12 - Persistência

65 12 2
                                    

Dentro do restaurante a conversa flui, para ser sincera Leyla era boa pessoa apenas um pouco fútil mas apaixonada pelo noivo. Engraçado como ela ficou mais solta depois de apenas dois copos, os irmãos falavam de um amigo que não conheço e nós olhavamos para um homem lindo que entrou no restaurante, claro que tentávamos ser discretas...

- O homem é um arraso. - O cliente era grande, moreno de olhos verdes estávamos babar só de o imaginar sem roupa.

- Imagina-te com um Viking daqueles! - Ela diz maldosa.

- Impossível não o fazer.

- Que historia é essa de viking? - Kevin questiona e olha para mim, merda.

- Coisas de mulheres amor.

- De repente fiquei interessado, agora quero saber. - Ele pousa o copo e todos esperam a resposta de Leyla, eu queria desaparecer, mas sorrio com a loucura em que se transformou o jantar.

- Luna parece saber bem do que falo! - Leyla diz-me.

- Não me metas nessa história Leyla.

- Não vais gostar, mas tudo bem - Olho para o prato morta de vergonha. - Sabes homens como vocês, grandes barbudos, de cabelos grandes fazem-nos imaginar homens fortes, másculos e autenticas feras especialmente na cama, talvez não entendas mas é mais ou menos isso.

- Portanto, é definida mente um grande elogio. - Estou despedida por certo.

- Bem mais que isso amor

- Falavam de nós? - Raphael pergunta, mas é Kevin que ouço sorrir.

- Não.

- Portanto, vocês estão na nossa companhia, mas a falar sobre outro homem? - Raphael estava indignado e Leyla ri alto.

- Não tenham ciúmes, é apenas uma conversa de mulheres. Vamos pedir sobremesas?

- Eu até já sei o que quero! - pego no copo de água e levo a boca, estava com calor.

- O que será?

- Maçã assada com canela. - quase cuspo a água, ele faz de propósito, ganho coragem e olho para ele que se diverte com a minha situação embaraçosa.

- Com tantas coisas deliciosas queres o mais simples?

- Gosto do cheiro e as coisas mais simples podem mostrar-se muito interessantes por vezes. - Não entendo se me ameaça ou provoca, em qualquer dos casos sinto-me mais constrangida que nunca.

- Como queiras.

Não abri mais a boca, concordava e sorria para tudo o que Leyla dizia, mas eu rezava para que o jantar terminasse rápido. Raphael levou-me para casa e posso dizer que Alice estava trancada no quarto, provavelmente a falar com Alonzo. Acordo com uma fome de leão e quando saio do quarto apanho um susto ao ver Alonzo sair da porta ao lado, era a primeira vez que uma de nós trazia um homem para dormir aqui, devo entender que é mais sério do que pensava? Eram umas dez da manhã quando o telefone da minha secretária toca...

- Luna, o Sr Smith pede que venhas ao seu gabinete.

- Mas Raphael tinha-me dito que não estaria cá esta manhã.

- E não está, é Kevin que pede para vires cá.

- Eu não vou. - Nem morta com que cara vou olhar-lhe agora?

- Como assim, não posso dizer-lhe isso. - Ela fala com um tom mais baixo como se não quisesse ser ouvida.

- Vais dizer-lhe que a minha agenda está lotada e não posso ir aí hoje.

- Ele não vai aceitar, mas tudo bem. - Não a quero colocar numa posição complicada, mas só quero cruzar-me com ele daqui a dois anos no mínimo.

Nem um minuto depois e o telefone volta a tocar...

- Alice eu disse que...

- Não é a Alice! - Paro de teclar e presto atenção ao homem que fala de forma autoritária.

- Sr Smith estou com a agendada lotada e prazos a cumprir.

- Tem dez minutos para estar no meu gabinete, Sra Albuquerque.

Que merda, eu não quero ir até lá, aliás eu não vou! O que ele fará? Nada claro. Eu tinha razão, ele não fez nada, era quase meio-dia e gravo o meu trabalho no computador pronta a sair da sala...

- Sra Albuquerque, o Sr Smith pede que compareça no seu escritório imediatamente. - Agora era Alonzo que estava na minha porta.

- Na minha hora de almoço?

- Ele não foi muito flexível no seu pedido, as palavras foram "Agora mesmo" e fui avisado que se tivesses saído teria de ir-te buscar ao refeitório.

Deixo tudo e vou até ao elevador a falar sozinha como uma maluca...

- Mas que merda pode ser assim tão importante que... o homem não sabe aceitar um não?

As portas do elevador abrem e vejo Alice...

- Vamos almoçar?

- Não posso, o grande chefe tirou o dia para me infernizar.

- Bom, espero por ti no refeitório.

O andar estava vazio, o único som era o dos meus saltos, a sua porta estava fechada e quando bati na mesma ele pediu para esperar um pouco, o que resultou em quinze minutos perdido, nem podia almoçar só para falar com ele e ...

- Entre e feche a porta!

- Estou na minha hora de almoço, Sr Smith. - cruzo os braços no meio da sala.

- Se estivesse a vindo quando liguei talvez agora estivesse a almoçar Sra Albuquerque.

- Em que posso ser útil chefe? - Sento na cadeira a sua frente e cerro os olhos para ver o quanto estou irritada.

- Um cliente pede para que a Sra trate de todo o 'marketing' da sua empresa e isso inclui sítio web e publicidade.

- Mas temos outros clientes em fila de espera.

- Sim, mas este paga muito bem, somente pede especificamente que seja você faze-a-lo.

- Tudo bem, posso ir? - Levanto-me e ele continua...

- Ainda não!

- Sou toda ouvidos!

- Sou um viking? - Porra só pode ser castigo.

- Por amor de deus, podemos esquecer isso?

- Foram palavras suas.

- Maçã com canela, foi para me deixar ainda mais constrangida? - Dou a volta a situação e ele passa a mão no cabelo antes de se levantar.

- Resultou?

- Estou despedida? - Olho de lado e ele parece não entender que tudo o que quero é ir embora, o idiota é lindo.

- Não, por quê?

- Então se não se importa vou almoçar. - também fico de pé.

- Tenho mais uma pergunta.

- Lá se vai o meu almoço... - Estava realmente a perder a paciência.

- O que o Raphael quer falar contigo? - deixamos as formalidades por quê?

- Eu poderia saber se não te tivesses colado no nosso jantar.

- Tu disseste que não havia nada entre vocês.

- E não há Kevin... sabes que mais, bom almoço porque acabámos de passar para um tema pessoal e isso trato fora da empresa.

Passo do seu lado e esbarro no seu braço que me impede de passar, o mesmo puxa o meu corpo com força suficiente para que as minhas mãos voem até ao seu peito numa tentativa de evitar a queda, os seus braços rodeiam o meu corpo. Tão colados que sinto todos os seus músculos, mordo o lábio, é uma tentação...

- Kevin! - A voz de Raphael chega aos nossos ouvidos.

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora