Capítulo 1

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Acordei super feliz, hoje faço 17 anos e, apesar da minha febre estar muito alta ultimamente, nada estragará o meu aniversario. Abri meus olhos e fiquei observando meu quarto, ele tinha as paredes rosa bem claro, com uma estante de uma madeira bem clarinha perto da porta do meu banheiro, minha escrivaninha igual a estante embaixo da janela, que dava vista para uma floresta linda que fica atrás da minha casa, com o meu note da Minnie e alguns quadros em cima dela, uma poltrona branca na frente da estante para que pudesse ler meus livros queridos e minha cama que ficava de frente para a porta do quarto. Simplesmente perfeito, como eu sempre sonhei. Eu e minha mãe nos mudamos pro Canadá a pouco mais de um ano por causa do seu trabalho, foi difícil abandonar o calor aconchegante do Brasil para vir para o frio congelante mas nada que eu não possa me acostumar certo?

Quando eu estava pensando em levantar minha mãe abre a porta do meu quarto com uma bandeja enorme de café da manha.

— Parabéns minha princesa

— Ah, obrigada mãe – Disse eu enquanto ela colocava a enorme bandeja no meu colo e se sentava na poltrona. Olhei para a bandeja, ela estava cheia das coisas que eu mais gostava de comer, chocolate quente, ovos com bacon, marshmallows e muitas coisinhas a mais que eu amo comer. – Não precisava...

— Ai filha claro que precisava. Agora coma logo e se vista para o colégio – Disse ela rindo da cara que eu fiz quando falou que eu teria que ir pro colégio. – Menos vai... Hoje é sexta, pense bem, amanha não tem aula. – Tentou me animar

— Mas não to a fim de ir pra escola hoje...

— Sem mais mocinha você vai sim.

— Ok mãe...

Terminei de comer meu "singelo" café da manha, que estava delicioso como sempre fui tomar banho. Assim que acabei, fui rapidamente me trocar, coloquei uma blusa de manga comprida de lã azul, uma calça jeans e um all star preto. Peguei minha mochila, coloquei alguns livros nela e desci as escadas. Lá em baixo tinha um bilhete da minha mãe:

Filha tive que sair mais cedo, você sabe... meu trabalho é um pouquinho corrido. De noite estou de volta. Te amo.

Às vezes tenho pena da minha mãe, ela trabalha muito para me sustentar. Acho que me esqueci de contar quem sou... Bem, sou Christina Lawnt. tenho 17 anos e sou adotada. Minha mãe se chama Sophie e me adotou quando eu tinha mais ou menos uns 3 anos. Ela me disse que minha mãe verdadeira havia morrido em um acidente e meu pai teve que cuidar de mim e mais 3 irmãos cujo Sophie não sabia nada. Meu pai não sabendo como sustentar-nos pediu a minha mãe, que fazia uma pesquisa na cidade em que eu nasci (ela também não me falou o nome, acho que por medo de me perder, não sei) e ela ficou comigo. Enfim, eu sou morena, tenho mais ou menos 1,67 de altura e meus cabelos são lisos até a metade das minhas costas. Totalmente o contrario de minha mãe, que é branca como a neve, loira de olhos verdes e cabelos enroladinhos.

Olhei no relógio e vi que faltavam poucos minutos pra primeira aula. Legal, vou chegar atrasada de novo... Estranhei que o bilhete era meio pesadinho, olhei no seu verso e vi que tinha uma chave de carro, estranho... Tirei a chave que estava grudada com durex e vi outra mensagem:

Você já havia feito as aulas, certo? Então como merece, seu "brinquedinho novo" esta lá na garagem, sua carteira de motorista esta no porta luvas caso precise. Aproveite, feliz aniversario filha.

Dei um gritinho de felicidade e fui correndo pra garagem e não acreditei no que eu vi. Era um volvo vermelho, o carro que eu ficava paquerando toda vez que saia com minha mãe e passávamos na frente da concessionária. Não acredito que ela havia comprado essa carro pra mim. Nota mental: Lembrar-se de abraçar minha mãe ate os olhinhos verdes pularem pra fora. Corri pra dentro do carro, coloquei minha mochila no banco do passageiro, abri a garagem com um botão que tinha na chave do carro, mamis pensando em tudo mesmo, pus o cinto de segurança, liguei o carro e fui em direção à escola.

Não demorou muito e lá estava ela. Estacionei rapidamente, por incrível que pareça hoje havia vaga, peguei minha mochila e fui pra sala pois logo o sinal iria bater. Sentei no meu lugar e logo chegaram Josh e Anny, meus únicos e melhores amigos na escola. Eles eram irmãos gêmeos, branquinhos como ninguém, só perdendo para minha mãe, tinham o cabelo castanho e os olhos caramelados. Umas figuras esses dois.

— Bom dia lady Cris – Disse Josh pegando minha mão e beijando a palma dela – Feliz aniversario senhorita. – Completou ele fazendo gracinha

— Bom dia milorde Josh – Fiz reverência – Obrigada nobre senhor, muito educado de sua parte – Rimos em seguida

— Nossa, comeu um dicionário Cris? – Disse Anny rindo de nós.

— Legal, bom dia pra você também Anny... – Fingi estar triste

— Own minha linda, bom dia – Ela fez aquela voz de quem está falando com um bebê, sabia que me irritava – Ta, parei. Feliz aniversário mulher. Ai minha garotinha cresceu... – Fingiu limpar lágrimas e depois riu. Mandei um beijo pra Anny e depois comecei a rir também. Josh não tinha parado de rir da nossa conversa ainda, bobão. Acabou que os três estavam rindo que nem idiotas. Amo esses dois, nhaa.

Logo a aula começou e, assim como todas as outras, foi um tédio só. Ainda bem que a Anny sempre estava tagarelando alguma coisa ou o Josh fazia alguma gracinha que nos fazia rir e acabávamos levando bronca de algum dos professores, fora isso tédio total.

Assim que acabaram as aulas, nós três ficamos conversando mais um pouco e logo fomos para nossas casas. Cheguei em casa, minha mãe, claro, não tinha chegado ainda. Fiz um miojo pra comer (não gosto de cozinhar ok?), assisti um pouco de tv, fiz algumas lições e fui mexer no computador. Depois de algumas horas comecei a sentir um cheiro doce, mas não era um doce bom. O cheiro era tão doce que deixava meu nariz irritado e fazia minha temperatura subir mais do que o "normal", já que minha febre estranha não saia da casa dos 39º. Estranha eu não ter tido uma convulsão ou algo do tipo ainda... O que será que esta acontecendo? Olhei pela janela e vi um vulto branco passar na floresta, mas ele estava longe e muito rápido para que eu pudesse ver o que era aquilo. Assim que o vulto sumiu, o cheiro ficou mais fraco, quase que imperceptível. Deixei pra la e voltei pro meu computador. Mas várias perguntas começaram a rondar minha cabeça. O que era aquele vulto branco que eu vi? Por que aquele cheiro me deixou um tanto enjoada de tão doce? Por que minha temperatura anda tão quente? Será que isso tem haver com a minha verdadeira origem? E a pergunta que chegou e não saiu mais de minha cabeça: Quem eu realmente sou?

She Wolf  // Seth ClearwaterOnde histórias criam vida. Descubra agora