33 - Demente

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A festa estava animada e fito Raphael que dança na pista com uma mulher, parece que encontrou companhia para a noite não seria ele se saísse daqui sozinho. Vejo a mãe de Alonzo perto do lago e decido juntar-me a ela para mais uma vez lhe felicitar pela festa, falamos um pouco até ela voltar para perto dos outros convidados caminho um pouco perto da água para saborear a brisa que começa a soprar...

— Parece que estás a conseguir seguir com a tua vida. - Ele ganhou coragem para falar comigo, falso.

— Eu estou!

— A tua empresa começa a crescer bastante, espero que isso te traga uma boa posição lá dentro. - o que isso lhe importa?

— Estou bem como estou, gosto do que faço a questão é se tu realmente gostas do que estas a fazer?

­— Estás a falar do fato de vir até aqui e falar contigo?

— Refiro-me ao fato de te tornares como tantos outros homens que passaram na minha vida, gananciosos e sem escrúpulos que magoam, traem que acabam com a felicidade alheia ! - Nunca o vi como um homem assim mas até nisso ele me enganou.

— Porque é que me tornaria em alguém assim?

— Luiz Omar, conheço-o tão bem ou melhor que tu! - Abano a cabeça incrédula.

— O que é que isso quer dizer?

— Não foi coincidência que ele tenha almoçado contigo naquele maldito dia, qual foi o acordo? Se acabasses com a minha vida farias um cotrato milionário? é isso?

— Como é que sabes que ele almoçou comigo? - Ele ficou nervoso porque descobri o seu segredo.

— Ele irá trair-te, ele é socio do meu pai, porque iria dar dinheiro a um concorrente? Abre os olhos Kevin, estás a ser enganado. - Finalmente olho para os seus olhos - E tu mereces isso!

— Achas que iria negociar com ele apenas para ganhar dinheiro Luna?

— Está a vista de todos, estás prestes a abrir uma nova filial. - Deve ter sido mesmo muito dinheiro.

— Eu cometi um erro mas não foi por dinheiro que te afastei.

— Sabes o que é pior? É que eu guardei o meu segredo de todos, estava feliz com a minha vida tranquila e tu conseguiste virar tudo de pernas para o ar, conseguiste destruir o que levei anos a construir e ainda me deixaste de rastos Kevin, se não o fizeste por dinheiro então terá sido por prazer.

Ele simplesmente vira costas e vai embora, talvez não tenha resposta que justifique o que fez comigo. Volto para a festa, sinto um vento fresco, decido ir para perto de Raphael que estava sentado numa cadeira afastada, ele para de mexer no telefone quando me vê aproximar, puxa outra cadeira para perto dele para poder ficar ao seu lado. Retira o casaco e pousa nas minhas costas...

— Estou a ficar cansada, seria uma madrinha assim tão irresponsável se fosse para o hotel?

— Os noivos já foram embora e quase todos os convidados, acho que ninguém reparará se desapareceres. - Ele tem razão, posso ir sem remorsos.

— E tu arranjaste companhia?

— Ninguém de interessante! - Ele olha-me de uma forma séria - Vocês falaram?

— Cruzámo-nos por aí.

— Deviam falar, Kevin esconde alguma coisa, ele deixou-te, deixou a noiva e está infeliz, qual é o senso disso?

— Não sou eu que te vou explicar o que se passa, pergunta-lhe!

Kevin aproxima-se com um prato na mão, também se junta a nós...

— Com tantos doces pareces um daqueles homens com carências afetivas. - Raphael brinca com o irmão.

— Para de dizer merda, estas minissobremesas de maçã com canela são deliciosas. Queres provar? - Ele está a provocar-me?

— São boas mesmo, queres Luna?

— Claro que quer, é o seu sabor preferido certo baixinha? - Haja paciência, reviro os olhos entediada e fico de pé..

— Vocês são tão idiotas! Adeus.

Deixo o casaco na cadeira e entro em casa para recuperar as minhas coisas, despeço-me dos pais de Alonzo. Saio de saco na mão e com as chaves do carro em outra, abro o porta bagagens para guardar tudo e quando o fecho vejo Kevin encostado na porta do passageiro...

— O que queres agora Smith?

— Boleia para o hotel!

— Não tens carro? - Ele ata o cabelo de forma sexy, idiota.

— Vim com Raphael, mas ele vai ficar!

— Desde quando mentes assim tão mal? - Raphael não tinha razões para ficar.

— Desde que tu deixaste de acreditar na verdade. - Não fiz questão de saber o que ele queria dizer com aquela resposta.

— Sabes que mais, entra e não abras a boca!

Vejo-o entrar e dou a volta para me sentar ao volante, será uma viagem complicada...

— Não vais perguntar qual é o Hotel?

— Como se houvesse mais que um, poupa-me Kevin.

— Devias ter provado aquela sobremesa.- De um momento para outro ele decidiu testar a minha paciência.

— E quem disse que eu não provei?

— Tens daquelas velas na nova casa? — Suspiro cansada de o ouvir, onde será que está conversa vai chegar?

— Tenho por quê?

— Estou a pensar seriamente visitar-te! - O homem bateu com a cabeça, ou sofre de distúrbios de personalidade.

— Diz a verdade, tu bebeste mais do que devias?

— Sabes que não sou de beber. - Sim eu sabia, ele é muito controlado em tudo.

— Então fizeste uma nova experiência.

— Não, baixinha sou contra o uso de drogas. - Reviro os olhos com a aquele maldito diminutivo.

— Então só sobra uma alternativa. - Rio alto com a ideia - Estás a ficar demente gigante!

— Um gigante demente? Seria perigoso.

— Chegámos! - saímos do carro e ele ajuda-me a carregar o saco.

— Obrigada pela Boleia!

Entramos juntos no hotel, subimos no elevador e ele sai no mesmo andar que eu, fico desconfiada quando ele para na porta do meu quarto...

— Qual é o número do teu quarto?

— Não faço ideia, foi Raphael quem tratou de tudo.

— Confere no cartão, tem o número do quarto gravado. - Ele não mexeu um músculo.

— Deixei o cartão com o meu irmão. - bato com a mão na testa, ele planeou isto.

— Kevin tu não vais entrar no meu quarto.

— São duas e meia da madrugada, talvez não seja boa ideia ficarmos no corredor a fazer barulho. - Tapo a boca para abafar uma gargalhada. Ele deixou-me sem saída, pego no cartão e abro a porta.

— Entre Sr Smith!

Ele parecia enorme dentro do pequeno quarto, pouso s bolsa, os sacos e sento na cadeira a tirar as sandálias...

— Quem escolheu esse vestido?

— Alice, sabes bem que não, escolheria algo assim.

— Sim, eu sei. - Ele retira o casaco e senta-se na cama a olhar para mim.

— Posso saber o que tencionada fazer quanto ao teu quarto?

— Acho que ficarei por aqui baixinha!

Ele pensa que entrarei nessa jogada, está completamente enganado.

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora