37 - Respostas

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Raphael esperava por mim no passeio, brincava com os óculos de sol que tinha nas mãos, saio do carro e cumprimento-o...

— Descobriste alguma coisa?

— Kevin tem o contrato no seu cofre e não me revela as cláusulas. - Mentira, ele está a esconder até do irmão a verdade.

— Há alguma hipótese de esse contrato ser uma mentira?

— Não, de onde viria todo aquele dinheiro? Sabes de alguma coisa que se possa passar nas minhas costas? - O dinheiro? Não pensei nisso.

— É isso que estou a tentar descobrir, obrigada e mantém o silêncio

— Se houver novidades eu ligo.

Entro no carro e desta vez aproveito para visitar Márcia, ela fez uma festa quando me viu chegar. Era dela que sentia mais saudades, ela sabia sempre como me alegrar, jantei com ela e a família, adorava a confusão que se instalava quando a casa estava cheia, a preguiça surgiu e já era tarde quando regressei a casa, reparei num carro estacionado quase na porta da casa mas não dei importância, tranquei o meu e tirei a chave de casa da bolsa...

— Boa noite baixinha! - O meu corpo vibrou coma a sua voz.

Respiro fundo, abro a porta e faço sinal para entrar, ele parecia cansado...

— Como soubeste que estava aqui?

— Vi-te a falar com Raphael pela janela e a entrar no carro com que chegaste. Por acaso tens alguma coisa a ver com o fato do cartão de Alonzo ter sido utilizado a alguns dias atrás na empresa? - Ele para no meio da sala a analisar a minha reação.

— O que achas?

— Que estás a procura de te meter em problemas e por consequência a mim também.

— Seria mais fácil se me explicasses o que se passa. - Vou até ao frigorífico para tirar o vinho e pego em dois copos que pouso na mesa da sala e instintivamente ele vem ajudar a abrir a garrafa.

— Seria mais fácil se não fosses tão teimosa!

— Sei que sou uma idiota, mas não posso deixar de me preocupar com o homem que amo e que me mente para esconder algo, Kevin o que se passa? O que há entre ti e Omar? E não mintas porque eu sei que não é trabalho. - Acendo duas enormes velas com o meu perfume preferido e que coloquei no centro da mesa.

— Porra, eu não posso responder, ainda não Luna, pedi que confiasses em mim.

— É difícil quando não fazes o mesmo por mim. - Ele serve os copos, entrega-me um e senta-se no sofá.

— Estou a tentar arranjar uma forma de remediar as coisas sem perder tudo o que tenho, há muito em jogo, só quero proteger-te.

— Kevin posso ajudar-te! - Sento-me perto dele, mas mantenho alguma distância.

— De onde veio aquele carro?

— Tinha algum dinheiro de lado, comprei-o para atingir os meus objetivos e um deles é chegar até Luiz Omar.

— Preciso de te internar baixinha, talvez desta vez te tranque na minha casa até este pesadelo acabar. - Ele chega-se para perto de mim e abraça-me ­- Adoro estas nossas noites com vinho e velas, vou comprar caixotes delas, quando vieres viver comigo.

— Como se eu estivesse interessada nisso. - Saio de perto dele antes que caia na tentação, ele vai continuar a enrolar-me, então não me vai tocar mais.

— Podias vir dormir comigo hoje.

— Confessa que só me estas a fazer esse convite para experimentares o meu carro.

— Podíamos chegar a um acordo, vamos até ao meu apartamento, eu levo o carro e tu ganhas uma noite com o teu gigante. - Ele fica de pé e caminha até mim com aquele olhar intenso.

— Acho que seria um péssimo negócio para mim, sabes o preço daquele menino? - Aponto em direção da porta.

— Baixinha agora tens de vir, é uma questão de honra.

— Eu não saio daqui! - Ele pousa as mãos na minha cintura e eu já sinto uma vontade louca de o beijar.

— Eu poderia ficar, mas a casa de Alonzo tem uma camara bem ali! - Ele aponta para um aparelho ao lado da tv - Não seria justo ele assistir ao que vou fazer contigo, ficaria com inveja do...

— Cala a boca Kevin, se eu for, quero outra coisa em troca.

— Respostas?- Ele beija de leve os meus lábios.

— Sr Smith confesso que fico impressionada com o seu QI.

— Prometo tentar responder sem prejudicar o nosso amanhã. - Os seus beijos continuam agora no meu pescoço, ele sabe que não vou resistir ao seu poder de persuasão.

— Bom, eu aceito, de qualquer forma sei que não me vais contar tudo. - Eu também posso usá-lo, principalmente o seu corpo.

Apago as velas, coloco os copos na cozinha, pego na bolsa e saímos, eu levaria o seu carro e ele o meu, parecia uma criança e fez questão de acelerar com o Maserati enquanto eu ficava para trás. Entrei no estacionamento do seu apartamento e ele ainda estava sentado na viatura a aproveitar para admirar cada detalhe, quase que me senti traída. Trocamos as chaves dos carros e subimos no elevador, adorava aquele apartamento porque havia traços de Kevin por todo o lado. Não demorou a estarmos na sua cama, ele era mestre em sedução, gostava sobretudo dos momentos em que o mundo parava só para existirmos nós os dois. Acordo um pouco estranha, ainda são seis da manhã e sinto um mal-estar, deixei-o a dormir e vou para o sofá ver um pouco de tv, seria a minha consciência a castigar-me?

— O que fazes aqui? Volta para a cama.

— Estou um pouco indisposta e não te queria acordar. - Ele beija a minha testa e eu fico maravilhada com a sua cara de sono e o seu cabelo despenteado, até dessa forma ele é lindo.

— Culpa minha, ontem não comemos nada. Prepararei o pequeno-almoço.

— Queres ajuda?

— Claro que não, descansa meu amor.

Fico com um sorriso idiota na cara, ele disse meu amor, não vou mentir, Kevin tem-me na palma da mão, desligo a tv e fico no sofá a vê-lo de um lado para outro na cozinha, conseguiria partilhar a minha vida com ele? Penso que sim e sinto que ele também me ama, os seus gestos, o olhar, o cuidado. Claro que estou desconfiada, mas quero-o para mim, talvez seja possessiva...

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora