Capítulo 24

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   A porta de casa foi empurrada com tudo, André sai de dentro de casa com as mãos pra cima, olho pro Rafael que continua sem entender nada.

   Minha mãe sai de dentro de casa com uma arma apontada pra André, isso ñ pode estar acontecendo consigo ouvir daqui os dois gritando igual loucos, os vizinhos começam olhar pela janela e sair pra fora de casa.

Rafael-fica aqui Emma, eu vou ver o que tá acontecendo ali. - Ele coloca a malinha em cima do carro, por impulso seguro no seu braço não deixando ele ir pra frente de casa onde tá os dois.

- Não Rafael fica aqui, deixa que eu resolvo isso eu conheço esses dois muito bem. -Digo entregando o cachorrinho no seu colo.

Rafael-Você tem certeza? Não quero que você se machuque.

-Não vou me machucar, não se preocupa com isso. -Dou um sorriso forçado e começo a caminhar na direção dos dois que ainda continua gritando.

Mãe-EU TENHO QUE FAZER ISSO.

André- Você não precisa fazer isso, eles não podem mandar em você.

Mãe-Eu tenho que fazer isso, eu quero viver por muito tempo ainda...se eu não fazer isso eles me matam.

André-NÃO FAZ ISSO!! -Fico sem entender nada do que eles tão falando.

-Mãe, presta atenção aqui em mim não faz isso.

Mãe-O QUE VOCÊ TA FAZENDO AQUI?? NÃO ERA PRA VOCÊ ESTAR NA ESCOLA??

- Isso não interessa mas eu peço que você solte essa arma e presta atenção aqui em mim. -Tento me aproximar dela que aponta a arma pra mim.

   Meu coração começa a acelerar, sinto um arrepio todo passar pelo meu corpo talvez essa seja meu última dia ou vou ficar viva, não sei ao certo, minha mão começa a suar frio de tanto nervoso só de ver uma arma apontada pra minha cabeça.

-A baixa essa arma mãe, por favor... -Digo fechando meus olhos, as lágrimas começam a descer.

André-Você sabe que não precisa fazer isso, dá essa arma aqui pra mim. - Quando eu abro os olhos vejo ela chorando, ela joga a arma no chão.

   André corre até ela dando um abraço, me viro pra Rafael que ainda tá segurando o cachorro, deixa o coitadinho dentro do carro e vem correndo até mim, assim que ele chega perto coloca as mão na minha bochecha.

Rafael- Ta bem Emma? Eu vi tudo de longe, mas não sabia se eu me aproximasse ela iria atirar em você.

-Por um momento achei que ela iria mesmo atirar em mim. -Digo olhando pra ele, Rafa limpa as lágrimas que ainda insistiam em descer.

Rafael-Agora você aceita a ideia de se emancipar? - Ele solta uma risada fraca.

-Olha, isso é uma ótima ideia agora! -Rio junto com ele, ele segura na minha mão.

Mãe-EMMA AQUI AGORA. -Reviro os olhos, e me solto dele.

-Posso ir pra sua casa? Não quero ficar aqui, depois disso tudo que aconteceu.

Rafael-Eu espero no carro, vou ter uma ótima campainha. -Diz dando um sorriso e indo na direção do carro.

   Sinto um pouco de medo depois do que aconteceu, se ela tem uma arma ela pode fazer alguma coisa a mais. Vou na sua direção e assim que chego perto observo sua respiração acelerada.

-Pode falar. -Digo cruzando os braços.

Mãe-Rafael não vai embora?

-Ele tá me esperando, preciso sair agora. - Vou na direção de casa, entro dentro de casa e subo as escadas correndo.

   Vou na direção do meu quarto e pego minha mochila que está dentro do meu guarda roupa e começo a pegar algumas roupas, coloco dentro da mochila e vou pro meu banheiro pego meus produtos de higiene e coloco de tudo da mochila junto.

Mãe-Você não vai sair desse quarto até a hora que eu mandar. -Olho pra ela que está parada encostada na porta olhando todos os meus movimentos.

-Eu não posso e não quero ficar aqui, você quase atirou em mim!

Mãe-MAS EU NÃO ATIREI, VOCÊ NÃO VAI PRA CASA DO RAFAEL.

-Para de gritar pelo amor de deus. -Digo me virando de costas pra ela e sentindo as lágrimas descer, perto da minha mãe eu fico tão invulnerável. 

   Me viro pra ela de volta que ainda estava me encarando de braços cruzados, faço não com a cabeça e fecho a minha mochila.

- Eu vou pra casa dele, e eu quero me emancipar. -Ela fica vermelha na hora, como se tivesse soltando fogo pelas orelhas.

Mãe-Você não vai fazer isso, eu não vou deixar isso acontecer.

-VOCÊ NÃO QUER SE LIVRAR DE MIM?? VAI SER UMA ÓTIMA COISA AGORA!

Mãe-EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ SAIR DESSA CASA.

-VOCÊ VAI SIM, NUNCA VI UMA PESSOA QUE ME ODEIA TANTO COMO VOCÊ. -Limpo as lágrimas que desciam. -Eu achei que em algum dia eu poderia ter uma família normal, mas percebo que isso vai ser em vão.

   Quando peguei a mochila junto com o meu celular e alguns documentos ela vai direito para a porta e tranca a porta, isso não pode tá acontecendo.

   Corro na direção da porta, bato com força e começo a gritar na esperança que alguns dos dois abra a porta pra mim, mas nada acontece continuo trancada dentro do quarto.

- Eu não posso ficar trancada aqui dentro, eu vou sair daqui!

   Olho no meu quarto em volta na procura de conseguir um jeito de sair do meu quarto e fugir pra ir pro carro do Rafael.

-Eu consigo, eu vou sair daqui e ir pro carro do Rafael. -Ando de um lado para o outro tentando ter algum ideia, sento na minha cama e olho pra janela.

   A janela! Isso mesmo, eu vou pular pela janela não deve ser tão alto assim ao ponto de quebrar alguma parte do meu corpo. Coloco a mochila nas costas, meu celular no meu bolso atrás do short e abro a janela.

   Tá bom, talvez isso fosse um pouco alto demais, mas consigo segurar em alguns lugares e descer de boa...Eu acho né.

A suicida e o PopularOnde histórias criam vida. Descubra agora