8 - Só minto quando necessário

75 12 0
                                    

Eu neguei então ele enviou uns vinte email com pedidos e persuadiu Alonzo para que o mesmo me convença, estava a ficar cansada de negar e odeio que me pressionem assim. A rececionista pousa uma ramo de flores na minha secretária e mais uma vez ali estava outro pedido. Pego no ramo e vou ao andar da direção...

- Pode dizer ao Sr Rafael que a Sra Albuquerque está qui.

- Espere um pouco. - ela faz a ligação e não demora a apontar para o gabinete á direita.

Entro sem bater já que tinha sido anunciada, ele e o irmão estavam sentados no sofá com algumas pastas em cima da mesa, travei na porta mas logo depois lembrei que os dois devem partilhar tudo, Raphael abre um sorriso quando me vê...

- Vieste oferecer-me flores? -Atiro o ramo para ele, tinha passado das marcas, esqueci até que estávamos dentro da empresa.

- Muito engraçado. Vim devolve-las, para de ser insistente Raphael.

- Vou continuar até aceitares. - Olho para Kevin, está atento a cada movimento meu, ainda acabo despedida.

- Eu não vou na porra de aniversário nenhum, estamos conversados e agora para de entupir a minha caixa de email. - A sério eu não reajo bem a pressões.

- Sei onde moras Luna. - Ele não me leva a sério, Raphael é assim tudo é levado em tom de brincadeira, não vê limites.

- Tudo bem pronto venceste, depois da festa vou entregar a minha demissão. - Eu estava furiosa e Kevin conseguia perceber isso vi nos seus olhos que sim.

- Obrigado refilona!

volto a trabalhar irritada comigo mesma, deveria ter ficado longe do Raphael, ele não respeita o meu espaço, quem pulará de alegria é Alice e Alonzo, sexta tentarei sair mais cedo para comprar um presente, só não sei o quê! Sexta-feira chegou e seria o último dia de Alice no andar térreo, tenho a certeza que o meu chefe passará todo o tempo a visitar os Smith só para a ver, mas se ele atrapalhar o seu trabalho eu mesma terei uma conversa com ele. Passei em duas lojas para comprar dois presentes, um seria algo sério e outro apenas para gozar com a sua cara e aprender a nunca mais me chatear. Em casa estico o cabelo, faço uma maquilhagem e escolho um vestido que nunca usei por falta de oportunidade, Alice entra no meu quarto para pedir uma bolsa emprestada e fico com inveja dela, uma morena de vestido vermelho tal como a cor do bâton, estava um arraso, se ela e Alonzo nunca dormiram juntos acho que esta noite será certo que aconteça. Tinha a morada, mas não sabia o destino, quer dizer indicava ser uma casa só não sei de quem, acho que me enganei, pelo tamanho deve ser a casa dos pais de Raphael, estaciono ao lado dos outros convidados e entro na casa com Alice. O empregado da porta encaminhou-nos para o jardim nas traseiras, era um espaço bem grande cheio de estranhos, arrependi-me no mesmo momento, aquele não era o meu lugar...

- Pensei que já não vinham.

- Não estamos assim tão atrasadas, Alonzo. - Olho-lhe e vejo que só tem olhos para Alice.

- Meia hora que valeu cada segundo, estão lindas. - Reviro os olhos com o comentário.

Alice afasta-se com ele e fico sozinha, uma mulher linda para ao meu lado, ela parecia uma estrela de cinema, queria enfiar-me num buraco tamanho era a meu constrangimento...

- Boa noite, sou Leyla. - Ela fala comigo num tom tranquilo.

- Luna muito prazer.

- Ouvi falar o seu nome ultimamente, Raphael está caído por si. - Olho-lhe e dou um sorriso, quem é ela para dizer isso?

- Não acredite em tudo o que ouve dele.

- É o que faço habitualmente, mas agora que vejo como olha para si, fico sem dúvidas.

- A culpa é do vestido. - Ela sim tinha razões para ser elogiada.

- O meu cunhado tem bom gosto, você é linda.

- Boa noite senhoras! - Raphael chega perto de mim e beija a minha cara.

- Parabéns Raphael, trouxe presentes, mas acho melhor abrires mais tarde.

- O melhor presente és tu! - Ele recebe o saco com os dois embrulhos e pousa perto de outros numa cadeira de jardim.

- Isso realmente cola com as outras mulheres? - Pergunto divertida.

- És a única convidada especial e Alice claro, mas ela foi para agradar Alonzo. - Entre família e amigos sou a única estranha?

- Acho que estou a mais, vemo-nos por aí Luna. - Leyla desfila no relvado, que inveja.

Ela é a noiva de Kevin? Por um estranho motivo isso despertou a minha atenção, vejo-a caminhar até ele e beijar os seus lábios, quando ela se afasta os nossos olhares cruzam-se, ele está atraente demais...

- Luna estás a ouvir-me?

- Desculpa, podes repetir? - Volto a minha atenção novamente ao aniversariante.

- Vamos ter com os outros?

- Excelente ideia, preciso beber alguma coisa! - Preciso porque precisava urgentemente sentir-me mais a vontade ou iria embora em breve.

Alonzo e Alice estão agora próximos do casal, quando me aproximo de Kevin sinto-me desconfortável, baixo os olhos e apenas ouço as conversas de todos sem interesse, olho para a grande casa iluminada e aos poucos a minha mente afasta-se para recordar das festas ridículas que o meu pai dava na nossa casa. Ele nunca me amou, sempre fui uma peça de jogos, negócios, agora que penso lembro que as festas do meu aniversário eu sabia que tinha apenas um objetivo que se resumia a dinheiro, bebi o resto do líquido que tinha no copo, mas Alice toca no meu braço e faz que saia do meu transe...

- Luna queres ir até um canto mais afastado? - Ela pergunta baixo, mas mesmo assim todos ouviram.

- Volto já! - Ela faz questão de agarrar no meu copo para me dar espaço, ela sabe o que está por vir.

- Acompanho-te! - Viro costa e deixo Alice para trás, ela vai tentar impedir os outros de virem atrás de mim.

- Não Raphael, ela precisa realmente de se afastar, ir atrás dela só a afastará mais.

Não era o momento nem o lugar, mas eu precisava apenas de paz, afasto-me um pouco e procuro a casa de banho no interior da casa. Retoco o baton e passo as mãos no cabelo, saio dali rumo ao jardim e esbarro em Kevin num dos corredores...

- Posso ajudar? - Tento passar ao seu lado, mas sou impedida.

- Desculpe, eu estou apenas cansada, foi uma longa semana. - disfarço continuando a tentar sair dali.

- Olha nos meus olhos, Luna!

- Estou bem! - Ele pega no meu queixo e obriga-me a encará-lo.

- Só costumas mentir fora da empresa? - Ele sorri por ser o argumento que usei para ele dias antes na garagem da empresa.

- Só minto quando é necessário Sr Smith.

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora