24 - Amizade

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Continuo sem saber onde o Alonzo marcou o encontro, coloco a morada no GPS e tento chegar cedo como combinado, paro em frente a uma casa particular e verifico que é realmente a morada que o meu chefe enviou, saio do carro e toco na campainha, Alonzo vem abrir o portão e guia-me até ao interior da residência...

- Onde é que estamos?

- Em minha casa! - Tento voltar para trás mas ele agarra no meu braço.

- Estás doido ele vai penar que é um encontro intimo e que vivo aqui.

- Não ia dar a tua morada, assim jantas com ele e eu estarei escondido algures na casa. - Ele só pode estar a brincar.

- Não me parece boa ideia.

- Confia em mim, o jantar está feito e ele deve estar a chegar, estarei no andar de cima.

Ele mostra-me onde fica tudo na cozinha, era uma casa do tamanho certo com uma decoração suave, aposto que Alice amou o lugar. Ele retirou fotos dele e da sua família, começo a admirar a sua amizade para comigo, a campainha toda e ele sobe para que eu poça receber Ezio, o homem tinha um brilho perverso no olhar, deve estar a fazer planos para o final do jantar. Sentamo-nos a mesa e falamos sobre o seu negocio, o dinheiro que possui, o que espera conseguir alcançar

- O teu pai é um dos meus investidores. - Que novidade...

- Ótimo para vocês os dois.

- Os Smith fazem tão bons negócios como ele? - Com sexo ele quer dizer?

- Eles são homens sérios não como vocês não usam mulheres para fazer dinheiro e por falar nisso agradeço por expores toda a minha vida aos meus chefes.

- Expor? E não fiz nada disso, não tenho interesse que saibam a verdade. De que outra forma te posso chantagear para que venhas até mim? - Se não foi ele, quem mais teria interesse em revelar tudo sobre mim?

- O que queres de mim Ezio? - Saio da mesa para começar a levantar a louça, quero que veja que chegou a hora de ir embora.

- Outra noite daquelas querida! - Ele deixa a mesa e aproxima-se de mim, estava a ficar com medo.

- Aquela noite fez parte de um contrato entre tu e o meu pai, ele fez o mesmo com outros. - Saio de perto dele e volto a sala, ele insiste em seguir-me e temo o pior.

- Podíamos repetir mesmo sem envolver dinheiro.

- Não sou uma prostituta. - pego no copo e engulo o resto do vinho.

- Como queres que te chame quando dormes com todos os acionistas das empresas do teu pai? - Ele passa a mão no meu abraço e eu ando para trás.

- Como tu chamas os homens que aceitam sexo como moeda de troca, ou melhor como chamas um pai que exige que a filha durma com outros homens para poder fechar negócios milionários? - Falo com raiva e nojo, ele era tão culpado como os outros, principalmente o homem que se diz ser meu pai. - Vocês são nojentos.

- Tudo bem, eu não te vou pressionar mais, mas quero o meu pedido terminado o mais rápido possível. - Por algum motivo que desconheço a verdade faz ele afastar-se.

Ele pega o casaco e sai, eu sento no sofá sem forças para me manter em pé, levo as mãos a cara para limpar as minhas lágrimas, ele pensava o quê? Que dormia com todos eles por prazer? Sinto Alonzo sentar a meu lado, tento ao máximo limpar a cara e fico de pé, continuo a arrumar tudo.

- Para Luna! - Eu não paro preciso focar-me em algo que não o que acaba de acontecer.

- Posso deixar tudo arrumado num instante.

- Para e respira! - Ele toca no meu braço e vejo compaixão na sua expressão.

- Está tudo bem, mas não foi...

- Eu ouvi tudo! - O copo escorrega das minhas mãos, ele ouviu tudo, agora deve ter nojo de mim, vai contar tudo a Kevin aposto.

- Desculpa, sou uma desastrada. - Eu e ele apanhamos os vidros do chão.

- Por que é que não contas a verdade ao Kevin?

- Não!

- A culpa não foi tua, o teu pai é que merece uns belos murros naquela cara.

- Promete-me que não vais contar a ninguém.

- Eu prometo, mas não concordo. - Respiro de alívio, espero mesmo que cumpra a sua promessa.

- Tenho vergonha Alonzo o meu pai fez isso toda a vida com a minha mãe e quando ela morreu foi a minha vez. Foi por isso que fugi, para começar uma vida nova.

- Admiro-te pela força que tens, sabes disso? - Alonzo puxa-me para um abraço.

- E eu confesso que afinal és um bom homem, Alice tem sorte.

Ela tinha e estava feliz com isso, se algo não der certo entre os dois sei que não será por ele ser alguém sem escrúpulos. Agora falta pouco para me afastar e recomeçar tudo. Será que um dia poderei parar de fugir? Será que terei uma vida normal? Espero que sim!

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora