26 - Pai

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Ezio sorri triunfante, olho em volta e vejo duas ou três caras conhecidas, isto vai ser mais difícil do que esperava...

- Boa noite senhores!

- Boa noite!

- Sra Albuquerque como é possível estar mais bonita a cada dia?

- Está tudo preparado? - Kevin interrompe.

- Sim, espero que cheguem o resto dos convidados para podermos passar a apresentação. Fiquem a vontade.

- Alonzo se não te importas prefiro que sejas tu a fazer a apresentação. - Kevin anuncia sem me questionar, acho a ideia ótima.

- Mas a Luna é a autora. - Na verdade era um favor que me fazia.

- Não há nenhum problema, pelo contrário será um alívio.

- Se vocês concordam, não serei eu a contestar. - Alonzo aceita fazer o meu lugar de bom grado.

- Acho que deveremos evitar acidentes. - Ele acena para um dos homens presentes na sala que descaradamente olha para as minhas pernas de forma perversa e decididamente nojenta.

Bebemos a nossa taça de champanhe e olhamos para o ecrã do tablet onde o nosso discurso estava guardado, faço uma leitura de última hora para ter certeza que estava tudo em ordem, sinto Alonzo dizer algo para Kevin e ficar na minha frente. Sinto um arrepio e levanto o meu olhar para encarar a porta, era ele, Bruno de Albuquerque estava bem na minha frente e ele cumprimentava todos altivamente e triunfante, sempre foi um homem prepotente e altruísta. Ele cumprimenta todos e para meu espanto quando passa por nós estende as mãos aos dois homens a meu lado e a mim nem um olhar, eu era invisível, então simplesmente continuou sem gastar saliva comigo, ótimo para mim. Os dois trocam olhares em silêncio, a hora da apresentação havia chegado e Kevin estava a meu lado como havia feito toda a noite, Alonzo era um excelente orador, transmitia energia nas suas palavras, seduzia as mulheres e cativava a atenção dos homens. A imprensa coloca algumas questões que ele estava totalmente a vontade para responder. Kevin foi chamado para uma pequena entrevista, isso traria fama e dinheiro para a empresa o que era excelente, estava feliz por a mesma ser reconhecida e por trazer isso a Kevin, ele merecia porque embora eu sinta raiva dele sei o quanto se esforça para gerir os negócios e enfrentar o mercado competitivo. Vou até a mesa dos salgados e provo um folhado delicioso.

- Com quantos tiveste de dormir para conseguir o posto? - Ele para do meu lado e eu nem me digno a olhá-lo.

- Como o senhor faz para fechar negócios sem mim? - Termino de beber o champanhe e pouso a taça.

- Não é difícil encontrar quem queira trabalhar por uma boa quantia de dinheiro. - Tenho certeza que é fácil encontrar mulheres que se vendem por algumas notas.

- Seja sincero com a minha mãe e comigo era como ter prostitutas de graça. - Tão cínico e hipócrita que dói.

- Mais que isso, o teu chefe sabe do teu passado?

- Sabe, mas a minha empresa tem outros métodos para conquistar as suas vitórias! - Kevin pousa as mãos na minha cintura e enfrenta o meu pai como se defendesse a sua própria integridade.

- Vocês dormem juntos, é tão evidente Sr Smith. - Ele diz como se de alguma forma o divertisse saber isso.

- Olhe - Kevin iria responder, mas aperto as suas mãos para o parar, sei onde o meu pai quer chegar, ficaria muito feliz se Kevin cometesse um deslize com tantos repórteres em redor.

- Vamos Kevin, não daremos ao Sr Albuquerque o prazer de aparecer nas capas de revistas em forma de escândalo.

- Luisa Albuquerque espero o dia que venhas rastejar a meus pés. - Viro costa ao homem e puxo Kevin comigo, mas ele tem uma necessidade irrevogável de responder. O meu nome agora é Luna.

- Ela não irá, ela já conquistou tudo o que queria, tenha uma boa noite. - Kevin parecia decidido em defender a minha honra.

Alonzo perdera este confronto e ainda bem porque tenho a certeza que não iria deixar passar as palavras de Bruno Albuquerque sem lhe tocar, Kevin mexe no telemóvel e eu fito os meus pés.

- Que caras são essas? - Alonzo brinca como sempre.

- Vamos embora, aguentas as pontas por aqui?

- Sei muito bem ir para casa sozinha, vocês devem ficar e representar a empresa. - Não vou deixar que aquele monstro estrague a noite, pelo menos a deles.

- Não vais ficar nem mais um minuto perto daquele homem baixinha! - Alonzo sorri ao ouvir o diminutivo que eu tanto odiava, tenho a certeza que vai brincar com isso nos próximos tempos.

- Foi Bruno Albuquerque? O que ele fez? - Alonzo olha para o lado e fica novamente sério quando percebe o que se passou.

- Falamos depois, mas mantém-te longe dele, Alonzo!

- Vou tentar. - Eu sabia o quanto estava desejoso por enfrentar Bruno, mas isso só iria piorar as coisas.

- Vais fazer melhor que isso, vais conseguir, ele sabe que se nos atingir também atinge a Luna.

- Vão tranquilos!

Preferia que viéssemos embora os três, na porta da empresa entramos no táxi que Kevin pedira e dentro dele olho para a janela sem dizer nada, a sua mão encaixa na minha protetoramente, a descarga elétrica é a mesma que recebo cada vez que me toca. Saio do veículo convencida que havíamos chegado a minha casa, mas o prédio na minha frente não era o meu...

- Eu não vou entrar ali dentro! - Aponto para o apartamento dele, jurei a mim mesma nunca mais lá entrar.

- Posso facilmente pegar em ti, mas prefiro evitar espetáculos na porta da minha casa, tenho uma reputação a manter. - Ele cruza os braços e espera que eu reaja.

- Eu também.

- Por favor baixinha. - Ele junta as mãos e súplica, faço um esforço descomunal para não rir.

- Tu sabes o quanto detesto que me trates assim?

- Ok, Sra Albuquerque aceita subir até ao meu apartamento para podermos conversar?

- Não foi assim tão difícil! - Rio da sua cara e ele sorri com a minha resposta - Eu aceito.

Alice e Márcia vão dar cabo de mim se souberem que o deixei aproximar de mim, mas eu não percebo o porquê de ele me ter defendido para além de que sinto que ele gosta de mim.

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora