O sabor dos seus lábios

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A pequena lúpus suspirou fazendo um biquinho devido ao tédio. Estava sentada no sofá abraçando uma almofada macia enquanto olhava para o desenho repetido que passava na televisão. Zitao percebeu o desânimo de Jennie e riu baixo olhando para a garota, sem querer comparando a expressão facial da mesma com a que Yifan fazia.

— O que foi? — questionou sorrindo.

— Eu já assisti esse episódio! — reclamou. — E não tem nada para fazer...

— Sabe, quando eu tinha a sua idade eu não ficava parado em frente a televisão.

— E o que você fazia, Taozi? — Jennie se aconchegou no sofá para olhar o ômega.

— Bom, na maior parte do tempo eu brincava com o tio Junmyeon. — sorriu ao se lembrar. — Nós fazíamos de tudo, uma vez nós fizemos pulseiras combinando e dissemos que eram pulseiras da amizade, e fingíamos que elas nos davam super-poderes. — riu e Jennie sorriu.

— Uma vez a professora ensinou a gente a fazer uma coroa de flores! — a Wu disse animada. — Eu dei de presente para o papai e ele disse que adorou. — falou orgulhosa e Zitao sorriu ao imaginar o alfa usando uma coroa de flores. — Me ensina a fazer uma pulseira? — pediu.

— Claro! — concordou. — Mas... nós não temos os materiais aqui e já tá' tarde para comprar... — comprimiu os lábios. — Amanhã eu prometo que nós vamos comprar e fazer as pulseiras, pode ser? — sondou e Jennie concordou com a cabeça.

— Então... o que mais você fazia? — perguntou curiosa.

— Eu lembro que nessa época eu estava aprendendo a cozinhar...

— Você pode me ensinar? — pediu com os olhinhos brilhando. — O papai não sabe fazer uma comida tão boa igual você faz. — falou baixo como se fosse um segredo.

— Claro que eu te ensino! — sorriu. — O que você quer aprender primeiro?

— Hum... — fez uma carinha pensativa. — Nós podíamos fazer um jantar muito muito bom para o papai!

Tao ponderou. Já fazia uma semana que fazia o possível para evitar Yifan depois do ocorrido na delegacia. Sabia que estava errado em agir dessa forma e sabia que o alfa estava arrependido, mas de certa forma o pensamento do alfa o chateou. Poucas pessoas que passaram por algo assim o entenderiam, afinal, sua família fora destruída por alguém e não fazia nem ideia do porquê. Sabia que Yifan não pensou direito no que estava falando e era claro para si que o alfa jamais faria algo do tipo.

No fundo, também se sentia um pouco culpado por estar evitando o lúpus e queria se desculpar por isso além de, é claro, conversar com o alfa sobre o que o incomodou para que pudessem se resolver. O Wu sempre fora compreensivo e respeitoso consigo e sempre foi claro que estava aberto a conversar consigo independente do que fosse. No fundo, Tao julgou seu próprio comportamento como sendo um pouco infantil e queria se bater por isso, e talvez um jantar seria uma boa ideia para que as coisas se resolvessem.

— Vamos fazer o prato preferido dele, que tal?

— Vamos! — Jennie se levantou animada, caminhando até a cozinha.

Zitao riu antes de desligar a televisão e se levantar também, indo atrás da garotinha.

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— E eles viveram felizes para sempre. — Yifan terminou de contar a história para a filha, que já estava sonolenta. — Fim.

— Boa noite, papai... — Jennie disse com os olhinhos fechados.

— Boa noite, princesa! — o alfa sorriu se levantando.

Yifan guardou o livro e ajeitou o cobertor, depositando um beijinho na testa da pequena alfa e apagou o abajur em seguida. O quarto de Jennie escureceu e a única luz que entrava nele vinha do corredor. O Wu mais velho já estava caminhando até a porta quando ouviu a filha o chamar baixo:

Selvagem [wyf+hzt]Onde histórias criam vida. Descubra agora