O dia amanheceu na mansão D'avila. Luísa se revirou na cama ainda sonolenta, sentiu um peso em cima dela, mas continuou dormindo até esse peso começar a pular. Espera aí.
— O que significa isso Olívia? – Luísa deu um pulo ao avistar a filha sentada em cima de suas pernas e pulando em cima dela sem parar.
— Bom dia mamãe! – Disse radiante exibindo um lindo sorriso de covinhas encantadoras.
— O que você tá fazendo aqui? Espera. – Olhou no relógio. – Olívia, são 6:30 da manhã. Que horas você acorda garota? – Luísa perguntou ainda sonolenta, coçando os olhos na tentativa de despertar.
— 5:30. Eu estudo de manhã. – Sorriu novamente.
— Você definitivamente não é normal, acordar 6:30 nas férias.
— 5:30. Ainda esperei uma hora pra vir te acordar. – Corrigiu Olívia.
— Você só pode estar de brincadeira comigo. – Luísa bufou deitando-se na cama novamente para dormir.
— Acorda mamãe. – Olívia a sacudiu novamente tentando despertá-la.
— Fala sério. É a Nancy que você vai perturbar todos os dias a essa hora da manhã?
— Sim. Ela me ajuda a me aprontar para escola e descemos juntas para tomar café. – Olívia explicou.
— Mas a Nancy não está aqui, então, ou você vai dormir ou vai fazer outra coisa de útil, me deixa descansar! – Luísa esbravejou sendo grossa com a garotinha.
"Fala sério. Eu não convivi junto com os galos quando engravidei dessa criatura. Pra que acordar cedo desse jeito?" – Luísa pensou.
— Está bem, mas me deixa dormir aqui com você? – Pediu Olívia já se deitando ao lado da mãe.
— Não. Vai pro seu quarto e não me irrita a essa hora da manhã. Você não vai querer saber o que pode acontecer com você. – Luísa ameaçou, mas estava tão sonolenta que mal podia raciocinar. Depois disso acabou pegando no sono. Nem percebeu que Olívia se deitou ali ao lado dela e pegou no sono também.
Para ela aqueles dias seriam muito especiais. Tudo que ela mais queria era passar um tempo com a mãe mas nunca tinha muitas oportunidades, ela realmente estava adorando tudo aquilo, tanto que nem estava se importando muito com o jeito bruto da mãe, já estava até achando engraçado.
Depois de algumas horas finalmente Luísa acordou, agora sim estava renovada. Tomou um susto ao dar de cara com Olívia dormindo ali ao seu lado, mas não teve coragem de acordá-la. Ficou ali alguns minutos observando a filha dormindo. Era uma criança linda, se parecia muito com ela fisicamente. A cor dos cabelos, dos olhos, pouco se via os traços de Marcelo, mas em compensação toda a personalidade da garota era do pai, o que irritava muito Luísa, pois ela queria lembrar o mínimo possível dele, mas era em vão, afinal era a filha dele também, não tinha pra onde correr.
Levantou-se e foi fazer toda sua higiene. Se trocou e foi acordar a filha que ainda dormia.
— Olívia acorda, vai se arrumar que eu preciso sair pra resolver umas coisas. E você vai comigo.
— Tá bom. – Olívia se levantou e foi direto para o seu quarto.
Luísa se impressionou um pouco com a facilidade da menina em acordar e se levantar. Não dava trabalho nenhum. Luísa sentou-se em sua penteadeira para se maquiar e dar um jeito em seu cabelo. Como estava de férias, não precisou vestir nada muito formal, apenas um vestido florido de verão e sandálias sem salto. Estava se arrumando quando viu o reflexo de Olivia no espelho. Tomou um susto. A garota sempre aparecia do nada sem ela perceber. Dali pro final do mês ela teria um infarto.
— Também quero passar batom. – Olívia disse mechendo na gaveta na tentativa de escolher algum.
— Mas não vai, você é muito nova pra isso. – Luísa tirou a mão da filha de dentro da gaveta.
— Toma. – Olivia estendeu uma escova de cabelos pra Luísa.
— O que? – Luísa perguntou sem entender nada.
— Penteia o meu cabelo ué. Eu não sei pentear sozinha, é muito grande. – Olívia tentou explicar o que pra ela parecia o óbvio.
— Ah... – Luísa paralisou durante alguns segundos. Ela nunca havia cuidado da filha assim, o que era uma vergonha. Pegou a escova de uma maneira desajeitada, virou Olívia de costas para ela e começou a escovar os cabelos ainda molhados da garotinha.
Depois que terminou, Olívia a surpreendeu com um abraço forte agarrando seu pescoço. Luísa não pode deixar de retribuir o abraço, sentir o cheiro da sua filha ali tão perto era tão bom. Como ela não fazia isso sempre? Mal se lembrava a última vez que havia feito isso. Por um momento cheirou seus cabelos e o vão de seu pescoço que estava próximo a ela. Fechou os olhos e se deixou levar, era um sentimento muito forte que percorria por todo seu corpo.
— Vamos descer para tomar café. – Disse assim que se afastou do abraço, ainda em êxtase pela sensação que havia sentido.
Depois que tomaram café, Luísa saiu com Olívia para resolver algumas coisas da empresa. Foi no cartório autenticar alguns documentos e jurou que a filha iria dar trabalho, porque de fato esses não são lugares agradáveis para crianças frequentar, porém se surpreendeu em como Olivia era tranquila, não deu um pio se quer e reclamou apenas de sede.
Depois que terminou de resolver as coisas, parou em um restaurante para almoçar
— Mãe, deixa eu ir brincar nos brinquedos? – Perguntou animada ao avistar o enorme e chamativo playground localizado no fundo do restaurante, separado apenas por uma enorme porta de vidro.
— Depois que você almoçar você vai ok? – Luísa disse já procurando uma mesa para se sentar e Olivia assentiu.
— Quero batata frita. – Pediu.
— Que escolha mais saudável Olívia. – Luisa ironizou e Olívia deu de ombros.
Assim que a comida chegou, as duas comeram e Luísa estava realmente curtindo aquele momento. Olívia a fazia dar muitas risadas entupindo sua boca de batata frita e sujando-a de molho. Depois de um tempo, Luísa permitiu que a filha fosse brincar um pouco enquanto ela fazia algumas ligações e enviava mensagens. Não percebeu quando uma pessoa se aproximou.
— Luísa?
Mas aquela voz ela conhecia muito bem, o que a fez estremecer dos pés a cabeça.
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O Amor Faz - Lucelo
FanfictionLuísa D'Ávila é uma grande, renomada e infeliz empresária. Vive pelo seu trabalho e quase nem se lembra que tem uma filha, Olívia. A mesma fora fruto do seu amor com Marcelo, do qual ela não gosta nem um pouco de lembrar. Nem se quer fez questão de...