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Thiago

Fechei o ziper da minha calça e observei ela fechar o botão da camisa.

-Meu nome é Karen. -ela sorriu.

-Não quero saber teu nome, tu foi só uma foda, vem com bagulho de nome não. -destranquei a porta e a deixei lá.

Corri os olhos pelo consultório, nada da Aisha, bufei e bati na porta onde o Murilo havia saido, ele abriu e me olhou curioso.

-Aisha tá ai? -ele riu.

-Ela foi embora faz uns trinta minutos, sei lá onde tu tava, já sabem até o sexo da criança. -cruzei os braços.

-E é menino ou menina? -ele deu de ombros.

-Aisha pediu pra não contar pra ela fazer chá de revelação. 

Dei meia volta, peguei meu celular e liguei pra Aisha, caixa postal. Passei a mão no rosto pensando na merda que eu fiz e onde caralho ela devia estar. Pensei em uma pessoa, sai do consultório e entrei no meu carro, dando partida e indo em direção a rocinha, torcendo pra Aisha não estar fazendo o que passava na minha cabeça.


Aisha

Revirei os olhos quando ele mordeu minha clávicula.

-Sai de cima menino. -bati em sua cabeça, ele riu. -Preciso ir embora. -falei ao pegar meu celular e ver algumas chamadas perdidas do Thiago, ouvi ALN bufar.

-Thiago? -concordei com a cabeça e me levantei.

Peguei meu vestido e passei ele pela cabeça, ajeitando o mesmo no meu corpo.

-Vai sem calcinha? -ele se sentou na beirada da cama e girou a peça no dedo, como se fosse uma hélice.

-Devolve ALN. -ele ficou sério.

-Alan Aisha. -suspirei e dei de ombros.

-Tanto faz, devolve, por favor. -ele jogou a calcinha em minha direção, a peguei no ar e a passei pela perna.

-Quer que eu deixe vocês duas no seu apartamento? -neguei.

-Melhor não, vou de uber. -ele me olhou.

-Cê que sabe. -me aproximei e dei um selinho em sua boca. -Obrigada por hoje. -ele sorriu.

Fui pra sala e vi que Kendra dormia no sofá, bufei e a peguei no colo, fui até a porta e abri a mesma com dificuldade.

Tentei descer o morro, levar a Kendra no colo e chamar um uber tudo ao mesmo tempo e sem descer rolando.

Ouvi alguém me chamar, virei pra trás.

-ONDE TU TAVA? -vi ele se aproximar, senti meu corpo inteiro arrepiar.


Thiago

A vi descendo o morro com a garota no colo.

-AISHA! -ela virou com um semblante de medo. -ONDE TU TAVA. -andei até ela, que começou a gaguejar algo. -Tu foi dar pro ALN, não foi? -apertei seu braço, Kendra se mexeu em seu colo e me olhou, com os olhinhos arregalados.

-Tio? -soltei o braço da Aisha.

-Vamo embora e a gente conversa em casa. -falei, peguei a Kendra no colo e fui em direção ao carro.

-Tá tudo bem tio? -ela me olhou curiosa, sorri.

-Tá sim, relaxa. -ela retribuiu o sorriso e deitou a cabeça em meu peito. 

Encostei no carro e esperei Aisha subir o morro novamente.

-Qual o sexo do bebe? -ela suspirou.

-Não sei. O Murilo não me disse, eu pedi pra ele não falar, Luana que sabe. -coloquei a garota no banco de trás do carro.

-Agora Luana vai parir meu filho? -ela revirou os olhos e entrou no carro, fiz o mesmo. Fomos o caminho todo em silêncio, até ela perceber que eu não estava fazendo o caminho habitual.

-Por que tu tá vindo por aqui? -ela me olhou.

-A gente vai voltar pro morro. 

-Não vamos não, cê tá doido? -apertei o volante.

-Eu falei que a gente vai voltar, tu não vai mais trabalhar. 

-LÓGICO QUE EU VOU. Não tô com vontade de ser sustentada por macho.

-AISHA! Tu tá com a minha cria na tua barriga, Guilherme me mandou mensagem hoje de manhã dizendo que tu tá no alvo da milicia e de uma caralhada de arrombado, a menos que tu prefira morrer a "ser sustentada por macho", ai te deixo na primeira esquina que tiver. -falei olhando pra ela, que suspirou e se encolheu no banco.

Levamos uns dez minutos pra chegar no morro, Aisha olhava pra fora triste, revirei os olhos ao ver Wanessa andando com um shorts minusculo. Aisha bufou.

Ao chegarmos em casa, Aisha desceu do carro e entrou em casa com a Kendra.

-Voltou meu amor? -Wanessa apareceu atrás de mim.

-Wanessa, vaza, quero ter que te bater não. -ela fez um muxuxu baixinho e saiu andando.

Entrei em casa e vi Kendra correndo pra lá e pra cá com um cachorrinho.

-Da onde essa porra saiu? -olhei pra Aisha, que parecia tão perdida quanto eu.

-EAI CARALHO! -Guilherme apareceu da cozinha berrando.

Aisha pulou meio metro de onde ela estava, o cachorro começou a latir e a Kendra a chorar, dei risada.

-Que qui tu tá fazendo aqui comédia? -dei um soco em seu braço.

-Vim trazer um presente pra pinguinzinha, vai que ela me deixa ser o padrinho da cria de vocês. -cruzei os braços.

-Pinguinzinha meu pau GL. -ele riu e foi até ela.

-E essa criança ai? -ele passou a mão na barriga dela.

Revirei os olhos e fui até a Kendra, pegando ela no colo e tentando acalmar ela, que logo parou de chorar e voltou a brincar com o cachoro.

-Ah, tá tudo bem com ele, ouvi o coraçãozinho dele, tu precisava ver, uma belezinha. -ela deu um sorriso enorme.

-Que bom, mas tô falando sério sobre ser padrinho, tu tá ligada que é nois né? -ela riu e o abraçou.

Revirei os olhos.

-Guilherme, tá comendo a Cloe ainda? -Aisha me olhou curiosa, depois olhou pra ele.

-Que história é essa caralho? -ela soltou dele e começou a fazer um monte de pergunta.

Fui em direção a porta mas senti algo puxando minha camisa.

-Tio, leva a gente também? -ela piscou os olhos enormes de jabuticaba dela com o cachorrinho no colo.

-Claro, dá a mão e vamo leva ele na praça pra ele correr um pouco. -ela sorriu e segurou minha mão.

Olhei pra trás, Guilherme e Aisha estavam sentados no sofá conversando. Fechei a porta.


EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEPORRA, mais um capitulo dessa novela mexicana do cacete, espero que goostem <3

Meu monstro -Vendida [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora