Capítulo 13

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Billy se ajeitou na cadeira, suspirou, olhou para mim e para Jake, que a essa altura segurava minha mão, prevendo o que estava por vir, e começou a falar.

– Amigos, antes que começar com a nossa reunião de costume gostaria de dizer algumas palavras. Eu não tenho palavras para descrever esse momento de tanta alegria para minha família. Todos sabem que, há alguns anos atrás, minha mulher, Sarah, e eu sofremos um acidente de carro, que me fez ficar nessas cadeiras de rodas e acabou tirando a vida da minha esposa. Mas o que muitos não devem lembrar é que nós não tínhamos três, mas quatro filhos. Minha caçula foi adotada quando tinha quatro anos por uma pesquisadora que passou uns meses aqui, e como eu não tinha como cuidar dela por conta da minha condição e minhas filhas mais velhas estavam longe, apenas queria o melhor para ela então eu acabei deixando-a ir. Mas parece que o destino nos deu mais uma chance e trouxe a nossa Cris de volta, espero que vocês façam com que ela se sinta em casa novamente.

– E como você chegou? Porque pelo que eu acho, você é menor de idade.

– Bem, isso já é uma longa história... – Disse eu, olhei em volta e, em todos os rostos, o que eu via era a mesma expressão curiosa, me incentivando a falar. Bem, acho que não tenho outra escolha, pensei. Comecei a contar tudo para o pessoal, demorou um pouco, mas no fim eu consegui contar tudo para eles. Eu só não disse que Sr. Swan me deu um tiro, nem que Victória havia me atacado, creio eu que isso é assunto apenas para o bando.

Depois da minha longuíssima história, meu pai começou a contar as lendas. Curiosa, escutei todas com muita atenção, afinal, era a primeira vez que as ouvia. Cada uma tinha algo de impactante, como a da terceira esposa, que acaba morrendo para ajudar o seu amado, achei essa atitude uma demonstração de amor verdadeiro muito grande onde se é capaz de tudo para que seu amor fique a salvo.

Assim que as lendas acabaram, alguns foram comer, outros conversar ou eles eram os meninos, que ficavam fazendo aposta de quem come mais ou "lutando". Eu e Leah ficamos só observando aquelas crianças com alturas enormes fazendo bagunça. Sue, como preferiu ser chamada, chamou Leah e eu fiquei sentada olhando o pessoal. Mas não fiquei só por muito tempo, logo os meninos pararam de badernar e se juntaram a mim.

– Então Cris. – Disse Embry – Como está sendo seu primeiro dia aqui em La Push?

– Ah, eu estou gostando muito, aqui é muito bonito sabe, pena que eu não me lembre muito... – Sorri.

Fiquei conversando com Embry e os outros sem nem perceber o tempo passar quando sinto um cheiro que não pertencia a ninguém que estava no começo da fogueira, ele era amadeirado como o do Jake só que mais fraco, acho que pela distância em que ele se encontrava, e muito melhor, bem, pra mim. Parei de falar no mesmo instante e fui a procura do dono do cheiro, olhava para todos os lados, mas não conseguia encontrá-lo. Estava distraída à procura do cheiro quando uma voz nova apareceu:

– E ai gente, desculpa a demora. – Ouço uma leve risada – O que eu... Perdi.

– Ah, perdeu as lendas – Começou Jake - e o discurso do Billy sobre... Ah, que droga... – Protestou Jake, me tirando do mini transe. Olhei para Jake e percebi que ele olhava para a direção da voz desconhecida até então para mim.

Fiz como Jake e acompanhei o seu olhar. E no instante em meu olhar encontrou o do "desconhecido" meu mundo parou e um milhão de coisas vieram para a minha cabeça ao mesmo tempo.

Flash Back on –

– Oi, qual o seu nome? – Pergunto para o menino que está sentado do meu lado.

– Seth – Ele responde tímido – E o seu?

– Christina, mas pode me chamar de Cris. – Sorrio pra ele, que retribui.

– E quantos anos você tem? – Perguntou Seth.

– Três – Respondo mostrando a quantidade com os dedos. - e você?

– Eu também – ele diz sorrindo.

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Estava em volta da fogueira brincando com Seth quando uma mulher muito bonita se aproxima da gente.

– Oi Seth, quanto tempo hein? – Ela bagunça seus cabelos enquanto ele ri – Quem é essa garotinha linda? – Sorrio tímida

– Ela é a Cris, minha namorada. – Ele beija minha bochecha, me deixando corada, pega minha mão e sai correndo comigo envolta da fogueira.

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– Cris, você não pode ir... – Diz Seth já com os olhos vermelhos por causa das lágrimas.

– Eu não posso ficar... Eu tenho uma nova mamãe agora...

– Mas a minha mãe podia ser a sua mãe também... – Ele diz baixinho.

– Cris, está na hora de ir! – Chama Sophie.

– Tenho que ir Seth... – Digo segurando minha lágrimas.

– Não! Você não pode ir! – Ele começa a gritar e chorar, fazendo Dona Sue ter que levar ele pra dentro de casa.

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"É como a gravidade. Toda a força dela muda. De repente não é mais a terra que te prende aqui, é ela. Você faria qualquer coisa, seria qualquer coisa que ela precisasse. Um amigo, um irmão, um protetor."

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– Sinceramente, eu acho que nunca quero ter um imprinting. Não quero ser obrigada e amar uma pessoa...

Flash Back off –

Levantei bruscamente tentando me livrar desse transe louco, tento dizer alguma coisa, mas a única coisa que consigo dizer é seu nome, ao mesmo tempo em que ele diz o meu. Então ele se lembrou de mim também...

Pisco algumas vezes tentando voltar a realidade e percebo que estamos os dois parados feitos dois loucos um olhando para o outro enquanto as pessoas, a nossa volta nos observam como se o que estivesse acontecendo fosse algo incrível. Mas, na realidade, o que aconteceu? Concentro-me e a única palavra que vêm a minha mente me assombra. Imprinting.

Não, não e não, eu não posso ter um imprinting, não agora. A coisa que eu mais temia aconteceu, por que? Eu não estou pronta para isso, eu não quero ter um imprinting, só a hipótese de amar alguém já me deixa assustada, imagina ser obrigada a isso. Dou um passo para trás, me afastando de Seth, viro-me de costas e me preparo para sair daquele lugar, quando sua voz chama meu nome.

– Cris, espera. – Diz ele. Respiro fundo, tomo coragem e viro em sua direção. – Você... Você lembrou de mim? – Pergunta ele. Em sua voz, a esperança podia ser notada, mas em seu olhar, ela estava totalmente exposta. Percebi que ele não era mais a criança inocente que eu conheci há anos atrás, essa criança tinha se tornado um homem, e que homem... "Christina! Não é hora de ficar pensando nessas coisas!". Respirei fundo, não conseguia dizer nada, minhas palavras simplesmente não saiam da minha boca.

Senti lágrimas se formando nos meus olhos, eu não merecia estar passando por isso, não depois de tudo o que passei para chegar até aqui. Virei de costas novamente e deixei as lágrimas molharem meu rosto. Respirei fundo e sai correndo sem direção, só querendo sair daquele lugar, pedindo com todas as minhas forças que o que aconteceu fosse apenas um sonho. E, antes se sair, disse apenas uma frase tão baixo que só quem tem audição apurada poderia ouvir.

– Eu nunca esqueci.

She Wolf  // Seth ClearwaterOnde histórias criam vida. Descubra agora