Golpe baixo

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Eu dormi nos braços do Harry enquanto ele via Tv. Sua mão esquentava o meu ventre, e sinceramente aquilo estava me deixando mais calma, estava ajudando a diminuir a dor. Eu acordei no quarto da Gemma no meio da noite, o efeito do remédio tinha passado. Tirando a dor, eu estava me sentindo tão bem, eu estava deitada no colo do Harry.

Ele estava dormindo como um bebe, apesar de estar quase sentado. O que indica que ele ficou me observando dormir. Me levantei tentando não acordá-lo. Eu fui até o banheiro para trocar o absorvente, depois eu voltei e me sentei na cama. Percebi que Harry tinha deixado um copo de água e uma cartela de remédio com um bilhetinho.

"Em caso de dor, beba-me"

Harry ficou tão preocupado, que chegou a ser fofo. Eu me derreti toda quando ele começou fazer de tudo para que eu me sentisse melhor, não dá para entender como ele pode ser tão fofo e cuidadoso em uma hora e de repente mudar totalmente. Eu tomei o remédio e me deitei novamente, mas dessa vez no travesseiro. Quando eu já estava quase dormindo, meu corpo começou a se contorcer, eu estava tentando achar uma posição boa sem ao menos perceber, eu estava sonolenta demais pra isso. Eu estava sentindo um incomodo e por tanto o que eu mais queria é que o remédio fizesse efeito.

Harry percebeu a minha agitação, e mesmo estando sonolenta, eu senti ele se deitando ao meu lado. Ele me puxou para mais perto e colocou sua mão em meu ventre de novo, me cobriu e se agarrou a mim. Isso muda tudo, isso faz a dor virar um nada. O seu ato de proteção, sua pele fazendo contato com a minha, seu corpo colado ao meu. Eu comecei sentir que faria qualquer coisa para passar por momentos assim novamente.

- Bom dia! - Harry disse quando eu estava descendo as escadas.

- Bom dia – eu disse sonolenta e envergonhada. Eu sei que não preciso ficar envergonhada em relação a isso mas eu não consigo. Eu não sou muito de me abrir sobre o meu ciclo menstrual com alguém, e o cisto resolveu se manifestar bem quando estávamos nos beijando, o que deixa as coisas mais constrangedoras ainda.

- Eu fiz café pra você – quando eu acabei de descer as escadas ele se aproximou da porta – eu...eu vou sair – eu achei que ele tomaria café comigo, mas tudo bem. Não vou me intrometer já que da última vez não deu muito certo. Dei um sorriso fraco e fui até a cozinha, escutei ele abrindo a porta mas não fechando. Me virei para conferir se ele havia esquecido de fechar, mas não, ele se virou para mim. Eu olhei para ele apreensiva.

- Hãm...- ele olhou para baixo sorrindo e depois voltou seu olhar ao meu – você quer vir comigo? - minha vontade foi de correr e pular no seu colo. Eu sei que é só boxe, mas para ele é muito mais que isso. Se ele me convidou, é porque ele está começando a quebrar a barreira que me impede de me aproximar.

- Serio mesmo? - eu perguntei com um sorriso enorme no rosto.

-Eu não vou perguntar de novo – ele sorriu um pouco sem graça. Eu corri até a sala e peguei minha bolsa.

- Não, nada disso. - ele retirou a alça da bolsa do meu ombro – se você vai comigo então eu vou te ensinar um pouco de boxe – eu mordi os lábios tentando conter um sorriso. - Suba e pegue alguma roupa apropriada. - eu me virei e comecei a subir as escadas. - e anda rápido antes que eu desista – e é claro que ele não poderia perder a oportunidade de ser mandão.

Eu não me sentia muito bem em ficar usando as coisas da Gemma. Talvez fosse a hora de começar a colocar uma muda de roupa na bolsa. Por não haver muitas roupas na pequena cômoda, eu fiquei meio sem opção e acabei colocando uma legging preta e um top de musculação que achei no fundo da gaveta. Joguei uma jaqueta esportiva por cima e desci correndo, levando muito a sério a possibilidade dele desistir da sua proposta.

4 Months without youOnde histórias criam vida. Descubra agora