cap.42

150 10 2
                                    

Anteriormente...

- de certa forma sim.- fala.
- que caralho de "de certa forma sim", eu quero um sim verdadeiro.- falo.
- ela tá muito preocupada com ele.- Ise fala.
- sinto informar, mas ele está em coma induzido.- fala.
- como assim? Ele parecia estar tão bem.- falo.
- ele teve uma parada cardiorespiratória, tentamos fazer com que ele voltasse em si, mas ele não respondia a nenhum dos procedimentos, então eu optei por coma induzido.- fala.
- ele vai acordar Mavi, você acordou.- Renatta fala.
- quais são as possibilidade dele acordar?- pergunto.
- muito pequena, pode demorar meses ou até anos pra isso acontecer.- o médico fala e eu saio de lá.

subo o morro, vou até a minha casa, pego minha moto e rasto pro topo do morro.

paro a moto, e vou até uma pedra achatada, e fico ali, abraçada a minhas pernas, olhando pro mundo.

Estamos propícios a morte, só precisa esperar por ela, ou causar ela.

- sempre previsível.- Victor fala.
- não sou previsível, você que me conhece demais.- falo.
- talvez seja, vai Mavi, quanto mais você vai segurar suas lágrimas?- pergunta se sentando ao meu lado.
- eu poderia tentar segura-las, mas é impossível.- falo com os olhos marejados.
- todos temos limites, e chorar às vezes faz bem.- fala.
- porque você ainda está aqui?- pergunto deixando algumas lágrimas cair.
- te fazendo companhia.- fala.
- porque aquele idiota tinha que está bem na frente da porra daquela arma? Porque ele é tão ridículo assim? Se ele estivesse vivo, eu seria capaz de matar ele só por me fazer ama-lo tanto.- falo deitando minha cabeça no ombro de Victor.
- ele...Esta vivo, de um jeito diferente, mas está vivo.- fala.
- você me entendeu.- falo.

Depois de uns minutos Victor foi embora, no caso, depois de eu quase acertar um tiro nele.

e eu fiquei até anoitecer, esse era o único lugar que me permito chorar, desde pequena eu vinha aqui, da pra ver todo o morro, e a cidade, me tranquilizava.

[...]

- Mavi.- Ise fala assim que abro a porta e me abraça.
- eu tô bem.- falo retribuindo o abraço.
- nunca mais sai sem falar pra onde vai.- fala.
- o Victor...- falo mas sou interrompida.
- ele te procurou por todo o morro, mas nem sinal de você.- Virgínia fala.
- não precisam se preocupar comigo.- falo subindo as escadas.
- vai ir dormir?- Ise pergunta.
- vou tomar um banho, e depois ir ao hospital.- falo.

Vou pro meu quarto, tomo um banho quente, fico um pouco mais debaixo do chuveiro, depois saio.

visto uma calça moletom cinza, uma camisa masculina preta, e calço uma melissa preta.

Faço um coque frouxo em meu cabelo, e desço.

- quer que eu te leve até lá?- Ise pergunta.
- não precisa.- falo e saio.

Vou andando até o hospital, me dava tempo pra pensar, e eu tenho que andar um pouco.

- Onde é o quarto do paciente Lucas Mendes?- pergunto a recepcionista.
- é parente do paciente?- pergunta.
- sou esposa dele e dona do morro, então tu me fala logo que eu tô sem saco pra você.- falo.
- me desculpe, é o meu primeiro turno aqui.- fala.
- qual é o bendito quarto?- pergunto.
- 114.- fala e eu saio.

Vou antes no quarto do Diego, não tinha visto ele ainda.

- quem é vivo sempre aparece né.- fala.
- como cê tá?- pergunto.
- tirando o fato de que eu levei um tiro, bem.- fala.
- certeza? sente isso?- pergunto e dou um soco de leve em seu braço.
- AAI! claro que sinto.- fala colocando a mão no local.
- nem doeu tanto assim.- falo.
- claro, não foi em tu.- fala.- como tá o Lucas?- pergunta.
- coma induzido.- falo.
- sinto muito.- fala.
- todo mundo sente muito.- falo.
- é melhor cê ir lá, sei que quer só não tá com coragem.- fala.
- eu vou ir lá.- falo e ele assente.

saio do quarto de Diego, indo para o de Lucas, que era no outro corredor, mas logo cheguei lá.

[...]

_____________________

capítulo um pouco
triste, com a notícia
de que Lucas está em
coma induzido...

...Mas pelo lado bom,
ele pode acordar

bjs meu

A dona da porra todaOnde histórias criam vida. Descubra agora