40 - Fim do plano

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Entro no gabinete e vejo que os dois têm imensos papeis e pastas sobre a mesa de reuniões e um ar mais sério do que me lembrava

- Bom dia Sra Albuquerque, sente-se por favor!

- Bom dia senhores que novidades me trazem? - Sentamo-nos os três na grande mesa.

- Muitas e importantes, espero que esteja preparada.

- Com Bruno Albuquerque tudo é possível. - Estava com um sentimento que viria uma tempestade por aí.

­- Falta um mês para a fazer cinco anos que a sua mãe morreu certo?

- Sim quarenta dias para ser exata. - Eu contava os dias para enviar para o cemitério a encomenda com as flores que ela adorava, rosas amarelas, mesmo em outro país não a esquecia.

- Então estamos numa corrida contra o tempo caso a senhora queira receber tudo o que tem direito por lei.

- Sempre há uma herança? - Omar tinha razão.

- Todo o império do seu pai na verdade.

- Não estou a entender.

- A alguns anos atrás o seu pai teve de fazer alguns investimentos com um risco económico demasiado elevado e para se assegurar que não perderia as suas empresas ele passou tudo para o nome da sua mãe.

- Tenho certeza que a minha mãe não sabia disso! - A minha mãe nunca movimentou uma única nota durante o casamento, o meu pai geria tudo.

- Achamos que ela descobriu porque redigiu um documento em como tudo passaria para si em caso de morte e foi o que aconteceu.

- Todos os negócios dele? - Isso significa uma empresa de publicidade com renome por todo o mundo entre outros pequenos negócios que desconheço.

- Exceto a parceria com os hotéis Omar, no entanto tudo o resto e seu o problema é que se você não reclamar o que lhe pertence até a data de aniversário da morte da sua mãe, perde tudo.

- Eu não sabia que...

- O seu pai tinha interesse em manter segredo até prescrever a data do processo de herança, se você não fizer nada perde tudo. - Filho da mãe.

- Meu deus e o qual é o próximo passo? - Olho para os dois, parece que já falaram sobre isso entre eles.

- Abrir um processo na justiça com urgência, acho que conseguimos o congelamento da suas contas com efeito imediato e por consequência qualquer tentativa de venda ou negociação dos seus bens.

- Pode avançar com isso. - Eu queria arrasa-lo, eu e a minha mãe merecíamos isso.

- Sra Albuquerque não será um processo fácil vou precisar de ajuda de alguém que tenha conhecimento em direito empresarial e laboral.

- Faça isso vou arranjar uma forma de pagar todos os vossos honorários até que o processo termine.

- Vou fazer isso ainda hoje, estamos com um prazo muito justo. Preciso que me faça um declaração em como me autoriza a gerir o seu caso. - Nem que eu passe fome mas vo destruir aquele homem.

- Como posso fazer isso?

- Vou ver se tenho algum formulário por aqui!

Ele abre as pastas, há imensos documentos e fotos, o detetive seguiu Bruno todas estas semanas, uma das fotos chama a minha atenção e pego nela...

- Quando é que foi isto? - Olho chocada para a foto onde dois homens que bem conheço almoçam juntos.

- Dias antes de o seu advogado me contactar.

- Qual é a relação entre os dois? - Ele não me faria isto.

- Não é a primeira vez que se encontram e há movimentos na conta do Sr Smith, depósitos feitos pelo Sr Albuquerque.

- Posso ficar com esta foto? - Guardo a foto na bolsa com raiva.

- Sim mas não será prudente divulga-la antes que o advogado lhe ligue a confirmar a abertura de processo.

- Obrigado e por favor sejam céleres!

Assino o documento e saio daquele gabinete de rastos, Kevin e o meu pai? Ele escondeu isso de mim por todo este tempo? Sindo magoa, tristeza, traição fui usada é isso que aconteceu. Entro no carro e envio uma mensagem a Kevin a dizer que tinha de ir a Angra tratar de um assunto da empresa que tinha ficado pendente, avisei que passaria lá a noite para não conduzir tantas horas. Não queria vê-lo nem mesmo respirar mesmo ar que ele, falto, mentiroso, odeio-o com todas as minhas forças, alugo um quarto de hotel não muito longe, desligo o telemóvel e fico por horas a fitar aquela maldita foto, Kevin parecia descontraído do lado do meu pai. O pouco que dormi foi o suficiente para aguentar o novo dia, ligo o telemóvel antes do almoço, tinha dezenas de chamadas dos irmãos Smith, de Alice, Alonzo mas apenas um era importante, o do meu advogado, ele informava que o processo tinha sido aberto com carater urgente e tinha também recebido o email com toda a informação excelente podia agora explodir sem ter medo de me prejudicar. Tento comer no hotel antes de sair mas não tinha fome, estava com um nó na garganta, tudo o que queria era ver a cara do Smith quando perceber que descobri tudo, que a brincadeira chegou ao fim. Entro na empresa e ligo a Alice para autorizar a minha subida, quando as portas do elevador abrem no andar da administração ela olha para mim mas perde o sorriso no mesmo momento

- O que é que aconteceu para estares com essa cara?

- Ele está na sua sala? - Não dá para sorrir, estou puta da vida.

- Sim com Alonzo e Raphael.

- Ótimo assim ficam todos a par das novidades. - Quero ver se os outros dois idiotas também gozaram com a minha cara todo este tempo.

- Luna onde te meteste desde ontem?

- Explico depois amiga, agora o melhor é cancelares a agenda de Kevin para esta tarde e se ouvires gritos não te assustes.

- Estou a ficar preocupada Luna. - Ela fica de pé e toca na minha mão, Alice conhece-me.

- Eu entrarei em contacto contigo depois para falarmos com calma. - Afasto-me dela, ando para trás, não quero ser tocada qualquer gesto poderá fazer a bomba dentro de mim explodir e ela não merece isso.

Apaixonada Por Um SmithOnde histórias criam vida. Descubra agora