Capítulo 18

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Depois que saíram da galeria de Glória, Marcelo as levou em um restaurante para que pudessem almoçar, pois já estava na hora. Depois que almoçaram, Marcelo resolveu ir até o parque, já que havia planejado levá-las a um lugar somente a noite, estava sem ideia de onde poderia ir naquele momento.

Desceram do carro e Olívia saiu correndo em direção ao lago onde havia alguns patos e crianças por perto. Luísa sorriu ao ver que a filha estava feliz.

— Vamos sentar debaixo daquela árvore. – Marcelo disse apontando para uma grande árvore que fazia sombra ali perto. Luísa o acompanhou sentando-se logo ao lado dele. – Ela é incrível. Você fez um ótimo trabalho, a educou muito bem. – Marcelo disse enquanto olhava encantado para filha que brincava com algumas crianças em frente ao lago.

— Sou suspeita pra falar, ela é maravilhosa, mas é o caráter dela, o mérito não é meu. Olívia é uma criança generosa demais, ama as pessoas e ajuda sem querer nada em troca, me tira do sério as vezes com a agitação anormal dela, mas eu a amo demais. – Luísa sorriu orgulhosa também observando a filha.

— Eu a conheço há tão pouco tempo, mas já a amo com a mesma intensidade, como se eu tivesse presente em sua vida desde o início. – Marcelo ainda sorria, Luísa ficou um pouco sem graça diante de sua declaração, pois por mais que não admitisse, sentia uma parcela de culpa por esconder Olívia por todos esses anos.

— Já vai começar a falar do passado? – Luísa perguntou levemente incomodada.

— Não vou mais ficar remoendo o passado. Quero viver o agora e pensar no futuro. Tenho muitos planos pela frente e objetivos para concluir. – Marcelo disse desviando o olhar que estava em Olívia para Luísa.

— E qual seriam esses planos e objetivos? – Luísa perguntou curiosa.

— Digamos que vou ter um longo caminho pela frente. Mas o meu objetivo é te reconquistar, te mostrar que eu sou inocente. Meus planos? Bem, ter você e Olívia ao meu lado, as duas mulheres que eu amo, como uma família.

Marcelo encarou Luísa sorrindo e a mesma deu um sorriso de lado e abaixou a cabeça envergonhada com o que acabará de ouvir, suas bochechas acabaram corando novamente.

Luísa não sabia mais o que fazer, as declarações e toques de Marcelo eram cada vez mais intensas, remexendo cada vez mais com seus sentimentos. Antes parecia tão fácil ter domínio deles.

Luísa achava que sabia dominar seus sentimentos, mas a verdade era que isso acontecia apenas por estar longe de Marcelo, desde a sua volta, Luísa se viu uma mulher confusa e insegura, totalmente diferente da mulher fria e segura de si que ela mesma havia procurado se tornar.

— Já está vermelha de novo? – Marcelo brincou.

— Você não deixa passar uma oportunidade de me irritar mesmo né Marcelo?

— Você tem razão, eu não deixo passar nenhuma oportunidade de nada. – Marcelo disse e rapidamente encostou seus lábios no de Luísa, roubando um beijo rápido.

— Aí que raiva Marcelo! Como você é insuportável. — Luísa esbravejou. Assim que Marcelo se afastou, levou o dedo indicador até sua boca apreciando o toque. Era incrível, sua boca dizia uma coisa, mas seu corpo inevitavelmente lhe entregava.

— Não gostou do beijo? – Marcelo perguntou rindo.

— Não.

— Não é o que tá parecendo.

— Marcelo, eu não sei se consigo aguentar ficar perto de você até mais tarde. Você é totalmente desagradável.

— Mamãe, papai. Venham brincar comigo. – Olívia se aproximou interrompendo a discussão e puxando a mão dos dois para se levantarem.

Os três iniciaram um tipo de pega-pega, as risadas ecoavam pelo parque fazendo com que muitos parassem para observar a cena. Marcelo durante a brincadeira conseguiu alcançar Luísa e a pegou no colo rodopiando sem esforço algum. Luísa finalmente havia esquecido dos problemas por um instante e estava feliz, rindo.

Olívia observou a cena com os olhinhos brilhando, o seu desejo sempre fora ter uma família completa, e estava começando a se tornar realidade.

Olívia sabia que o pai e a mãe se gostavam, era perceptível, qualquer pessoa pensaria o mesmo ao vê-los juntos. Ali existia amor.

— Me solta Marcelo. – Luísa disse gargalhando enquanto Marcelo a segurava em seus braços. Sua barriga já estava doendo de tanto que ela estava rindo.

A brincadeira continuou, os três continuaram correndo pelo parque. Marcelo e Luísa pareciam ter a idade de Olívia. Estavam tão ocupados brincando que nem perceberam que uma pessoa os observava de longe.

Débora estava passando por ali e estremeceu ao ver aquela cena. O ódio percorria por todo o seu corpo, automaticamente fechou as mãos em punho, tentando descontar sua raiva ali.

O seu plano do passado de separar a família feliz não havia dado certo. Débora por um segundo imaginou a cena como se fosse ela no lugar de Luísa e as lágrimas cheias de rancor desceram pela sua face. Prometeu para si mesma que aquilo não iria ficar assim. Se ela não iria ficar com Marcelo, ninguém mais ficaria.

Marcelo, Luísa e Olívia sentaram ofegantes debaixo de uma árvore para descansar.

— Estou com muita sede. – Olívia reclamou levando as mãos a garganta que estava seca.

— Vou comprar água e já volto. – Marcelo se levantou indo em direção a uma pequena barraca que se encontrava ali perto.

— Me espera papai. – Olívia se levantou e correu atrás de Marcelo segurando sua mão assim que o alcançou.

Luísa permaneceu ali, pensativa. Ela estava feliz, por mais que dissesse ao contrário a felicidade havia tomado conta de seu coração.

Débora pensou em se aproximar no instante que Luísa estava sozinha, mas se fizesse isso, os seus planos não dariam certo. Ela agiria por trás, sorrateiramente sem ninguém saber que se tratava dela. Logo depois disso, foi embora, jurando voltar para se vingar dos dois. Débora pensou que Marcelo ficaria com ela depois de armar tudo aquilo no passado. Sempre fora apaixonada por ele, sempre teve inveja de Luísa, e fingia ser sua amiga para de aproximar de Marcelo, ele não a quis ver mais nem pintada de ouro depois do que ela causou a ele, o fazendo perder quem ele mais amava, que era Luísa.

Marcelo e Olívia voltaram segurando garrafinhas de água e Olívia com um enorme cachorro quente na mão. Luísa revirou os olhos, ela ainda não estava totalmente curada, mas resolveu deixar.

Ficaram ali sentados debaixo da árvore conversando por um bom tempo. Marcelo olhou no relógio e viu que já estava na hora de voltar.

— Precisamos ir trocar de roupa pra dar tempo eu levar vocês em um lugar quando anoitecer. – Marcelo se levantou estendendo as duas mãos para dar impulso para Olívia e Luísa se levantarem.

— Como assim? Você não mudou o passeio que seria a noite pra mais cedo? – Luísa perguntou confusa.

— Não Lú, eu falei com a Olívia que sairíamos pela manhã e a noite também. Pedi até que levassem uma roupa para trocar, e não ser preciso passar na sua casa de novo, porque é bem mais longe.

— Olívia! Pode ir me explicando essa história mocinha. – Luísa cerrou os olhos em direção a filha que se encolheu envergonhada, dando um sorriso sem graça.

— Desculpa mamãe, eu não te disse nada porque sabia que você não ia concordar.

— E você tinha razão, não iria mesmo. – Luísa esbravejou cruzando os braços.

—Ah mamãe, por favor. Vamos, vai ser legal. – Olívia disse implorando com os olhinhos brilhando.

O Amor Faz - LuceloOnde histórias criam vida. Descubra agora