30 - Vestido

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Após comer-mos, eu e Alice decidimos dar uma volta no 'shopping' para comprar algumas roupas para mim, passamos também em lojas de noivas, queria saber que tipo de vestido ela iria escolher e como planeiam fazer tudo tão rápido. Ao que parece estava tudo bem planeado, a cerimónia seria na quinta do avô de Alonzo, seria algo intimo apenas para família e amigos chegados, eu imaginava Alice numa festa pomposa, mas ao que parece a ideia romântica do namorado conquistou o seu coração...

— Na segunda enviaremos os convites.

— Quer dizer que a tua futura sogra tem ajudado com tudo?

— Sim, bastante, na verdade, só vou ver tudo no dia da cerimónia, é presente de casamento.

— É como viver um sonho! - Se ele está feliz, então eu também estou.

— Mas quero que sejas a minha madrinha, tu o meu primo Mário.

— Será um prazer, só não sei se poderei vir muitas vezes para ajudar com o vestido.

— Que tal tratarmos disso agora mesmo? - Eu queria fazer tudo por ela, é o mínimo depois de toda a amizade e carinho.

— Por que não?

Entramos na loja repletos de vestidos brancos em pequena eu imaginava como eu ficaria num vestido destes, hoje eu não me vejo num deles. Ela estava linda, foi amor a primeira vista, a simplicidade do vestido e o contrate coma a sua pele morena iria seduzir todos os convidados, estava magnífica e não contive algumas lágrimas de felicidade. O pior é que terei de usar o vestido que ela escolherá para mim de acordo com os tons da festa, tenho medo só de imaginar o que virá por aí. Ele teria de vir fazer duas provas ainda, mas pelo menos o vestido ela já tinha, estacionamos o carro na sua porta e retiramos os sacos da bagageira, eu rio da cara que Alice faz quando fala da nova funcionária que ocupa o seu antigo posto na receção do prédio da empresa.

— Ela é tão irritante! - A forma como fala da mulher parece ser uma crise de ciúmes.

— Por que tem um fraquinho por Alonzo?

— Não é só isso, ela faz o mesmo com todos, ela é simplesmente uma oferecida e eu detesto-a!

Um carro para atrás do meu e ouço um grito;

— Vocês assaltaram alguma loja? - Raphael sai do carro para me abraçar.

— Quisemos testar o limite máximo do cartão de crédito de Alonzo. - Digo somente para observar a sua reação.

— O meu cartão? - Alonzo quase teve uma paragem cardíaca, coitado, acho que esqueceu o quanto adoro brincar com ele.

— Ela está a brincar amor.

— Não sabia que estavas por aqui, que tal almoçarmos todos em algum lado? - Raphael encosta-se no carro com a mão nos bolsos.

— Podemos ir ao rodízio novo! - Alice está sempre disposta a comer, não sei onde mete tanto alimento.

— Vou tomar um banho e encontremo-nos lá numa hora. - O Smith desaparece e nós entramos para arrumar as compras enquanto Alonzo toma um duche.

O novo restaurante era enorme e como de esperar estava cheio por ser a novidade da zona, comemos, bebemos e rimos muito, Raphael nunca perdia a boa disposição e como foi convidado para ser um dos padrinhos do noivo pediu que o acompanhasse na cerimónia. Aceitei não queria estar sozinha na festa, Alonzo revela que a mãe investe toda a sua atenção nos pormenores, como faz muito calor a festa será no final da tarde vai estender-se até a manhã seguinte, era uma ideia arrojada. O tema seria a lua e as estrelas, os dois estão tão românticos que até irritam no bom sentido claro! Decidimos depois dar uma volta no parque e visitar um novo centro comercial e desta vez sem compras. O dia passou rápido e eu até me diverti, mas o domingo amanhece e eu só penso que no dia seguinte terei o resultado dos meus exames, imaginem se estiver mesmo grávida? Perco o meu emprego e serei mãe solteira, não será fácil, no entanto, nunca me passará pela cabeça abortar mesmo sendo filho do homem que mais odeio no momento, será acima de tudo" o meu" filho. Na segunda de manhã despeço-me de todos e vou até a empresa, nossa cliente queria tratar de tudo no período da manhã para poder estar no trabalho a tarde. Para minha sorte os documentos estavam assinados e preparados na receção o que me poupa imenso tempo, o meu telefone toca e é meu chefe que pede que passe noutra empresa, eles pedem que seja apresentada para uma nova filial que vão abrir daqui a alguns meses. Recebo o pedido no meu endereço eletrónico e bato com a mão no volante com raiva, só pode ser brincadeira. Estaciono no lugar dos visitantes e anúncio a minha chegada, subo ao andar da presidência e Alice abre ri nervosa...

— Tu sabias?

— ALonzo ficou encantado com os teus softwares, ele falou com Raphael e parece que vais ganhar um novo cliente.

— Eu não queria pisar nunca mais neste sítio. - Entrar aqui é reviver o passado, posso ouvir as suas palavras duras e frias a expulsar-me da sua vida.

— Fica tranquila, o Kevin não está na empresa e os outros dois esperam por ti na sala de Raphael.

— Eu não gosto de ser pressionada e é exatamente o que vocês estão a fazer!

Entro na sala de Raphael para encontrar os dois a gargalhar, estava sem paciência para jogos, voltar aquele lugar mexia comigo de uma forma que eles não podiam entender. Alonzo explicava a Raphael o quanto estava interessado em comprar o meu produto para a nova filial, pelos vistos os negócios iam bem, quando saí daqui os Smith não sonhavam expandir a empresa. Os dois parecem crianças quando explico todas as propostas que tenho, eles simplesmente não se decidiam, queriam tudo.

— Bom enviarei tudo por correio eletrónico para poderes analisar com o teu irmão e depois falamos melhor.

— Não sei se sabes, mas descobrimos quem enviou aquele correio eletrónico.

— Posso saber quem foi? - Bom parece haver muita coisa que Alice não me contou.

— O teu querido amigo Wilson, foi despedido de imediato.

— Não lhe serviu de nada, eu deixei a empresa na mesma e a esta hora podia estar tranquilo no seu posto.

— Era um idiota!

— Então acho que a empresa ficou a ganhar, ele iria infernizar a vida de qualquer pessoa que assumisse o meu lugar e fizesse-lhe concorrência.

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora