Capítulo 12

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Acordo com a claridade da aurora invadindo cada canto do meu quarto.
Minha mente era uma distorção,  eu nem sabia como cheguei em casa e nem mesmo o que aconteceu. Tudo que sei e sinto é a minha cabeça doer e meu estômago querer sair do corpo. Pensar com clareza só piora a situação, ainda mais querer sair da cama. Escuto o eco da minha própria voz dizendo "essa noite eu não vou beber", e depois um sermão "eu disse pra você não fazer isso". Mas nada adiantava, já era.

— Finalmente a bela adormecida acordou — escuto uma voz chata dentro do meu quarto. Sim era ela.

O que ela fazia aqui dentro? À essa hora? Oh céus, daí me paciência.

— Mãe o que você está fazendo aqui dentro? — minha voz sai sonolenta, baixa e cansada.

— Eu vim saber o que você estava pensando ontem, ou melhor hoje? — ela grita me deixando irritada. 

Por que que raios ela estava gritando?

— Para de gritar, a minha cabeça está doendo muito — imploro.

— Eu não vou parar de gritar enquanto você não responder a minha pergunta Thamy.

— Eu não sei mãe, eu só estava me divertindo. Agora dá pra você saí daqui? — fico impaciente.

— Não Thamy, eu não vou sair. Você já parou pra pensar no que as pessoas vão pensar de mim e do seu pai? Sabe o quê eles vão pensar vendo você em festas bebendo e se drogando? — isso é sério? — Em breve você irá tomar conta das nossas empresas, não pode se comportar assim — pensei que eu seria uma advogada e modelo. — Para de ficar nos envergonhado desse jeito.

— O que aconteceu com você? — pergunto me levantando vagarosamente. Ela me fita confusa. — Eu pensei que estivesse preocupada se alguma coisa acontecesse comigo, não em ficar envergonhada pelo o que as pessoas vão pensar. Sabe, eu prefiro quando você não dá a mínima. 

— Eu não preciso ficar preocupada com você, se você quer acabar com a sua vida, problema é seu. Só não venha envergonhar a nossa família com os seus atos estúpidos.

— Envergonhar a nossa família? A nossa família sempre foi uma vergonha — vômito as palavras. 

— O quê? A nossa família é uma vergonha agora que a Liza se foi e tudo que nos restou foi você e o Pitter. Vocês dois são a vergonha da nossa família. Estamos assim por causa de vocês dois, principalmente de você — sinto um nó se formar em minha garganta, eu não queria chorar na frente dela, mas foi inevitável. — Olha só pra você, tem tudo pra ser linda, mas é fraca, se destrói e nem aguenta ouvir uma verdade.

— Não fala isso — peço sentindo suas palavras pensarem. 

— Você é fraca e não aguenta ouvir a verdade, nunca aguentou. Eu queria me orgulhar de você, era pra você ser o meu maior orgulho. Mas você não me deu nenhum motivo pra isso, sempre me decepcionou, nunca esteve feliz por mim ou pela vida que você tem, sempre foi ingrata e mal agradecida.— não digo nada, apenas a fito com os olhos faiscando.

— O que você quer de mim? — pergunto depois de segundos nos encarando.

— Eu quero que siga os meus passos, os passos da sua falecida irmã, quero que tome juízo — ela coloca a mão no coração de um jeito dramático.

— Eu não sou vocês...

— Eu sei que você não é, e que nunca vai conseguir ser, mas devia pelo menos tentar. Essa vida que você vive em festas com garotos, bebidas alcoólicas e no meio dessas pessoas desprezíveis não é pra você. O seu lugar é junto com os grandes, para de tentar se encaixar nesses lixos de lugares. Você é demais pra essas pessoas que querem estar a sua volta. Pense nisso Thamy — ela coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e sai do meu quarto.

Você Me Deu OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora