Capítulo 15

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Assim que acabamos de dançar, o que de acordo com Téo foi uma vergonha suprema, encaro-o. Eu não sabia o que estava acontecendo e nem conseguia entender a expressão que ele estava no rosto. Aquele momento havia sido tão perfeito pra mim, estávamos tão  próximos e envolvidos que eu conseguia sentir sua respiração e as desesperadas batidas de seu coração.

Eu queria beija-lo, queria ficar deitada em seu peito, sentir seus dedos finos tocar suavemente minha pele, eu queria ficar com ele e perto dele há todo instante, porém tinha uma coisa gritando no meu interior dizendo que eu devia manter distância. Os flash do rosto de Steve invadiam meu consciente, seu nome ecoava em meus ouvidos e furtivamente eu me afastei do Téo. Olhar para ele e ver sua confusão, fez me ver em um abismo e mais a frente uma placa indicando perigo.

Assustada com o choque e àquelas sensações estranhas, pego meu celular e saio apressada de longe dele. A cada passo era como se estivesse caminhando na direção certa, porém não era justo sair daquela maneira porque de alguma forma bizarra ele me fazia relaxar.

Eu nunca imaginei que desabafar sobre algo que ficava perturbando iria me  fazer respirar com facilidade. Quando a Bianca disse que conversar ajudava, eu pensei que era uma ideia ridícula, mas realmente funciona quando você desabafa com a pessoa certa. O Téo foi a minha pessoa certa, me passou segurança e consequentemente eu tive coragem para deixá-lo conhecer uma parte da minha dor. Com ele eu pude canalizar os meus soluços e transforma-los em palavras. E ele me ouviu, me apoiou. E agora eu estou fugindo dele porque eu simplesmente não faço a mínima ideia do quê está acontecendo comigo.

— Pra onde a gente vai agora? — pergunta parando na calçada, bem a minha frente. Tomo um susto, como ele chegou tão rápido?

— Pra um restaurante ou um PUB, eu estou faminta — coloco a mão na barriga sentindo o meu estômago reclamar. Sorri sem graça.

— Caramba, você não tem fim não? É que tipo, eu ainda estou cheio de sorvete.

— É, o sorvete me encheu só naquela hora e faz muito tempo.

— Não tem nem duas horas direito — fala olhando a hora na tela do celular.

— Eu preciso urgente de um prato de comida. A gente podia ir para o shopping e depois de comer a gente podia ir assistir um filme legal. Talvez depois se sobrar tempo podíamos ir estudar pra prova de história — ele faz um bico estranho pensando no que eu acabei de dizer. Minha mente estava um nó, e eu estava tentando não ser uma chata maluca e estragar as coisas. Eu sabia que tinha o Steve e eu estava pensando nele, mas naquele momento eu não queria ele e nem estar em sua presença. Eu gosto do Téo, e minha mente que lute para superar isso.

— Você já tem tudo planejado mesmo, em? — reviro os olhos.

— Você topa ou não? 

— Eu não gosto muito de cinema.

Ele só pode está zuando. 

— Como assim você não gosta de cinema? Cara, isso é muito chato.

— Sei lá, eu prefiro assistir em casa ou ler um livro enorme. No cinema você fica horas sentado assistindo uma gravação com um tanto de gente ao seu redor, e em casa, é melhor é só...

— Entendi.

— Vai ficar me interrompendo agora? 

— Você faz isso comigo o tempo todo, e eu quero muito ir pro cinema. Nos últimos dias eu queria muito que alguém me convidasse pra um cinema e não tinha ninguém pra me convidar, então eu resolvi dar um jeito nisso — digo determinada a convencê-lo. — Vamos por favor, vai ser muito legal eu prometo. A nossa tarde está incrível e eu não quero que nosso dia termina por aqui — fasso a famosa cara de anjinho pra tentar ganhar um "sim".

Você Me Deu OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora