Apaixonada Por Um Smith

39 - Júlia Arden

Eu aceitei ficar com o cargo de Wilson, agora é só esperar que Kevin resolva os seus problemas com Omar que não ficou contente em saber que não iria trabalhar com ele, na verdade desde esse dia acho que o meu amorado está mais nervoso, imagino que Alonzo tenha descontado nele o meu despedimento. Decidi fazer um curso de gestão administrativa por internet, seria um mais valia e ocuparia a minha mente, passaram três semanas que vivo aqui e sabem que mais? Adoro estar na sua caverna e preparar o jantar, de o receber com uma bebida, com velas e por vezes só de lingerie, estou a dedicar todos os meus sentimentos aquele homem. Ontem Raphael passou por aqui, ele marcou a minha consulta para amanhã o que calha bem visto que hoje tenho provas importantes acerca de contabilidade, quero terminar esta formação porque ela vai abrir-me mais portas. Pedi também a Raphael que me desse o nome de um advogado que conhecesse mas que não fosse da empresa, ele passou-me o contacto do seu advogado pessoal e depois de uma longa conversa por videoconferência, o homem aceitou tratar do meu caso que nem sei qual é, tudo o que o detetive que contratei me pediu foi alguém de minha confiança e ligado á lei que lhe pudesse ajudar com as questões legais do meu caso. Espero ter uma resposta em breve porque os dois custam uma fortuna...

— Sra Albuquerque. - Atendo a chamada curiosa por saber quem se encontra do outro lado da linha.

— Bom dia detetive tem novidades?

— Tenho, eu e o seu advogado gostaríamos de falar consigo amanhã a tarde é importante.

— Eu tenho uma consulta médica as duas da tarde posso passar aí as quatro. - Queria parecer tranquila e confiante mas no fundo estava a fervilhar.

— Excelente vou informar o advogado.

— Até amanhã detetive.

Fiquei curiosa será que as novidades são boas ou más, preciso de descobrir alguma coisa ou darei por terminada a investigação. Não comentei com Kevin sobre o detetive porque não quero lhe dar ainda mais preocupações, quero que se foque somente nele, na empresa e na resolução do se problema com Omar. Mesmo com todos os problemas ele arranja sempre tempo para me levar a jantar, ao cinema, oferece-me flores e adivinhem? A semana passada comprou um caixote de velas com cheiro a maçã com canela, por vezes imagino como seria viver toda a vida do seu lado.

— Cheguei! - Kevin entra no apartamento com algumas compras.

— Trouxeste o champanhe?

— Sim e tudo o que pediste! - Ganho o abraço e o beijo que tanto anseio ao longo do dia.

— Morro de saudades da Alice.

— Falta pouco, eles já estão em casa, foram tomar um banho e mudar de roupa antes de virem. - Os noivos chegaram hoje e viram jantar connosco.

— Já preparei quase tudo gigante.

— És maravilhosa, confesso que Alonzo também me faz falta, tenho saudades das nossas conversas. - Eu sei que sente tal como eu e Alice os dois são muito unidos e partilham segredos.

— Agora poderemos recuperar todo o tempo que estiveram longe.

— Quando for a nossa lua de mel faremos o mesmo, um mês longe de todos. - Ele tira a faca da minha mão para me elevar e sentar o balcão, passo a mão na sua barba maravilhada como no primeiro dia que o vi.

— Lua de mel?

— Normalmente depois do casamento... - Bato no seu braço e ele ri com essa minha atitude.

— Eu sei o que é mas que eu saiba nunca falamos de casamento.

— Não é necessário já és minha de qualquer forma baixinha. - Beijo os seus lábios e levo as mãos á sua camisa, estava louca para o ver sem ela mas somos interrompidos pela campainha.

— Como sempre salvo pelo amiguinho!

Desço da bancada um pouco frustrada e ele vai abrir a porta, vou logo atrás para abraçar a minha morena que tinha a pele ainda mais escura do sol, os dois irradiavam felicidade. Era compensatório ver quanto amor os dois tem um pelo outro e durante a lua de mel esse sentimento cresceu ainda mais. Deixamos que os dois contassem como foi tudo lá pelo paraíso, teríamos tempo para falar de nós dois depois, rimos muito, foi sem duvida uma noite divertida que infelizmente terminou cedo já que estávamos a meio da semana e todos regressariam ao trabalho no dia seguinte. De manhã tentei estudar o máximo que consegui mas estava nervosa com o que o detetive me iria divulgar, antes de almoçar fecho o computador para preparar algo leve já que a comida não passava na minha garganta, coloquei uma vestido e curto mas botas altas, o dia estava ventoso, pego no carro e vou até ao hospital particular, na receção dou o meu nome e sou convidada a esperar até ser a minha vez. A mulher ruiva chama por mim perto da porta do gabinete e estende a mão quando me aproximo

— Bom dia Sra Albuquerque, pode entrar e sentar-se.

— Bom dia Dra Arden.

— Trate-me por Julia por favor. - Ela pega numa caneta e olha para mim - Está realmente doente ou foi mais uma manobra do Sr Smith?

— As duas coisas, quero fazer analises de rotina mas o meu cunhado consegue ser persuasivo tal como o meu namorado. - Ela é uma ruiva deslumbrante.

— Ele não é persuasivo mas sim insistente, não sei o que fazer para que me deixe em paz.

— Se quer a minha opinião, dê-lhe uma oportunidade, aceite jantar com ele e seja sincera, ele vai acabar por entender, tenho experiência com os irmãos Smith. - Eu sorrio com a sua cara, sei que tem razão.

— Vou pensar nisso.

— Ele é um homem maravilhoso acredite, mesmo que seja insistente e chato, também é brincalhão, trabalhador e muito cuidadoso com a família e você é linda, percebo porque ele se sente atraído.

— Vamos passar ao que interessa, preciso que me responda a algumas perguntas. - Ela assume um ar profissional e fica pronta para escrever algo.

— Claro.

Ela fez imensas perguntas, depois passei no laboratório para fazer analises de sangue e urina, mais uma vez passei no seu gabinete agora para marcar uma nova consulta com intuito de saber o resultado dos exames e por fim nos despedirmos com a promessa de pensar em aceitar um jantar com Raphael. Por falar no meu cunhado olho para o ecrã do telemóvel que estava em modo silencioso e vejo oito camadas não atendidas, decido ligar para ele enquanto conduzo rumo ao gabinete do detetive.