No calor de um abraço

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Yifan abriu a porta ainda sonolento, dando de cara com um alfa e uma ômega com feições desesperadas lhe olhando.

— Senhor Huang? — perguntou, arrumando a camiseta do pijama em seu corpo. — O que aconteceu?

— O Zitao sumiu! — Joon disse, sendo amparado pela amiga.

Não demorou muito para que o lúpus raciocinar e despertar por completo, sentindo seu lobo se apavorar. Pediu que os mais velhos entrassem e sentassem no sofá, sendo atendido. Conseguiu sentir um leve aroma de bebida vindo do Huang, franzindo o cenho ao se perguntar o porquê aqueles dois estavam juntos àquela hora da noite.

— Como assim? — questionou, sentindo seu corpo formigar.

— Eu fui no quarto dele de madrugada e ele não estava lá. — o alfa explicou. — Procurei na casa inteira e nem um sinal dele.

— E onde a senhora se encaixa nessa história? — o Wu perguntou para a Kim, que pareceu levemente desconcertada ao perceber as circunstâncias que estavam.

— Eu liguei para ela, pedindo ajuda. — Joon respondeu pela ômega, que apenas concordou.

— Sabemos que o tempo mínimo para dar alguém como desaparecido é de 48 horas, mas é o Zitao... — a Kim falou, atordoada. — Nos ajude, Yifan?... — pediu.

— Eu vou. — o lúpus afirmou. — Mas não posso deixar a Jennie sozinha.

— Eu fico aqui, para o caso dela acordar. — a ômega ofereceu e Yifan assentiu.

— Vou com você! — Joon levantou abruptamente, se aproximando do xerife que respirou fundo, sentindo o cheiro de bebida de forma mais intensa, confirmando sua suspeita.

— Não. — negou a ajuda. — Você não está em... condições. — falou, vendo o mais velho arquear as sobrancelhas, entendendo o que o lúpus queria dizer. — Eu vou sozinho.

Yifan pegou as chaves do carro pendurado ao seu lado, ignorando completamente o fato de estar usando pijama. Por ser lúpus, não precisava se preocupar tanto com o clima, além de que já podia sentir seu corpo se esquentar somente pela agitação que sentia ao pensar em Zitao desaparecido outra vez.

— Yifan! — Joon chamou e o lúpus o olhou, parado em frente a porta. — Ache o meu filho!

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O xerife sentia adrenalina correr em suas veias ao estacionar o carro ao lado da floresta. Suspirou, observando o céu que começava a relampejar.

— Onde você se meteu, ômega? — perguntou para si mesmo em voz alta.

Observou a escuridão ao seu redor, saindo do carro e sentindo o vento bater em si com força. No fundo pedia aos céus para que não estivesse errado. Zitao passou os últimos oito anos naquele lugar, conhecia aquela floresta como ninguém e não havia outro lugar que conseguia pensar para onde o ômega iria.

Respirou fundo, tentando sentir algum resquício do cheiro de lavanda, porém não obteve sucesso. Umedeceu os lábios, pensando em alguma maneira de encontrar o Huang. A cada minuto que se passava pensando no seu ômega sozinho dentro daquele matagal fazia seu lobo se contorcer, ensandecido. Se encostou no carro, fechando os olhos.

— Vamos, Yifan... — falou consigo mesmo, tentando pensar de forma racional. — Agora não é hora de... — parou, sentindo sua mente clarear.

Zitao era seu predestinado. Pelo que havia pesquisado sobre aquele tipo de relação, o lobo do ômega de alguma forma estava ligado ao seu, consequentemente, seus instintos o levariam até o ômega, do mesmo modo que o levaram na primeira vez.

Selvagem [wyf+hzt]Onde histórias criam vida. Descubra agora