Capítulo 2

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Essas perguntas, por mais que eu tentasse tirá-las da minha cabeça, ficaram me rondando até minha mãe chegar. Assim que ela entrou em casa, eu senti aquele cheiro doce estranho, meu corpo deu um leve tremor. "Estou ficando louca, só pode". Sai do meu quarto e fui até a sala, onde estava minha mãe. Conforme eu fui chegando na sala o cheiro foi ficando cada vez mais forte, minha mãe não estava sozinha. Com ela, havia um homem que eu nunca tinha visto na vida. Ele pele branca parecendo porcelana, aparentava ter uns 40 anos no máximo, seus olhos eram castanho escuro, mas havia um toque de falsidade em seu olhar, a cor de seus olhos não parecia ser real. Era como se ele estivesse usando lentes de contato, pois era possível observar uma espécie de fundo em tom avermelhado. Seus cabelos eram de um castanho perfeito, ele era de uma beleza sobrenatural.

Quando vi o jeito que ele olhava minha mãe, de uma forma que parecia que ele iria devorá-la a qualquer momento, isso me incomodou. Algo dentro de mim dizia que ele era perigoso e que eu deveria proteger minha mãe dele, ele deveria sair da minha casa e nunca mais voltar. Meu corpo começou a tremer mais, era como se eu estivesse em um terremoto e se espalhado por todo o meu corpo de uma maneira que eu não conseguia entender. Era como se eu fosse explodir a qualquer momento. Sem que eu percebesse, eu estava soltando um som estranho. Seria isso um rosnado? Eu devo estar delirando. Não é possível.

Antes que minha mãe ou aquele estranho perigoso, segundo aquele.. "instinto", me vissem eu voltei pro meu quarto correndo, indo direto pro banheiro. Liguei o chuveiro no frio, louca eu? Eu nem pensava mais, só precisava parar isso de algum jeito. Entrei embaixo da água gelada de roupa e tudo, depois seca, a cada segundo que sentia a água congelante no meu corpo quente o tremor diminuía, era tranquilizante...Fiquei nisso mais uns minutos, até o tremor chegar a quase não existir mais e sai do banheiro. Me sequei, coloquei as roupas molhadas penduradas e fui me trocar. Coloquei um moletom e uma camiseta, tomei coragem e desci as escadas de novo. Chegando na sala, vejo o homem sentado no sofá e pelo jeito minha mãe está na cozinha fazendo o jantar. Esse cheiro ainda vai me fazer vomitar, certeza disso. Passei pela sala sem ao menos olhar para ele e fui pra cozinha falar com a minha mãe.

– Oi mãe. – Disse seca. Odiava ser assim com ela, mas eu não conseguia me controlar mais, meu corpo havia voltado a tremer de leve e minha temperatura também aumentou.

– Oi filha, o que houve?

– Eu que te pergunto o houve, quem é esse cara sentado no nosso sofá? Quando ia me contar? Pensei que não escondia nada de mim. – Disse demonstrando desgosto.

– Só seja educada ok? Depois conversamos. – Ela me disse enquanto me deixava sozinha na cozinha e ia arrumar a mesa para o jantar. Estou vendo que esse cara já esta começando a mudar a minha mãe. Por um momento senti como se fosse perdê-la, espero que seja só um pressentimento. Respirei fundo e fui para a sala. Esse cara estava me dando nos nervos, sinceramente. O cheiro dele já estava impregnado na minha casa, iria ser difícil tirar esse odor das minhas roupas. Mal sai do chuveiro e ja quero tomar outro banho para tirar qualquer resquício de mim. Ficamos sentados na sala, com um silêncio que me deixava cada vez mais incomodada, acho que minha mãe também sentiu a mesma coisa porque logo falou alguma coisa.

She Wolf  // Seth ClearwaterOnde histórias criam vida. Descubra agora