Capítulo 25

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— Não precisa se preocupar, aqui nessa escola minha filha não fica mais. – Luísa disse se levantando. – A transferência. – Luísa estendeu a mão para a diretora.

— Claro que ela não vai adimitr que tem uma filha selvagem. – Débora provocou se levantando e Luísa ignorou, não iria se rebaixar ao nível de Débora.

— A senhora tem certeza disso dona Luísa? Eu estou apenas seguindo as regras da escola, brigas aqui são inaceitáveis. – Argumentou a diretora.

— Só não quero que minha filha seja obrigada a estudar no mesmo ambiente que essa garota. – Luísa disse olhando para Marcela, que lhe mostrou a língua.

— Podemos trocar Olívia de sala.

— Pra quê? Pra quando chegar no intervalo a minha filha continuar no mesmo ambiente que ela, correndo risco de se machucar de novo? Olha o que essa garota fez, ela é perigosa! – Luísa cuspiu as palavras encarando Débora.

— Tudo bem, eu entendo. – A diretora suspirou derrotada. – Vou encaminhar a transferência e a suspensão. Aguardem na secretaria.

Luísa saiu com Olívia no colo e Débora arrastando Marcela. Débora estava tomada pelo ódio, não iria deixar aquilo ficar assim, então teve uma grande ideia, iria colocar coisas na cabeça de Luísa novamente, para ela se afastar de Marcelo. Quando já estavam na porta da secretaria aguardando os papéis, Débora começou as provocações.

— E então Luísa, quanto tempo não é? Quem diria que iríamos nos encontrar novamente. Não esperava que fosse nessa situação.

— Infelizmente eu tive o azar de te encontrar novamente, Débora.

— Incrível como as coisas são, nossas filhas sempre estudaram juntas, e nunca nem imaginamos isso. Que pena que elas não são amigas como nós fomos.

— Nós nunca fomos amigas, conclui isso depois do que você fez comigo. E graças a Deus que minha filha não tem a sua como amiga.

— É filha do Marcelo? – Débora perguntou encarando Olívia que estava sentada em uma das cadeiras do corredor. – Não parece muito com ele.

— O que está querendo dizer? – Luísa esbravejou entre dentes.

— Nada. Longe de mim. Quer dizer, vamos deixar essas desavenças de lado, não tire sua filha da escola. Irmãs tem que estar juntas, não devem brigar.

— Como assim irmãs? Você está louca? — Luísa questionou assustada.

— Não queria ter que lhe dizer isso algum dia, mas Marcela também é filha do Marcelo. Engravidei logo depois que você foi embora.

Luísa paralisou no lugar. Tudo começou a girar a sua volta. Marcelo havia mentido para ela, ele realmente havia tido um caso com Débora, mas não foi fraca e olhou debochada.

— Fala sério Débora, menos. – Luísa debochou mas por dentro estava quebrantada.

Débora havia mentido. Quando Luísa contou para ela que estava grávida, Débora já estava também. Quando Luísa pegou o resultado do exame, contou primeiro para Débora, e disse que iria fazer uma surpresa para Marcelo. Débora enlouqueceu ao saber que Luísa estava prestes a construir uma família com Marcelo, por isso resolveu destruir tudo chegando antes de Luísa e armando para que ela os visse juntos.

Débora não tinha certeza de quem era o pai da criança, pois naquela época havia ficado com vários. Então tentou dar o golpe em Marcelo, se ele caísse iria dizer que o filho era dele, mas Marcelo não caiu nas suas provocações. Débora ficou louca, era obcecada por Marcelo, tanto que colocou o mesmo nome em sua filha.

Luísa encarou Marcela e Olívia sentadas uma ao lado da outra, as duas com os rostos virados para não ter que se olhar. Luísa tentou achar alguma semelhança entre as duas, mas não havia. Assim que pegou o papel de transferência, saiu com Olívia sem dirigir mais nenhuma palavra a Débora, que ainda não tinha certeza se Luísa havia acreditado. Aquilo não iria parar por ali, Débora já estava planejando uma vingança desde que os viu no parque aquele dia, e também iria cumpri-la. Luísa passou na sala de aula, pegou as coisas de Olívia e foi pro lado de fora da escola.

— Mamãe, me desculpa. Por que você tá chorando? É por minha causa? – Olívia disse ao perceber as lágrimas rolando pelo rosto da mãe.

— Não é nada meu amor. – Luísa abaixou-se na altura de Olívia, segurando suas duas mãos. – Você sofreu esse tempo todo e nunca me disse nada. Por que? – Luísa questionou a filha afagando seu rosto machucado.

— Porque eu queria ser forte e superar isso mamãe. Não queria sair da escola e mostrar pra ela que eu tinha medo...

— Mas você não é obrigada a aguentar tudo isso meu amor.

Olívia agarrou o pescoço da mãe e todo o choro que havia segurado até aquele momento veio a tona. Olívia soluçava nos braços da mãe. Luísa sentou-se com ela no banco de madeira que havia ali na frente.

— Meu anjo... Se acalma, vai ficar tudo bem. – Luísa tentava consolá-la, sem evitar que as lágrimas caíssem sobre o seu rosto também.

— Ela me dizia tantas coisas feias, mamãe. Que você não gostava de mim porque não aparecia em nenhum evento da escola, dizia que eu não tinha pai também... – Olívia falava com dificuldade em meio aos soluços.

— Me perdoa meu amor. Perdoa a mamãe por tudo. Agora vai ser diferente, eu vou te colocar em uma escola bem legal, tudo vai mudar, você vai ver. – Disse dando um leve sorriso. – O seu nariz está doendo meu anjo? – Luísa perguntou preocupada.

— Não mamãe, o enfermeiro já me deu remédio. – Olívia respondeu e Luísa ficou mais tranquila quanto a aquilo.

Luísa resolveu ligar para Marcelo ir buscá-las, apesar de estar chateada com a palhaçada de ele ter uma filha com Débora. Assim que Marcelo chegou, se assustou ao ver o estado de Olívia. Perguntou o que havia acontecido, mas Luísa disse que explicaria depois. Marcelo achou Luísa estranha com ele Passaram na farmácia para comprar os remédios receitados pelo enfermeiro da escola e seguiram para a casa de Luísa.

Assim que entraram em casa, Luísa viu que Olívia estava com febre.

— Vou subir pra cuidar dela, dar um banho, um remédio e colocá-la pra dormir. Se quiser esperar pra conversarmos, fique a vontade. –Luísa disse ríspida, subindo com Olívia no colo.

— Eu vou esperar. – Marcelo disse sentando-se no sofá. Algo dentro dele o incomodava, não estava tudo bem e ele tinha certeza disso.

***

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