. Rebolamos na cama, devoramos cada pedaço de carne, damos prazer e adormecemos a altas horas da manhã.
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Apaixonada Por Um Smith
RomanceAlbuquerque, é esse o meu sobrenome! Vivi numa vida tranquila durante três anos, comecei de novo e deixei o passado em outro país. Fui sempre ciente dos meus objetivos e limites mas um dos Smith conseguiu marcar-me e destruir-me. Se voltar para trás...