18- não tente explicar ou entender

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Ao entrar no quarto do Harry eu vi seus sapatos jogados no chão junto com o seu celular. Comecei a ficar preocupada já que ele estava completamente bêbado. Agachei-me para pegar o celular, mas assustei quando escutei um barulho vindo de uma porta, provavelmente a porta do banheiro. Como eu não tinha pensado nisso antes?

— Harry? — Eu disse me levantando e foi aí que eu escutei a porta do banheiro ser trancada. À medida que eu aumentava os meus passos eu fui escutando barulhos estranhos.

— Harry você está aí? — Indaguei preocupada. Escutei barulhos de quando uma pessoa está passando mal e aquilo me assustou.

— Ai meu Deus Harry! — Eu me pronunciei já levando a minha mão na maçaneta — Harry abre a porta! — Eu disse rodando a maçaneta mesmo sabendo que a porta estava trancada.

Vai embora. — A voz dele saiu fraca e trêmula.

— Não Harry! Abre agora ou eu acordo o hotel inteiro — Eu falei ao escutar ele vomitando com mais frequência.

Você não faria isso — Ele disse antes que passasse mal de novo — Eu estou mandando você ir embora — Ele falou, mas sua voz saiu fraca demais para me intimidar. Ele sabia que eu não era de fazer escândalos e era óbvio que eu não iria acordar o hotel inteiro.

— Harry eu vou ligar para os meninos se você não abrir — E então ele não fez nada, apenas ficou lá tossindo como se estivesse engasgando com o próprio vômito.

Peguei meu celular liguei para o Niall no viva-voz para que o Harry pudesse escutar, eu sabia que Niall não atenderia já que ele estava ocupado demais para isso. Não demorou nem cinco segundos até eu escutar a porta sendo destrancada então desliguei o celular o deixando no chão.

— Oh meu Deus! — Eu disse entrando correndo enquanto via o Harry agarrado ao vaso botando para fora todo álcool que havia tomado.

Levantei o meu vestido para que ficasse mais fácil de me sentar, Harry não iria perceber mesmo, ele estava bêbado demais para isso. Abaixei-me atrás dele e puxei seus cabelos para trás segurando-os enquanto seu corpo fazia força para colocar toda aquela substância indesejável para fora. Minha mão foi até o bolso do Harry, ele sempre levava uma daquelas coisas que amarra cabelo – buchinha, gominha, elástico... Tanto faz – Prendi seu cabelo já que as minhas mãos não podiam mais segurá-los, agora eu tinha que me preocupar com o seu corpo que estava fraco demais para se aguentar sozinho.

— Não queria que me visse assim. — Harry disse quase sussurrando entre um vômito e outro.

— Não fala nada — Respondi o segurando enquanto ele voltava a vomitar.

Harry parou de passar mal por alguns segundos, eu fiquei lhe segurando para que ele não se afogasse no vaso. Ele estava em um estado deplorável, praticamente com sua cabeça deitada no assento da privada o que estava me deixando aflita, já não conseguia mais segurá-lo assim. Ele não vomitava há um tempo, mas poderia voltar e então eu achei melhor continuar perto do vaso. Coloquei minhas pernas envolta do tronco do Harry e o puxei para trás fazendo com que ele deitasse em meu ombro, levei minhas costas até a parede para que me ajudasse a segurar o seu peso. Depois de alguns minutos eu comecei a ficar preocupada, ele estava de olho fechado o tempo inteiro, não falava nada e estava muito pálido.

— Harry? — Eu tentei acordá-lo.

O Harry era pesado e o seu peso sobre o meu corpo estava me fazendo sentir falta de ar. Foi aí que eu percebi que talvez não tivesse sido uma boa ideia ter o colocado em cima de mim. Eu tentei mais uma vez lhe chamar, mas ele não correspondia. Fui me arrastando tentando sair de baixo dele, à medida que eu ia saindo o seu corpo ia caindo então cuidadosamente eu lhe deitei no chão. Eu sabia que o Harry tinha passado por isso mais vezes, ainda mais nesse último ano que suas noites resumiam em mulheres e balada, mas eu tinha medo que ele tivesse algo mais sério como um coma alcoólico então eu simplesmente não poderia deixá-lo ali desacordado.

4 Months without youOnde histórias criam vida. Descubra agora