19 - Ninguém Viria

58 12 1
                                    

Ele toma o pequeno almoço e vem ter comigo, senta-me no seu colo e coloca as suas mãos na minha cintura debaixo da camisa...

- Estou seriamente a pensar trancar-te aqui para sempre.

- Não seria assim tão mau.

- E se a tua família aparecer a tua procura eu posso sempre dizer que estás a fazer horas extraordinárias.

- Nao contes com isso! - Tento tirar as suas mãos de mim mas ele aperta ainda mais.

- O que foi baixinha, disse o que não devia? - Ele não sabe nada sobre mim.

- Ninguém viria Kevin.

- Quero saber mais sobre ti, a tua família, irmãos, pais? - Desvio o olhar do seu continuando a debater-me para que me deixe afastar, mas ele não deixa.

- Não tenho irmãos, a minha mãe morreu e o meu pai está morto para mim. Precisamos ir embora!

- Qual a tua cor preferida? Quero saber mais eu disse! - Ele quer conhecer-me? porquê?

- Azul, não gosto de baunilha e amo relógios, é a tua vez.

- Branco, gosto de motos e detesto Kiwis. - Ele beija o meu pescoço enquanto fala. - Vamos ficar.

- Há vida lá fora alguém poderá estar a tua procura. - Passo a mão no seu peito

- Trato disso depois, acabo de decidir que vou ficar aqui contigo todo o fim de semana.

- E o que faremos aqui fechados esse tempo todo?

- Tenho algumas ideias baixinha!

- Sabes que odeio esse apelido!

- Sei e adoro isso, adoro mexer com a tua paciência. Adoro tirar-te do sério, sabes o quando ficas sexy quando discutes com o Wilson?

- Sabes o quanto eu quero devorar-te?

- Guarda isso para mais logo, preciso só enviar um email rápido para um cliente, volto já!

Ele vai até uma porta algures no hall e entra, não sei o que fica no interior mas suspeito ser um escritório. Ligo a Tv e passo pelos canais até escolher u em que um filme está prestes a começar, fiquei um bom tempo sozinha no sofá estava com moleza devido a noite agitada, os meus olhos pesavam e acabei por adormecer. Acordo meio atordoada, fiquei um pouco sem saber onde estava até que me lembrar de Kevin, levanto e vejo que ele está ao telefone mas ao dar pela minha presença desliga.

- Podias ter-me acordado Kevin! - Abraço as suas costas e sinto ele passar as maos nos meus braços.

- Estavas a precisar e assim aproveitei para tratar de alguns assuntos da empresa.

- Algum problema? - Ele estava diferente.

- Estava a falar com o Alonzo, podes explicar-me qual a fixação desse tal Ezio por ti?

- Esquece esse idiota, é só trabalho! - Largo- o e ele puxa-me, fico entre o seu corpo e a parede.

- Não gosto dele! - Dava para ver da forma como pronunciava o seu nome, já eramos dois.

- Isso não são ciúmes? - Falo sabendo que não mas adoro provoca-lo.

- Como posso ter ciúmes de algo que não me pertence?

- Exato! - Ele consegue fazer-me sentir mal, eu não lhe sou nada se não alguém com quem faz sexo ocasional.

- Mas eu quero! - Ele toca no meu queixo obrigando-me a enfrentar o seu olhar penetrante.

- O quê?

- Quero que me pertenças Luna! - Ele quer?

- E a Leyla?

- Da-me tempo para resolver isso! - Ele fecha os olhos, eu sei que falar dela faz ambos sentir o peso da culpa mas um dia esta conversa teria de acontecer.

- Não precisas de prometer nada um dia vais acordar e ver que foi algo passageiro, não deites a tua vida com ela pelo cano por um caso com uma mera funcionária. - Desvio o olhar, sei que quando sairmos deste apartamento ele vai esquecer todas as suas palavras.

- És bem mais que isso, és a minha baixinha.

- Nunca me apaixonei por ninguém então por favor não sejas o primeiro a magoar-me.

- Da-me um voto de confiança, só um! - Sinto um abraço forte e uma vontade enorme de chorar, nunca me sentia
assim por outro homem, nunca me entreguei tão rápido, que poder é esse que exerce sobre mim?

- Eu dou agora está nas tuas mãos. - Desta vez eu tenho medo, o meu instinto diz-me que estou a entrar num jogo perigoso e não tenho nada a ganhar, Kevin nunca será meu, são palavras em vão.

- Disso podes ficar tranquila, as minhas mãos sabem sempre o que fazer!

Isso eu não podia negar, ele abre a sua camisa que eu usava e passa as mãos pelo meu corpo, os seus olhos brilham de forma intensa, ele pega em mim para me pousar na grande mesa de refeições, era quase hora de almoço e ali estávamos nós famintos de contacto físico, de caricias e de muita loucura. Tomamos um duche e almoçamos, falamos sobre a sua família e de como o seu pai o pressionou a aceitar ficar a cargo da administração da empresa e de como fez questão de arrastar Alonzo com ele...

- Vocês são amigos a muito tempo?

- Desde crianças, ele é como outro irmão, na verdade tenho mais intimidade do que com Raphael. - Dá para perceber que ele e Alonzo são confidentes um do outro.

- Vou deduzir que ele sabe sobre nós!

- Era irrevogável, ao contrário do que pensas foi ele que viu o quanto mexes comigo! - Arregalo os olhos chocada, nunca dei por isso é não queria que ele soubesse, logo Alice vai saber também.

- Como?

- Eu tentei disfarçar e negar a mim mesmo que algo se passava mas Alonzo foi o primeiro a dizer-me o que via quando nos cruzavamos, ele não é adepto da Leyla e acha que estou apaixonado por ti.

- E tu concordas?

- Eu tinha medo de aceitar agora acho que ele estava repleto de razão como sempre ou não fosse o meu melhor amigo. Alonzo passa uma imagem de irresponsável mas na verdade ele é o oposto do que mostra a todos.

- Sorte da Alice, ela já passou por tanto, o problema é que não lhe contei e ela não vai ficar contente por lhe ter escondido isto.

- Parece não ser a única com um passado difícil. - Continuo a comer sabendo que tudo o que lhe revelei foi muito mais do que deveria.

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora