Fragrâncias

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Yifan terminou de colocar a última caixa no caminhão que as levaria para o depósito. Levaram os últimos dois dias para reorganizar tudo e finalmente haviam acabado. Levou as mãos em frente ao seu rosto e as esfregou uma na outra, procurando as esquentar com o atrito, já que a brisa gélida matinal estava um pouco mais fria do que o comum.

Já estava quase entrando na delegacia quando sentiu seu celular vibrar em seu bolso. O pegou e desbloqueou, vendo uma mensagem particular de Huang Joon. Franziu o cenho enquanto clicava na mesma e a esperava carregar.

"Você pode vir aqui em casa? Preciso de ajuda."

Sentiu um leve aperto em seu peito ao pensar que algo de errado teria acontecido. Respondeu apenas um "estou a caminho" e enquanto caminhava até seu carro, mandou mensagem para Minseok, o explicando que teria que resolver algo e pedindo para ele repassar os chamados para Yixing.

Não demorou a chegar na residência dos Huang, estacionando na porta e olhando ao redor, observando apenas uma caminhonete prateada do outro lado da rua. Andou até estar na porta da casa e bateu a campainha, esperando um pouco até que ela fosse aberta pelo alfa.

— O que aconteceu, Joon? — perguntou preocupado.

— Eu sei que você deve estar ocupado, mas será que poderia dar uma olhada naquela caminhonete? — pediu. — Desde que voltamos para casa ela está ali parada e o motorista não para de encarar a nossa casa, dia e noite. Já até o vi tirando algumas fotos... — explicou. Yifan suspirou, olhando para a caminhonete. Já estava ali mesmo, não custaria nada.

— Vou ver o que posso fazer... — disse.

Caminhou até a caminhonete e quando se aproximou, bateu fraco na janela do motorista, que logo foi aberta por um ômega de cabelos castanhos que Yifan já conhecia há algum tempo.

— Posso te ajudar, xerife? — o ômega perguntou, com seu tom debochado de costume.

— O que você está fazendo, Byun? — questionou.

— Correndo atrás da minha matéria, ora! — riu. — Bem, não correndo, mas você me entendeu. — deu de ombros.

— Não tem matéria nenhuma pra você aqui. — respondeu, curto e grosso.

— É claro que tem! E está dentro daquela casa. — apontou para a residência dos Huang, onde Joon os observava. — Já posso até ver a foto daquele ômega estampando a primeira capa, pensei no título ser "Vítima ou culpado?", o que acha, xerife?! — perguntou, com o sorriso afiado observando o xerife, que suspirou mantendo a calma.

— Eu acho que você deveria ir embora. — sugeriu.

— A rua é pública e ficar nela não é crime. — pontuou, arqueando as sobrancelhas.

— Invasão de privacidade é. — rebateu. — Vá! — ordenou.

Baekhyun bufou.

— Ok... — disse por fim.

Yifan se afastou do carro, assistindo o ômega fechar a janela e ligar o veículo, começando a se locomover até sumir da vista do lúpus. Kris respirou fundo, voltando para o Huang que ainda estava parado na porta.

— Pronto!

— Obrigado, Kris! — sorriu. — Eu acabei de fazer café, entra e toma um pouco... — propôs. Yifan ia recusar mas o olhar do alfa o fez aceitar.

Sabia que Joon queria agradecê-lo por trazer o filho de volta e no fundo não queria perder a chance de poder rever o mesmo. Nos últimos dias, Yifan passava na casa dos Huang para ter notícias sobre o ômega, mesmo que o outro parecesse o evitar ao máximo, já que sempre que estava ali Zitao se trancava no quarto e não saia enquanto não fosse embora. Independente de estar apenas na porta, o lúpus podia sentir o leve aroma de Zitao vindo de dentro da casa e seu lobo interior ansiava por sentí-lo mais. Os alfas se sentaram na mesa da sala de jantar e o Huang o serviu uma xícara de café.

Selvagem [wyf+hzt]Onde histórias criam vida. Descubra agora