O cio de um ômega

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— O quê? — a pergunta saiu em um suspiro.

— Você está no cio, Zitao. — repetiu.

A respiração do Huang estava acelerada e seu corpo parecia queimar. Suas mãos soavam frio e suas pupilas estavam dilatadas. Yifan evitava se aproximar do ômega, mas Zitao podia ver o tormento nos olhos vermelhos do alfa.

— Não! — negou, balançando a cabeça avidamente. — Não posso...

Reuniu todas as forças que tinha para dar alguns passos para trás, tropeçando em seus próprios pés. No entanto, antes que caísse em cima da pequena mesa atrás de si, a mão do lúpus agarrou seu braço direito. Se surpreendeu ao que o alfa o puxou como se seu peso não fosse nada. Seu corpo bateu contra o do lúpus e o braço do mesmo circulou o seu corpo com firmeza, o prendendo contra si.

A mão livre do alfa pousou em sua mandíbula e o polegar acariciou seus lábios finos, testando a maciez. Os olhos vermelhos estavam presos nos seus e as sobrancelhas do alfa estavam franzidas. Os dedos seguraram seu queixo com delicadeza e o forçou para cima, fazendo o ômega erguer a cabeça, deixando seu pescoço a mostra.

O rosto do Wu se aproximou da pele sensível exposta, soltando um rosnado baixo. O nariz de Yifan encostou em sua pele quente e Zitao se remexeu levemente incomodado pelo contato gélido da ponta do nariz do alfa. Um arrepio percorreu sua espinha e sua pele se arrepiou quando o lúpus respirou fundo, aspirando seu cheiro.

— Bom... — escutou o alfa dizer, a voz mais rouca que o normal antecedendo um rosnado baixo do mesmo.

Kris demorou alguns segundos — que pareceram horas para Zitao — cheirando o pescoço do ômega, antes que seus lábios tomassem o lugar de seu nariz, roçando-os na pele sensível. Trilhou um caminho imaginário até a boca do mesmo, roçando seus lábios por todo o percurso até alcançar os lábios finos.

Os lábios de Zitao estavam entreabertos tentando puxar o máximo de ar que conseguia e o Wu podia sentir a respiração do mais novo batendo em seu rosto. Umedeceu os lábios encarando a boca do outro, sedento para prová-la. Roçou os lábios carnudos nos do ômega, notando-o estremecer contra seu corpo.

As mãos do Huang passearam por seus braços e descansaram em seus ombros. Um suspiro escapou da boca do mais novo. Tao sentia o calor de Yifan contra si e aquilo era estranhamente bom. O cheiro de sândalo alcançou seu olfato e um som escapou de sua garganta, algo que nunca tinha feito antes; um rosnado. O som produzido pelo menor fez Kris soltar um leve gemido.

Rosnados de ômegas eram excitantes.

As pontas dos dedos fizeram uma pressão nos ombros do lúpus ao que Tao sentia uma queimação se concentrar em sua virilha. As sobrancelhas franziram em impaciência quando tentou impulsionar seus lábios contra os do alfa, porém Yifan o surpreendeu afastando seu rosto por alguns centímetros tentando resistir ao ômega. De fato, um pequeno lapso de lucidez passou pela cabeça do lúpus, sabendo que uma vez que tocasse Zitao daquela forma ele só pararia quando o ômega estivesse tremendo impotente em seus braços após fodê-lo até que ele estivesse saciado.

A tentativa de resistência do Wu arrancou um murmúrio desconexo do mais novo. Contudo, antes que pudesse repetir o ato os olhos azuis se arregalaram ao perceber uma espécie de líquido espesso escorrer entre suas nádegas, molhando sua roupa. Sua respiração falhou ao que retomou a consciência da situação que se encontravam.

— Yifan! — sua voz saiu desesperada.

Kris franziu as sobrancelhas, captando o cheiro de lubrificação natural do ômega. Seu lobo não gostou nada do tom usado pelo ômega que agarrou o tecido de sua camisa e engoliu em seco levemente trêmulo, mostrando claramente que o mesmo estava com medo. Realmente, Tao estava com medo. Não de Yifan, mas de si mesmo. Nunca havia passado por aquela situação e a forma que seu corpo reagia lhe assustava.

Selvagem [wyf+hzt]Onde histórias criam vida. Descubra agora