46 Sr Ross

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O jantar estava bom, todos se divertiam exceto Kevin, ele estava distante, queria saber o que fazia estar tão triste mas se o fizesse ia atrair a atenção da sua família. Pouso a mão na sua e ele parece acordar de um tipo de transe, lança um sorriso torto e volta a comer, olho para frente e Raphael acena para as nossas mãos, era um jogo perigoso. Quando nos despedimos de todos roubo a chave da sua mão, entro no carro sem lhe dar hipótese de reclamar e na verdade ele não o fez, todo o caminho ele não abriu a boca e estava a ficar preocupada...

— Kevin fala comigo!

Ele mantinha a boca fechada então eu teria de tomar uma medida radical, conduzo até a minha casa e estaciono perto da garagem

— Quando quiseres falar comigo, entra!

Desligo o carro e entro em casa, pouso a bolsa, coloco música, acendo as minhas velas que amo e pego um copo de sumo, vou até a piscina desfrutar da noite quente, tinha passado um bom tempo desde que o deixei no carro mas eu não iria insistir mais...

— Não acho correto engana-los!

— Então não o faças! - Bebo o meu sumo e vejo-o pensar em algo.

— O que e que isso quer dizer?

Agora sou eu quem não responde, estou a abrir uma fresta de esperança para que veja que não é tarde para lutar por mim...

— É a nossa casa? - ele recosta-se na poltrona olha em volta.

— A minha! - Tinha saudades da sua idiotice.

— Quantos quartos tem?

— Quatro. - Sim ela era grade demais mas gosto.

— Então eu posso vender o apartamento e vir ocupar um deles! - Cá está o meu Kevin.

— Não tenho como objetivo transformar o meu lar num hotel.

— Então teremos de os ocupar com filhos. - Quase cuspo o sumo nele.

— Teus ou meus?

— Muito engraçada, conheço umas quantas formas de provar o quanto estás a falar sem pensar.

— Não és o único homem na terra Kevin. - Tento lançar um pouco de veneno.

— Os teus argumentos só pioram baixinha.

— És livre de ir embora querido.

— Acho que vou ficar aqui esta noite, um pedido do meu filho. - Tudo bem estou a perder a batalha.

— Nem que rastejes aos meus pés. - Brinco com maldade.

— Não te preocupes não o farei mas na verdade não tenho carro lembras-te?

— O ultimo quarto é meu, não te atrevas a entrar, estou a falar a sério Kevin.

Pouso o copo e subo para colocar o pijama e deitar, entro nos lençóis e penso no que ele andará a fazer? Sinto os seus passos no meu quarto e entrar na cama

— Algum problema com os outros quartos?

— Vou contar-te um segredo, tenho medo de dormir sozinho no escuro. - Ele ri, idiota, ele estava afastado, não me tocou mas mesmo assim sentia o calor que emanava do seu corpo.

— Dorme idiota e se me tocares vais acordar com menos uma parte do corpo!

Dormimos juntos, saio da cama e deixo-o por lá, era difícil ver aquele corpo e manter a sanidade, os seus cabelos espalhados na almofada era como ter raios de sol privados, entro no duche e visto-me o mais provocante que possível, quando vou procurar os sapatos ele já tinha evaporado, fiz uma maquilhagem e desci. A mesa estava posta, comemos e deixei-o em casa para que pudesse trocar de roupa, enquanto o esperava no carro peço a Alice um favor gigante, que Alonzo não sonhe desta minha loucura ou vou ficar sem cabeça respondo á ultima mensagem antes dele entrar no carro

Alice - Tens a certeza?

Eu - Tenho!

Informo a minha secretária que aguardo um novo cliente, o homem foi pago para ter uma reunião comigo apenas para irritar Kevin. Não sei quem é mas espero que ela tenha feito o melhor para me agradar, o dia ia a meio e o trabalho ocupava os meus pensamentos

— Sra Albuquerque, o Sr Ross chegou!

— Quem é esse? - Pergunto sem dar importância, estava a ler um contrato confuso demais.

— O novo cliente Senhora!

— Claro, mande entrar - Olho para o gabinete de Kevin que estava vazio, merda ­— Onde está o Sr Smith?

— Ele foi aos Recursos Humanos, quer que o chame?

— Não eu mesmo falo com ele depois!

Ela desaparece e logo o grande homem surge na porta, era impressionante, grande, tatuado, musculado, cabelo longo, Alice acertou o homem é um Viking mas não o meu!

— Sente-se por favor! - Sentia-me minimamente constrangida.

— Foi você quem contratou os meus serviços? - Ele parece meio confuso mas fecha a porta e senta-se.

— Aceita beber algo?

— Uma água!

Pego uma garrafa para cada um e vejo movimento na sala ao lado

— Você não precisa de contratar ninguém, tem homens a seus pés de certeza.

— Na verdade é para fazer ciúmes a um certo idiota, desculpe por mete-lo no meio de uma guerra mas ele merece isto.

Ele olha para trás e gargalha ao ver Kevin controlar-nos com os olhos em chamas...

— Ele vai matar-me!

— Da próxima vez pensará duas vezes. - Digo irritada.

— Ele traiu-a?

— Não da forma que está a pensar, ele traiu a minha confiança. - Passo a mão no cabelo e sorrio como que se estivesse a ter a conversa mais interessante do mundo, bem feito para ele. - O que é que faz Sr Ross?

— Sou personal treiner!- Ele olha de soslaio para as minhas pernas.

— Acho que vou precisar da sua ajuda depois de ter o meu filho.

— Parabéns!

Passado apenas uma meia hora da chegada do meu convidado, a porta abre e a minha secretária olha para nós de uma forma estranha...

— Sra Albuquerque o responsável do departamento de contabilidade pede para falar consigo com urgência. - Agora?

— Diga que estarei lá em alguns minutos.

— Bom acho melhor ir embora! - Ele fica de pé comigo e olha para Kevin através do vidro.

— Desculpe por tudo isto mas obrigado.

Eu estendo a mão mas ele faz questão de beijar a minha cara e de me deixar envergonhada. Saio deixando-o para trás e fico um par de horas a discutir sobre algo que não era assim tão importante. Volto ao meu gabinete e sou informada que Kevin já saiu então faço o mesmo, vou para casa porque estou a precisar de um banho de espuma bem relaxante.

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora