Essa é uma das músicas que eu e Damon escrevemos juntos. Ele chegou até mim um certo dia, me entregou uma parte da letra e disse que queria que eu o ajudasse a terminá-la.
Topei na hora, porque trabalhar com Damon é bom, a gente interage a beça. E agora, vendo-o cantar, numa praça pública, rodeada de garotas com hormônios até o talo, e ele ainda assim me encarando, me faz pensar que talvez tenha pensado em mim ao escrever parte da letra, ou não, sei lá.
Mal saímos da minha casa e logo Damon foi reconhecido, o que foi uma merda, uma vez que ele gostaria de conhecer a cidade como um anônimo.
— Obrigada, meninas, foi um prazer cantar para vocês, mas tenho um compromisso agora- Ele joga um beijo e as garotas suspiram.
O dono do violão pega ele, assim que Damon o devolve, e em seguida o tenho vindo em minha direção. A sorte do Damon é que meu pai mora em uma pequena cidade com 15 mil habitantes, eles são muito amigáveis, e sabem dar espaço, então ninguém vai ficar seguindo-o por aí.
— Tudo bem, acho que podemos continuar- Ele me arrasta pela mão.
É reconfortante essa trégua, resolvemos apenas ser duas pessoas normais tentando ver o lado bom da companhia um do outro.
Isso poderia acontecer todos os dias!
— Aqui é bem pequeno- Digo— Muito me deixa surpresa o fato de ter um shopping, que não é grande coisa.
Damon dá uma risada.
— Aqui é tranquilo, acho que por isso seu pai gosta daqui, né?
— Meu pai adora sossego, eu também, então isso aqui...- Aponto ao redor da pequena cidade—...é o paraíso para nossa família.
Embora eu odeie umas três ou quatro pessoas daqui!
Estamos quase perto do lago agora, eu adoro o parque da cidade, tem mato, tem árvore, tem natureza, e isso é bom, ao menos para mim.
— Não se tem do que reclamar- Damon está com as mãos nos bolsos, analisando a tudo— Aqui deve ter sido um bom lar.
Eu o encaro. Ele parece sempre melancólico ao falar de lar, mas nunca sei o porquê.
— Sim, meus pais moram aqui desde sempre, aquela velha história dos vizinhos que se apaixonam, sabe?- Digo— Não me lembro de ter sido infeliz aqui um único dia em minha infância, e tirando a morte da mamãe em minha adolescência, tudo sempre foi flores.
A maior parte das vezes!
— Então me explica o fato de você ser uma chata, porque tu mora na cidade simpatia, deveria ser um pouco mais legal.
Fecho o semblante.
— Era pra rir?
Damon sorri com a maior cara de pau.
— Eu só quero entender, ué.
Uma ideia súbita me toma e eu a compartilho:
— Vai ter de me contar sobre sua família antes- proponho assim que saio andando em sua frente.
Tem uma pequena ponte sobre o lago do parque, vou andando ate lá e aguardo Damon me acompanhar.
— Não há o que dizer sobre minha família- Fala num tom ríspido.
Tem algo errado ai!
— Não acredito, todo mundo tem uma história.
Damon suspira.
— Minha mãe: morta, overdose. Meu pai: me largou ainda adolescente numa instituição para menores, e irmãos: não tenho, ou não sei se os tenho.
Talvez seja por isso que ele goste tanto do meu pai, constato, talvez seja por isso que preze tanto pela família. Engulo um nó gigante em minha garganta.
— Desculpa, eu não queria tocar nesse assunto, não sabia que era tão ruim assim.
Desço da pequena ponte em forma de arco, e estou tão concentrada olhando para Damon, gravando sua reação, que não vejo a pequena elevação no solo e acabo caindo.
— Au!- Gemo ao sentir a carne macia da minha bunda se chocar contra o chão.
Damon corre até onde estou.
— Tudo bem?- Me ajuda a levantar do chão.
— Ah, cara, minha bunda já era.
Ele acha graça da situação, pois ri como um idiota.
— Tadinha!
— Para, porra!- Esmurro seu ombro— Foi séria a queda, acho que fraturou.
— O quê? A bunda?- Se desmancha em risos— Foi uma queda engraçada.
Bufo, deixando fluir minha raiva, então dou meia volta e saio andando com dificuldade de volta para casa.
— Ei, me espera, estressada.
Eu o ignoro, ninguém mandou rir de mim.
— Desculpa, tá? Eu não queria rir- Diz quando me alcança.
— Mas riu.
— É, sou um idiota!- Ele me faz parar— Vem, vou te ajudar, monta em minhas costas.
— Quê?!
— Monta logo em minhas costas, Megan- Manda.
— Não!
Com a minha recusa, Damon tenta me agarrar e eu grito, assustando as pessoas que passam por nós.
— Ela se assusta fácil- Explica.
Balanço a cabeça, numa negativa.
— Vem logo, Megan, estamos perdendo tempo.
— Tá- Pulo em suas costas e seguro em seus ombros.
— Aconchegante?- Segura por baixo da minha bunda.
Faço careta.
— Nem um pouco.
— Ótimo, então vamos para sua casa.
Eu sorrio, enquanto Damon, todo prestativo, me ajuda a chegar em casa.
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Aguardem mais confusões vindo dessa estadia do Damon na casa dos Forbes
😋De volta próxima semana
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Sedutora
RomanceSérie: A S E M P O D E R A D A S Vol 5 Após dois anos trabalhando como compositora para a banda de sucesso Yin-Yang, criada por Damon Castilho, Megan Forbes se vê saturada pelas situações e emoções. Megan nunca achou...