Capítulo 39

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   Assim que meu expediente chegou ao fim senti um alívio grande, minhas pernas doem e a vontade de se jogar na cama fica cada vez maior, hoje terminamos um pouco mais tarde porque hoje é sexta feita e todo mundo ta saindo e se divertindo e como de frente pra sorveteria tem uma pracinha já imaginam como deve estar lotado! Ainda bem que o meu horário não e a noite.

   Peço um uber e espero ele sentada em um dos bancos da pracinha não dá pra ficar em pé não estão doendo de mais de tanto ficar em pé atendendo as pessoas, quando chegou passei o endereço de casa e foi o caminho todo tocando música de uma rádio qualquer.

   Assim que cheguei em casa senti um alívio tão grande, paguei o motorista e já fui pegando a chave emprestada que peguei do Rafael já que ele está chegando mais tarde que eu, reviro os olhos, abro a porta e quando tranco vou direto pro quintal encontrando o Marley brincando na beira da piscina, na hora eu vou correndo até ele e puxando ele rápido pro meu colo.

— Faz isso comigo mais não meu amor, você não sabe nadar não. — Beijo seu focinho, coloco ele de volta no chão que senta no chão e fica me olhando. — Você não pode entrar na piscina! Você nem tamanho tem direito pra nadar!

   Ele late pra mim como se entendesse o que eu estaria dizendo, me abaixo e faço carinho nele que sai correndo pra um dos seus brinquedos, subo para o quarto e assim que abro a porta coloco minha bolsa no chão e vou na direção da cama me jogando. Nem fecho a porta deixo ela aberta mesmo, fecho meus olhos com força e suspiro forte.

— Preciso de um banho urgentemente! -Assim quando termino de falar a porta e fechada causando um barulho, tomo um susto na hora. — Meu Deus que susto!

Rafael-Desculpa te assustar achei que estaria acordada. — Me sento na cama ficando de frente pra ele, passo minha mão no rosto.

   Ele senta do meu lado da cama e passa a mão pelo meu cabelo, olho pra ele que solta um sorriso encosto minha cabeço no seu ombro.

— Eu estou muito cansada! Minhas pernas estão doendo de mais. — Digo baixo.

Rafael-Eu te entendendo, desculpa a demora hoje estava resolvendo alguns problemas...

— Ta tudo bem, eu preciso tomar um banho. — Eu levanto indo na direção do banheiro e encostando no batente da porta, Rafael levanta da cama indo pra sua escrivaninha e falando com alguém pelo telefone. — Rafael o que tanto você ta fazendo nesses dias?

Rafael-Nada de mais, só estou falando com alguns amigos meus resolvendo alguns problemas do time.

— Esses problemas dura mais que duas semanas? Faz duas semanas que você ta longe de mim.

Rafael-Desculpa princesa eu prometo tentar mudar. — Ele diz virando a cadeira e olhando pra mim.

— Rafael você já prometeu isso duas vezes! Não tem como você ficar prometendo as coisas que não sabe cumprir! — Digo já ficando com raiva.

Rafael-Se eu não resolver esses problemas não vai ter como eu te dar atenção! Mais que merda Emma.

— Nossa que demora tanto e essa pra resolver esses seus problemas? Dura quanto tempo você quiser Rafael! Vai ser feliz com a merda dos seus problemas.

   Entro no banheiro e bato com força a porta do banheiro ouço o barulho da porta fechando com força, encosto minha mão na pia e sinto as lagrimas descerem me encosto na porta e vou descendo devagar até encostar no chão, apoio minha mão na cabeça e aperto meu cabelo com força.

— Mais que merda! — Digo comigo mesma sentindo as lagrimas descer cada vez mais, e minha voz embaçada me faz ficar com mais vontade de chorar.

   Nem foi uma briga direito, mas ele tinha que me responder daquele jeito? Daquele jeito grosso  que ele nunca me respondeu? Nunca vi ele tão bravo na minha vida, porque sou tão sensível assim? Me sinto tão invulnerável agora!

   Solto meu cabelo e levanto do chão encostando na pia, me olho no espelho vendo meu rosto todo vermelho e meu nariz parecendo um pimentão.

— O que eu vou fazer agora? — Meu celular começa a tocar, abro a porta do banheiro não vendo ninguém no quarto.

   Pego meu celular que estava jogado em cima da cama e vejo pelo visor o contato da Sofie, sento na cama e passo minha mão pelo rosto.

Ligação ON

— Oie Sofie. — Digo com a voz baixa.

— Você e o Rafael brigaram não brigaram? Porque você não me mandou mensagem? Meu deus Emma!

— Sofie me deixa pode ser? Não estou com cabeça pra isso!

Ligação OFF

   Antes que ela pudesse falar mais alguma coisa eu desliguei na sua cara, meu deus! Não preciso da Sofie agora me enchendo o saco! Jogo meu celular na cama e vou na direção do banheiro, passo minha mão pelo meu cabelo e prendo meu cabelo.

— Estou cansada disso! — Abro todas as gavetas na esperança de achar alguma lamina perdida, mas vai em vão. — Mais que merda! Eu preciso...

   Encosto na porta e escorrego, abraço minhas pernas e fico olhando para o vaso sanitário. Foi mais de meses sem me cortar e vou deixar isso me vencer assim do nada? Eu não poderia fazer isso, ainda mais agora minha vida ta boa.

   Não vou deixar isso me vencer, não vou deixar que isso aconteça mais uma vez devido a uma briga boba que todo casal tem, isso é a coisa mais normal de todas, só nos alteramos um pouco, mas isso logo passa, pode te certeza. Tomar um banho pode me ajudar com isso, abro o registro do chuveiro e tiro minha roupa deixo meu cabelo solto mesmo, entro de baixo do chuveiro e me molho por inteira, fecho meus olhos, cruzo os braços e fico contando até dez de baixo do chuveiro deixando a água escorrer.

    Passo longos minutos parada de baixo do chuveiro até que decido sair, fecho o registro e me seco com a primeira toalha que vi no banheiro, visto uma roupa rapido e sento no vaso olhando pro chão, minha respiração começa a ficar acelerada, o banho não ajudou em nada! Fecho meus olhos e começo a contar novamente.

— Meu deus! — Meu celular volta a tocar, esse povo não me deixa em paz! Abro a porta do banheiro com tudo e pego meu celular em cima da cama, um número desconhecido.

Ligação ON

— Alo?

— A Julie aqui Rafael saiu da minha bravo muito bravo!

— Fala logo Julie! Para de enrolar.

— Mais que bosta ele sofreu um acidente por culpa sua, acho bom você saber aguentar essa dor porque ele não está nada bem!

— Não pode ser...

Ligação OFF

   Saio do banheiro rápido até a minha bolsa no chão do quarto e procuro pela minha capinha antiga do meu celular, na minha cabeça só passa que foi culpa minha cada palavra a frase que ela falou não sai da minha cabeça.

— Porque eu fui brigar com ele? Eu deveria ter entendido, mais que bosta! — Quando acho minha capinha antiga procuro por minha lamina, quando finalmente acho vou para o banheiro.

   Tudo passa pela minha cabeça cada momentos juntos me faz sentir cada vez mais culpada por uma coisa que eu fui mesmo culpada, sinto um ódio dentro de mim mesma por ter deixado isso acontecer e não ter tido paciência.

   Sento no vaso com o lamina na minha mão, e como se ela estivesse me chamando depois de tanto tempo sem ela, eu não iria deixar ela ganhar assim... ou iria? Sinto como se todo meu mundo fosse desabar sobre mim mesma, como se a culpa estivesse tomando cada parte do meu corpo e acabando comigo a cada segundo e destruindo todo meu coração que já estava se reconstruído de novo.

   Passo a lamina devagar no meu braço sentindo arder um pouco, faz um bom tempo que não faço isso! Passo uma, duas, três, quatro vezes e vai cada vez mais, quando percebo que fiz um estrago gigantesco nos meus dois braços começo a chorar, chorar cada vez mais como se fosse uma criança que ficou sem doce no final da festa.

   A porta do banheiro e aberta com tudo, na hora solto a lamina deixando ela cair no chão sujando todo o tapete de sangue.

— Me desculpa... sou uma péssima...

A suicida e o PopularOnde histórias criam vida. Descubra agora