Capítulo 44

606 37 0
                                    


Querida Cris, presumo que em breve vamos nos encontrar. Já é do meu conhecimento que em pouco tempo haverá uma grande guerra onde você habita atualmente. Porém, creio que podemos antecipar nosso encontro tão esperado, não acha? Que tal nos encontrarmos daqui a duas semanas, na casa onde você viveu nos últimos três anos? É muito provável que não queiras aceitar. Então vou apenas dar-lhe um aviso. Um lembrete. Ao sair daqui, sem mais nem menos, deixou para trás, mais do que suas lembranças. Deixou pessoas que suponho que ame por mais que algumas dessas possam ter deixando-a magoada. Então, lembre-se, para o seu bem e dos que você ama, estou falando de Sophie e do seu querido Josh, estarei te esperando na parte de trás de sua antiga e amada casa, aqui no Canadá. E caso esse último aviso não tenha sido claro o bastante, fique sabendo que se não vier, seus amados iram morrer de uma forma cruel sabendo que isso está acontecendo por sua causa.

Com amor, do seu eterno Stevan

O bilhete acabou de chegar amarrado a uma única rosa vermelha. Isso já foi longe demais. Primeiro Sophie, e agora Josh? Meu melhor amigo não tinha nada haver com essa história e estava pagando. Isso não pode ficar mais desse jeito. Não posso ficar sem fazer nada. Eu não aguento mais essas ameaças constantes, tenho que ir ao encontro dele para acabar com essa loucura.

Assim que leu a carta Seth quis ir hoje mesmo resolver tudo o mais rápido possível, mas ainda havia o problema com os Volturi também e além do mais se Stevan marcou uma data quer dizer que ele se esconderá até o dia para não correr nenhum risco.

Ontem ao sairmos da oficina nos reunimos na casa dos Cullen para discutir o que seria o sensato a fazer e o que pareceu a melhor opção foi juntar o máximo de aliados possível para testemunharem que Nessie não é uma criança imortal. Pode não ser o suficiente, mas ainda assim é o que temos. Edward, Bella e Nessie vão começar a procurar pessoas hoje e Carlisle já entrou em contato com outros. Várias viagens, contatos e muita paciência serão necessários.

Como se isso não fosse trabalho o suficiente, a maioria dos amigos sanguessugas que virão se alimentam de humanos, então ainda há a preocupação para que nenhum se alimente nas redondezas.

– Amor, vamos logo falar com o Jake. - Falei enquanto pegava minha bolsa.

Seth apenas calçou um tênis e fomos rapidamente para a casa dos Cullen, onde Jake passava quase todo o tempo possível.

Esme nos recebeu como sempre simpática e com aquele tom maternal que ela naturalmente possui. Alguns olhos vermelhos nos encararam quando entramos e alguns narizes franzir, mas ninguém se atreveu a falar nada. Encontramos Jake sozinho brincando com Nessie em um dos quartos no andar de cima.

–Jake.

– O que aconteceu? - Ele já ficou alerta

– Isso chegou agora a pouco - falei enquanto entregava o bilhete - e apesar de ter todo esse problema com os Volturi quero resolver isso logo, portanto, nós vamos a esse encontro.

Jake leu a carta e disse:

– Não gosto nem um pouco da ideia de você ir a esse encontro, mas eu sei que é necessário, então eu permito, mas o Seth não vai poder ir, porque ainda preciso falar com Sam para ajudar a manter um olho atento nos vampiros que estão chegando e nos outros que ainda vão chegar e não, isso não está aberto a discussão. Sinto muito, mas é a única opção. – Assim que Jacob parou de falar, senti Seth apertando minha mão mais forte, como se não quisesse me deixar partir, acariciei a palma da sua mão com meu dedo, numa tentativa de transmitir-lhe calma, mesmo todos sabendo que tal coisa era impossível no momento. Assenti para Jake e puxei Seth para fora do quarto, antes que ele falasse alguma coisa.

Assim que saímos da casa dos Cullen e fomos para a floresta, Seth segurou meu braço com delicadeza e me virou, deixando-me de frente para ele.

– Cris, você não vai. Vai? – Ele perguntou, era possível ver a aflição estampada em seus olhos, assim como o medo e o desespero. Suspirei, me preparando para dar a resposta, desviando meus olhos, evitando seu olhar. – Cris? – Ele pegou no meu queixo e fez com que eu encarasse-o. – Por que quer tanto ir?

– Pessoas importantes para mim estão sendo ameaçadas Seth. Eu preciso mesmo ir. Se algo acontecer com elas, eu... Eu não sei o que faria... – Seu rosto ficou sério. Não era isso que ele esperava ouvir, seu sei. Mas não posso fazer nada, é realmente necessário que eu vá. – Por favor, meu amor, não faz essa cara, não dificulte as coisas pra mim.

– Eu até te entendo Cris, eu só... – Ele suspirou – Eu tenho tanto medo de te perder... E eu estou com uma sensação horrível de que esse medo está prestes a se concretizar, só de pensar nisso eu – Coloquei o dedo em seus lábios, silenciando-o.

– Shiii, não fale nisso. Não vai acontecer nada comigo tudo bem? Eu vou encontrar o Stevan daqui alguns dias e vou voltar sã e salva. Vou me comunicar com você todas as noites em que eu estiver fora.

– Mas Cris, dependendo da distancia nós não ouvimos nossas mentes. Lembra o que aconteceu com você quando... – Não deixei que ele terminasse de falar.

– Na verdade os meninos não conseguiam me ouvir. Eu ouvia cada pensamento seu. Só não falava nada, pois, precisava pensar muito naquela época.

Depois disso, Seth ficou calado, como se estivesse digerindo a informação. Fomos para casa em silêncio e ficamos assistindo filme, antes de irmos para a ronda. Aproveitamos e fomos falar com Sam. Como eu era beta e tinha sangue alfa no meu sangue, Jake acabou dando essa "missão" para mim. No início foi um pouco complicado explicar que os Volturi estavam vindo atrás dos Cullen, e consequentemente de Jake, junto com o motivos dessa "visita". Porém ele acabou entendendo e ainda falando que seu bando iria lutar também, afinal, o propósito de nós, transformos, era proteger qualquer humano dos sanguessugas.

Havia se passado praticamente duas semanas. Hoje é o dia de ir para o Canadá, encontrar-me com Stevan, precisava ir antes, pois levava uns dias para chegar até minha antiga casa, mesmo estando em forma de lobo. Nesse momento, estou na orla da floresta, com Seth. Jake havia acabado de se despedir de mim.

– Cris, promete que vai tomar cuidado e se comunicar comigo todos os dias? – Disse Seth pela milésima vez, desde que saímos de casa nessa manhã.

– Seth, você sabe que eu vou – Ele me interrompeu.

– Prometa. – Disse sério.

– Eu prometo. Amor, você não acha que isso não é.

– E vai voltar o mais rápido possível sã e salva para nós, principalmente para mim? – Ele perguntou, me interrompendo novamente.

– Prometo. Você já havia feito-me prometer isso hoje...

– Sempre é bom relembrar... – Ele ficou quieto. Depois de breves minutos, ele pegou minha cintura e acabou com o espaço entre nossos corpos, dando-me um abraço de urso. – Não estou pronto para te deixar ir... Se ao menos eu pudesse ir com você... – Ele disse beijando o topo da minha cabeça.

– Eu também não quero te deixar, mas é preciso. E Jake tem razão, você tem que ficar, se nós dois nos ausentarmos nosso bando, que não é grande, fica muito desfalcado. Mas logo eu estou de volta ok? – Ele assentiu levemente. Ficamos abraçados por mais um tempo até que me dei conta que se não fosse naquele instante, não iria nunca. – Amor, preciso ir... – Falei devagar. Ele deu um suspiro de frustração.

– Volta logo tá? – Ele aproximou seu rosto do meu, roçando seu nariz na minha bochecha, depois encostando nossos lábios, começando um beijo calmo, de quem tenta gravar o momento por um tempo longo. Nos separamos ofegantes após um tempo e ficamos com nossas testas coladas, recuperando o fôlego. – Eu te amo. – Disse ele por fim.

– Eu também te amo. – Dei-lhe um longo selinho e me afastei de seu corpo, antes que desistisse de ir.

Tomei uma distância considerável segura e me transformei, fazendo minhas roupas virarem trapos. Peguei minha mochila de viagem, cheia de roupas e com um pouco de dinheiro, para emergências com a boca, dei uma ultima olhada em Seth, que me fitava com afinco, despedi-me de Leah, Quil e Embry, que estavam transformados, e corri em direção ao Canadá. Aos poucos suas mentes sumiram da minha cabeça e tive uma grande sensação de estar sozinha. Agora sim, eu tinha certeza de que ia acabar um esse assunto de uma vez por todas, nem que essa seja a última coisa que eu faça.

She Wolf  // Seth ClearwaterOnde histórias criam vida. Descubra agora