Capítulo 36

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Cap. dedicado a Mandinha_px, obrigada por interagir com a história.

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Acordo com uma luz forte vindo da janela, aperto os meus olhos e me lembro que não estou em meu quarto. Téo e eu acabamos dormindo juntos ontem, pra mim foi a noite mais feliz de todas depois de muito tempo. A sensação de saber que eu resolvi tudo com ele me aquecia o coração.

Levanto-me da cama sem fazer barulho e coloco o moletom que estava jogado no chão. Ando pelo quarto reparando nos minuciosos cantinhos. As coisas dele ficam completamente espalhadas de um jeito peculiar, como uma linda bagunça. Passo meus olhos pelas mesma pinturas que havia visto no mês passado e agora todas elas fazem sentido. Quando ele me disse que contava a história através dos desenhos, agora eu as olho e consigo interpreta-las. Sinto a alma dele através de cada pincelada. Fito novamente a pintura da mulher tirando uma venda dos olhos do garoto, muitas coisas começam a passar pela minha cabeça. 

— Lass mich meine Zukunft sehen — repito a frase escrita na pintura em um sussurro. Não me lembro o que significa, mas sei que é assim que se fala.

Mais a frente havia outra tela tampada com um pano branco, minha curiosidade sempre é maior do que eu. Eu não queria bisbilhotar sem a permissão dele, mas... Levanto o pano que estava na tela e encontro uma pintura minha, literalmente era eu, segurando o meu violão e com um sorriso imenso nos lábios. Os meus olhos eram incrivelmente idênticos, parecia até mesmo um retrato tirado recentemente. Foi assustador e ao mesmo tempo fofo de um jeito bem estranho. Ninguém nunca havia feito uma coisa dessa pra mim, de alguma maneira meu coração sorriu. Havia uma frase escrita:

— Für das Mädchen, das mir die Augen gab! — tento falar o que está escrito, mas é em alemão o que torna completamente impossível de se pronunciar.

Pego meu celular em meu bolso e abro no tradutor. Olho pra ele e noto que ainda estava dormindo, volto a olhar pra tela do meu celular com a frase que dizia: "Para a garota que me deu olhos!"

Não entendi o que ele quis dizer, mas também não fiquei martelando porque sei que logo fará sentido. O Téo tem um estranho jeito misterioso, no começo era irritante todo aquele suspense e de alguma forma as vezes me deixava incomodada, agora me deixa ainda mais curiosa.

— Thamy? Ainda está aqui? — pergunta com a voz baixa, olho pra ele e o mesmo está  com os cotovelos apoiados na cama.

— Oi, eu estou aqui — coloco de volta o pano em cima da tela e vou em direção a ele — Você está bem? — pergunto próximo de seu rosto.

— Sim. 

Depois do café da manhã, estávamos todos ainda sentados a mesa conversando assustos  aleatórias.

— Téo, seu pai quer que você vá jantar no apartamento dele hoje a noite. Ele quer que você conheça a namorada — olho para o Téo e ele não demonstra nenhuma expressão. 

— Não quero conhecer a namorada dele, mãe. 

— Eu pensei que vocês tinham voltado... — acabo por dizer, Amanda me olha com uma careta.

— Não, não mesmo. Eu não amo o Rodrigo mais.

— Quanto tempo vocês foram casados? 

— Nunca fomos casados — ela coloca a mão nos lábios. 

— Desculpa, eu achei que vocês...

— Tudo bem — ela sorrir.

— Então como se conheceram? — ela respira fundo ainda sorrindo e se levanta colocando as xícaras na pia.

Você Me Deu OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora