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O dia estava passando bem rápido, e eu não conseguia parar de pensar no acidente e no Téo. Minha mente era uma estrema confusão com toda aquela situação, e sem contar as minhas infinitas perguntas. Eu queria desesperadamente saber o que estava acontecendo.
Eu passei dias imaginando que ele confiava em mim, e que estávamos indo muito bem. Mas olha só para nós agora. Tava na cara que eu não estava nada certa. Precisava saber o que havia acontecido naquele dia, mesmo que a gente tenha que discutir novamente, eu só quero saber a verdade.
Levanto-me da cama e troco de roupas. Olho no espelho pra da uma consertada no meu cabelo e ver como ia os arranhões quase cicatrizados – graças ao remédio que a April arranjou.
— Thamy a onde você vai? — minha mãe pergunta ao passar pela porta do meu quarto e me ver arrumando.
— Eu preciso encontrar uma pessoa importante — respondo passando um gloss nos lábios. Desde o acidente parecia que o sangue havia sumido da minha face, meus lábios ficam constantemente sem cor.
— Espero que não seja o garoto idiota que quase matou você — ela expressa todo o seu desgosto.
— Ele não é idiota mãe. Foi um acidente, e não se esqueça que poderia ser eu atrás do volante — me levanto da cadeira que ficava na penteadeira e pego as minhas chaves passo por ela e vou em direção ao meu carro.
Fazia dois dias que eu não saia de casa, e a mamãe ficava me espionando o dia todo. Suspiro aliviada quando me dou conta de que finalmente consegui escapar de casa.
Dirijo pela cidade até chegar em frente a casa do Téo. Abaixo os vidros da frente e observo a fachada da casa, é tão bonita e aconchegante como da primeira vez que cheguei aqui. Depois de muito pensar, salto do carro, caminho até à porta e dou duas batidas leves.
— Thamy? — Amanda atende a porta, no primeiro momento ela pareceu surpresa e depois finalmente sorriu. — Oh! Que surpresa boa, querida. Você está bem?
Fiquei analisando o comportamento dela. A mulher realmente não esperava me ver na sua porta, já que ela permaneceu me encarando com os belos olhos arregalados.
— Eu estou bem, obrigada — sorri de lado. — Como ele está?
— Ele está bem! — responde respirando fundo.
— Eu posso vê ele? — a incerteza na minha voz era tão clara que até mesmo me deixou desconfortada. Ela então finalmente deu espaço na porta e me deixou entrar.
— Claro, ele está no quarto.
Com isso ela sumiu em direção a cozinha. Tinha alguma coisa errada rolando, porque aquele comportamento não era da Amanda que eu conheci outro dia. Ela nem se quer me puxou para o abraço, assim como sempre fazia. Isso me preocupou, mas não me impediu de subir para o quarto do Téo.
Do corredor consigo ouvir o som de uma música. A porta está aberta e da greta consigo vê-lo em frente ao seu cavalete. Tento espionar mais de perto sua obra, mas ele me avistou primeiro e me impediu de ver a tela.
— Fui pega em flagrante — digo dando um sorriso sem mostrar os lábios. — Oi Téo!
— Oi Tham — sua voz saí rouca e completamente baixa, ele estava bem sério o que me deixou preocupada.
— Posso entrar? — ele olhou meus pés bem na linha da porta, e concorda com a cabeça. Caminho vagarosamente e me sento a cama. — Então, como você está? — ele não responde nada, apenas da de ombros. — Eu estou bem, a April me arranjou uns remédios que tem ajudado bastante — ele continua calado, eu já estava ficando sem graça. — Você quer sair daqui? Tipo, ir pra um restaurante ou um Pub? — nega com a cabeça sem me olhar. — Téo, fala comigo, pelo amor de Deus.
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Você Me Deu Olhos
Romansa"A gente precisa aprender abrir mão das coisas que amamos" Para Teodoro Waller um jovem inglês de dezessete anos, isso era uma bobeira. Até ele ser diagnosticado com melanoma ocular quando tinha apenas doze anos de idade. Porém aprender a conviver...