O Amor Faz - Lucelo

Capítulo 30

Marcelo estava desesperado, não tinha ideia do que fazer. Pegou Luísa no colo e adentrou a mansão com ela ainda desacordada. A levou para o quarto e Olívia acompanhou, tamanho era o desespero da garotinha. Colocou Luísa sobre a cama e começou a chamá-la para ver se tinha alguma reação.

— Lu??? Fala comigo meu amor. – Marcelo disse passando a mão em seu rosto machucado. Também não pôde deixar de notar todos os hematomas no seu corpo e a sua roupa que estava rasgada.

— Mamãe, acorda!!! – Olívia a chamava e aos poucos ela foi abrindo os olhos. Marcelo respirou aliviado.

— E-eu estou em casa? – Luísa perguntou com a voz falha. Estava fraca demais.

— Sim meu amor, agora está tudo bem. O que aconteceu com você? – Marcelo perguntou afagando seus cabelos. Luísa olhou para Olívia que a encarava com dúvida no olhar e optou por não contar tudo à menina, ela não entenderia muito bem e ia ficar preocupada.

— Amor da mamãe, você pode ir pro seu quarto? Queria conversar com o seu pai, é assunto de adulto.

— Tudo bem mamãe... Mas a senhora vai ficar bem? – Olívia perguntou.

— Sim meu amor, por favor não se preocupe. Depois vou conversar com você, está bem? – Luísa disse baixinho e Olívia assentiu.

— Papai, cuida dela por favor.

— Pode deixar! – Marcelo disse forçando um sorriso e Olívia saiu do quarto, fechando a porta logo em seguida. – Está sentindo alguma dor, Lu? – Perguntou e Luísa negou com a cabeça. – Me diz o que aconteceu, por favor.

Luísa não conseguiu evitar o choro. As lágrimas corriam desesperadamente pelo seu rosto e ela se lembrava de cada coisa que Félix havia feito com ela. Tamanho era o nojo que estava sentindo.

— Antes de tudo eu preciso de um banho, estou me sentindo imunda. – Luísa disse tentando se levantar mas caindo na cama logo em seguida.

— Vem, eu te ajudo. – Marcelo pegou na sua mão e a guiou até o banheiro. Luísa não estava conseguindo andar direito, estava mancando.

Lá ele a ajudou a tirar a roupa que estava toda rasgada e logo depois a colocou debaixo do chuveiro. A banhou sem segundas intenções e depois a vestiu com um pijama confortável.

— Vou buscar remédios para você, esses hematomas estão bem feios e devem estar doendo muito. – Marcelo disse depois que Luísa já estava deitada.

— Não me deixa aqui sozinha, por favor. – Pede segurando em seu braço.

— Ei meu amor, calma. Você não está sozinha, eu juro que só vou pegar remédios pra você. Volto em um minuto.

Marcelo voltou com um analgésico e uma pomada. Passou a mesma por todos os hematomas no corpo de Luísa. Pegou um termômetro para medir a sua temperatura que felizmente estava normal. Logo depois Antônio levou algumas coisas para ela comer mesmo Luísa alegando estar sem fome.

— Lu, você tem certeza que não está sentindo nenhuma dor? Se você quiser eu te levo no médico agora mesmo.

— Tenho. Agora eu só quero ficar deitada aqui descansando. Amanhã a gente pensa em médico, já tá tarde.

— Tudo bem... Agora você pode me contar o que aconteceu? – Os olhos de Luísa se encheram de lágrimas novamente.

— A Débora, Marcelo. Ela mandou um cara me sequestrar porque pensa que eu tirei dela a vida que ela sonhava em ter.

— O que? Como assim? – Marcelo perguntou com os olhos arregalados ainda sem entender.

Luísa contou tudo o que se lembrava, desde a suposta reunião até a tentativa de estupro. Disse também que havia gravado toda a conversa e isso facilitava bastante as coisas. Marcelo estava chocado, sabia que Débora era perigosa mas não a esse ponto. Assim que amanhecesse Marcelo iria até a polícia relatar tudo o que aconteceu.