18 - Caverna

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Mesmo com o sono e corpo dorido algo dentro de mim grita para que acorde, olho à volta e vejo um relógio que marca seis da manhã, que merda, estou a ser irresponsável. Procuro a casa de banho depois de apanhar as peças de roupa caída no chão, faço a minha higiene e saio da mesma pronta para ir até ao meu apartamento. Ele aparece na minha frente com roupa diferente da de ontem ...

— Preciso de passar em casa antes de ir à empresa.

— Eu deixo-te lá!

— Nem pensar eu apanho um táxi. - Pego no telemóvel e faço a ligação enquanto saio dali.

Entro em casa e troco de roupa, dou um jeito na minha cara e vejo que Alice já foi, olho para as horas, estou atrasada pela primeira vez. Apanho o autocarro, sim esse momento a minha consciência começa a remoer a minha alma, é errado dormir com um homem comprometido. Entro na empresa que já estava bem movimentada e vejo Alonzo na máquina do café, ele acena para que me aproxime...

— Bom dia desaparecida.

— Desculpa o atraso.

— Por mim não há problema mas Alice está uma pilha de nervos. - Posso imaginar como ela vai gritar comigo.

— Eu vou lá.

Não foi fácil acalmar a fera e muito menos mentir, agora eu senti-me ainda pior por ter dormido com ele e para piorar Leyla entra no corredor nada contente...

— Alice o meu noivo está?

— Sim senhora. - Mesmo assim ele é  amável connosco.

— Ótimo preciso falar com ele, bom dia Luna. - Ela abre um leve sorriso.

— Olá!

— Temos se almoçar juntas um dia destes.

— Quando quiser! - Que seja no dia 30 de fevereiro.

Ela entra no sala da Kevin eu senti-me suja por me meter no meio dos dois. Nunca me senti assim tão baixa, deixei levar -me pela luxúria.

Durante o resto de semana eu alterei meus horários e mantive profile  baixo, não me cruzei com ninguém, não falava com ninguém e fingi para mim mesma que não tinha passado de um momento de loucura, afinal não foi mais que sexo casual. Sexta-feira a tarde uma figura feminina entra no meu escritório...

— Luna, estás a evitar-me?

— Não. - Obvio que sim tal como o seu noivo.

— A tua secretária aceita os meus telefonemas mas não obtenho resposta.

— Desculpa, este trabalho é muito importante. - Tento não olhar nos seus olhos.

— Já percebi é por isso que vim buscar-te para um jantar. - Eu mal lhe posso olhar quanto mais jantar com Leyla.

— Não posso, tenho...

— Trabalho? Não, é sexta feira, a Alice foi viajar com Alonzo e tu vens jantar comigo. - Terei de me safar desta sem Alice.

— Tenho um encontro.

— Um namorado?

— Um viking se me entendes, primeiro encontro... - Preciso que ela se afaste de mim.

— Bom assim sendo fica para outro dia.

Precisava mentir porque tinha vergonha do que tinha feito a ela, Alice tinha viajado e eu tinha o apartamento só para mim, tomo um duche e continuo a me mimar com creme corporal, a campainha toca e eu abro mesmo sem ver quem é ...

— Leyla convidou-te para jantar? - Ele vai direto a sala sem um boa tarde.

— Eu não vou, podes ficar tranquilo.

— Eu sei! - Ele sorri de lado mas era pura raiva - Namorado novo?

— Isso!

— Ezio? - Nem que fosse paga.

— Eu precisava de uma boa desculpa!

— Eu vou dar em doido Luna. - Ele passa a mão no cabelo de forma desengonçada, mesmo assim exala beleza.

— A culpa é minha por acaso?

— Imagina em que eu penso cada minuto do meu fudido dia?

— Na Leyla? - Sei lá eu em quem ele pensa, eu só sei em quem eu penso.

— É sério, eu não consigo nem gostar do perfume dela.

— É isso que dá trair a noiva, castigo Sr Smith.

— Baixinha não me tires do sério. - Ele enrola as mangas da camisa até aos cotovelos com um olhar perigoso.

— Sai daqui Kevin, esquece que existo.

— É tarde demais!

Ele ata o cabelo com um elástico e vem na minha direção, aperto a toalha no corpo e corro para o meu quarto com uma gargalhada, tento fechar a porta mas é impossível medir forças com alguém que tem quase o dobro do meu tamanho. Ele entra no quarto e eu penso comigo mesma que é ele que eu quero e não vou abrir mão disso...

— Acho que está encurralada Sra Albuquerque. - Meu deus como eu o quero.

— Acho que sim Sr Smith.

— Veste-te espero por ti no carro, tens dez minutos. - Como?

— Onde é que vamos?

— Passar a noite na minha caverna, trás as tuas coisas. - Nem deu tempo de responder, saiu do apartamento.

Eu sei sou doida e por isso faço exatamente o que me pede, dentro no carro ele pousa a mão na minha perna e conduz se estivesse atrasado para alguma coisa. Dentro do seu apartamento ele pede o meu telemóvel e desliga o aparelho fazendo o mesmo com o seu, isto é tão errado e ao mesmo tempo tão excitante...

— Acho que encontrei a solução para saber se existe ou não um namorado.

— Tu estás louco Kevin. - Pouso a minha mala no sofá e sorrio. - Não há ninguém.

— Ouvi dizer que sim. Tens fome? - Eram oito da noite e eu precisava de comer mas não era isso o mais importante agora.

— Tenho!

— Com essa cara não estás a falar de jantar certo?

— Prefiro gigantes. - Retiro a minha camisola e atiro para o chão.

— Exelente escolha.

Passamos a noite na sua cama, podia viver neste quarto para sempre, posso até dar o apelido de paraíso a este espaço. O seu cheiro está por todo o lado, a sua essência gravada na minha pele, levanto muito cedo seriam umas seis da manhã, o sol já brilhava e eu estava morta de fome, pego na sua camisa e visto-a. Na cozinha procuro uma chávena para fazer um café, encontro umas bolachas então sento-me a comer. Ele acordada uma hora depois, eu lia um dos seus livros no sofá, vejo-o aparecer na sala apenas de boxeres, era uma bela imagem...

— Pensaste que tinhas fugido? - Pergunto já pronta a desafia-lo.

— Impossível tranquei a porta e guardei as chaves.

— De qualquer forma eu estou bem aqui, tenho sido tratada como uma rainha.

— Talvez deva manter-te como minha prisioneira.

— E ser explorada sexualmente? Seria uma proposta irrecusável.

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora