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Thiago

Não conseguia me mover pra ajudar ela, não sabia o que dizer, ou fazer.

-Luana cê tá bem? -o Felipe segurou o cotovelo dela.

-E..eu tô parecendo estar bem porra? 

-Porra cê você queria mijar eu te levava no banheiro caralho! -ele olhou pra baixo, me fazendo olhar tambem.

-A bolsa estourou seu imprestável!

-Serio que você vai se importar com sua bolsa enquanto cê tá com dor?

-As crianças vão sair seu otário!

-Como assim? Tá muito cedo para tá esses demônios nascerem.

-Demonio é você seu filha da puta. Eu tô assim por sua causa. AAAAAH! -vi ela apertar o braço dele.

-Ai desgraça meu braço porra, cê tem demência?

-Devo ter pra ter um filho seu, um não né quatro! Alguém me leva pra porra do hospital?

O Felipe pegou o radinho e começou a falar com um vapor, a dor passou.

-Ah muito melhor. 

-Cê tá melhor? Vô fala pro vapor deixar pra lá.

-Não caralho, deixa que eu vo sozinha até o postinho seu imprestável dos inferno!

Ela saiu andando, segurei seu braço antes que eu a perdesse e não tivesse mais chance de falar com ela.

-Luana.

-Que porra que você quer Thiago, não tô com paciência pra gente igual você.

-Eu queria te pedir desculpa, eu só não gosto que os outros se intrometam nas minhas coisas.

-Então você não serve pra ter amigos, eu me intrometi por que não quero ver aquela garota passando pelo o que eu passei, ter que morar a força na casa de traficante, depois se apaixonar e ter que sofrer vendo você comer as putas do morro, e mesmo sabendo que você nunca vai mudar ela ainda vai tentar, por que ela é boa demais pra você. Eu te desculpo sim, mas se você tratar aquela garota igual lixo na minha frente, pode se considerar proibido de sumir no morro. -ela apontou o dedo na minha cara.

-Olha Luana eu sei que você não entende o por que de eu ser assim, mas pode ter certeza que eu nunca vou mudar.

-Cê num muda por que não quer. -senti suas mãozinhas no meu rosto. -Mas se você um dia tentar eu tô aqui pra te ajudar.

Ela me deu um beijo na bochecha e saiu andando. Virei para olhar pra Aisha, ela estava sentada com a mão no rosto, me aproximei e sentei do seu lado.

-Me desculpa? -coloquei o dedo em seu queixo, a obrigando a olhar pra cima, vi que o lado onde eu havia dado o tapa estava bastante avermelhado.

-Isso é um pedido ou uma ordem? -ela sorriu irônica, bati a mão na mesa.

-Mano não precisa dificultar. -revirei os olhos, a fazendo rir.

-Tá de boa, precisa me usar pra comer a outra lá não. -ela retirou minha mão e voltou a olhar pra baixo.

-Caralho, não to te usando pra comer a Luana, até por que ela tá noiva de um parça meu, para de falar bos... -escutei alguns tiros, e logo depois fogos. -Porra.

Levantei e peguei o braço da Aisha, precisava deixar ela em algum lugar seguro. VI algumas pessoas correndo pra uma lojinha. Fui até lá enquanto Aisha perguntava pra onde eu tava levando ela, os barulhos de tiro iam ficando mais intensos. 

-Moça, ela pode ficar ai? -indiquei a Aisha com a cabeça pra uma senhora que estava chamando as pessoas para entrar, pra que então ela pudesse fechar.

-Pode sim, vocês dois podem ficar. -ela me olhou desconfiada.

-Ah, valeu ai, mas é só ela mesmo. -empurrei a Aisha pra dentro da loja e olhei pra ela desesperado. -Fica aí véi, me obedeça uma vez na tua vida.

Ela concordou com a cabeça e a senhora a levou pra dentro, vi uns moleque vindo em minha direção, entre eles vi o ALN.

-Monstro? -ele se aproximou.

-Tem nenhuma arma sobrando ai? -ele chamou um menor e pediu o fuzil dele. 

O menor jogou ela pra mim.

-Quem tá invadindo? -olhei em volta enquanto tentava procurar a Luana.

-Ainda pergunta? O morro do Dendê né véi, dá tempo pra conversar não, vamo pro topo do morro. -ele saiu andando.

Ignorei e fui na direção de onde a Luana tinha ido, ouvi um tiro alto, provavelmente bem próximo a mim, logo depois ouvi alguns gritos conhecidos em um beco próximo, fui até o mesmo e vi a Luana deitada no chão rodeada de sangue, enquanto o FH pressionava ferimento e respondia a loira. 

-Felipe!? -me aproximei dos dois. -Que qui aconteceu com a loira?

-Ela tomou um tiro, me ajuda porra! -ele gritou desesperado

Joguei a fuzil no chão e sentei do lado do FH lado, coloquei minha mão sobre a dele, para ele poder então fazer outra coisa enquanto eu pressionava o ferimento.

-Cê vai ter que fazer o parto aqui. -falei pra ele.

-Amor. -a Luana olhou pra ele, com as palpebras pesadas -Não dorme, cê consegue fazer força?

-A...acho que. -ela fez uma cara de dor. -Acho que sim.

Ele subiu o vestido dela e encarou por um segundo sua calcinha, ele abaixou a mesma e vi que havia um bagulho estranho saindo da buceta dela.

-Loira, faz força. -falei olhando pra Luana, ela apertou os olhos e contraiu sua intimidade.

-Me ajuda! Eles tão sufocando! -a Luana gritou chorando. -Eles tão me sufocando.

Ela levantou as costas do chão enquanto gritava de dor.

-Luana, fica calma, respira e depois faz força. -o segurei sua mão.

Notei que a loirinha estava perdendo as forças, e junto com a força também a consciência.

-Amor, amor, presta atenção. -ela abriu um pouco os olhos, o Felipe colocou a mão em seu rosto. -Por favor, não dorme, por mim, pelos nossos filhos, pela Sophia.

Ela fez força e gritou de dor, apertou minha mão enquanto empurrava.

-Eu não consigo, eu não consigo! -ela gritava enquanto tentava fazer força, mas falhava por sua consciência estar fugindo de suas mãos.

-Você consegue sim.

Ela forçou um pouco, vi a cabeça do bebê sair.

-Só mais um pouco loira. -olhei pra Luana e coloquei seu cabelo longe de seu rosto, que já estava suado.

Ela fez mais força e o bebê saiu.

-Qual vai ser o nome dela? -ele perguntou pra loira.

-Mirian. -ela falou fraca.

Tirei minha blusa e estendi pro Felipe, que pegou e enrolou a bebê, colocou ela no colo da Luana e a deu um beijo.

Voltei minha atenção pra loira, vi seus olhos se fecharem e sua respiração falhar.

-FH presta atenção caralho! -gritei e tirei a bebê de cima da Luana, e ela começou a chorar. -Shh.

Continuei a pressionar o ferimento com uma mão, e segurar a criança com a outra.

-FH, faz alguma coisa porra, cê vai perder os 4 se continuar assim. -ele me olhou perdido, vi lagrimas caindo. -QUE PORRA FH!

Coloquei a bebê no colo dele e comecei a fazer ressuscitação na Luana. 

-Vai chamar alguém! -ele me olhou e saiu correndo. -Não desiste ainda loira.


Oooooooi amores, mais um capitulo pra vocês, espero que tenham gostadooooo, i love u <3

Meu monstro -Vendida [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora