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Acordo com a claridade da aurora invadindo cada canto do meu quarto.
Minha mente era uma distorção, eu nem sabia como cheguei em casa e nem mesmo o que aconteceu. Tudo que sei e sinto é a minha cabeça doer e meu estômago querer sair do corpo. Pensar com clareza só piora a situação, ainda mais querer sair da cama. Escuto o eco da minha própria voz dizendo "essa noite eu não vou beber", e depois um sermão "eu disse pra você não fazer isso". Mas nada adiantava, já era.— Finalmente a bela adormecida acordou — escuto uma voz chata dentro do meu quarto. Sim era ela.
O que ela fazia aqui dentro? À essa hora? Oh céus, daí me paciência.
— Mãe o que você está fazendo aqui dentro? — minha voz sai sonolenta, baixa e cansada.
— Eu vim saber o que você estava pensando ontem, ou melhor hoje? — ela grita me deixando irritada.
Por que que raios ela estava gritando?
— Para de gritar, a minha cabeça está doendo muito — imploro.
— Eu não vou parar de gritar enquanto você não responder a minha pergunta Thamy.
— Eu não sei mãe, eu só estava me divertindo. Agora dá pra você saí daqui? — fico impaciente.
— Não Thamy, eu não vou sair. Você já parou pra pensar no que as pessoas vão pensar de mim e do seu pai? Sabe o quê eles vão pensar vendo você em festas bebendo e se drogando? — isso é sério? — Em breve você irá tomar conta das nossas empresas, não pode se comportar assim — pensei que eu seria uma advogada e modelo. — Para de ficar nos envergonhado desse jeito.
— O que aconteceu com você? — pergunto me levantando vagarosamente. Ela me fita confusa. — Eu pensei que estivesse preocupada se alguma coisa acontecesse comigo, não em ficar envergonhada pelo o que as pessoas vão pensar. Sabe, eu prefiro quando você não dá a mínima.
— Eu não preciso ficar preocupada com você, se você quer acabar com a sua vida, problema é seu. Só não venha envergonhar a nossa família com os seus atos estúpidos.
— Envergonhar a nossa família? A nossa família sempre foi uma vergonha — vômito as palavras.
— O quê? A nossa família é uma vergonha agora que a Liza se foi e tudo que nos restou foi você e o Pitter. Vocês dois são a vergonha da nossa família. Estamos assim por causa de vocês dois, principalmente de você — sinto um nó se formar em minha garganta, eu não queria chorar na frente dela, mas foi inevitável. — Olha só pra você, tem tudo pra ser linda, mas é fraca, se destrói e nem aguenta ouvir uma verdade.
— Não fala isso — peço sentindo suas palavras pensarem.
— Você é fraca e não aguenta ouvir a verdade, nunca aguentou. Eu queria me orgulhar de você, era pra você ser o meu maior orgulho. Mas você não me deu nenhum motivo pra isso, sempre me decepcionou, nunca esteve feliz por mim ou pela vida que você tem, sempre foi ingrata e mal agradecida.— não digo nada, apenas a fito com os olhos faiscando.
— O que você quer de mim? — pergunto depois de segundos nos encarando.
— Eu quero que siga os meus passos, os passos da sua falecida irmã, quero que tome juízo — ela coloca a mão no coração de um jeito dramático.
— Eu não sou vocês...
— Eu sei que você não é, e que nunca vai conseguir ser, mas devia pelo menos tentar. Essa vida que você vive em festas com garotos, bebidas alcoólicas e no meio dessas pessoas desprezíveis não é pra você. O seu lugar é junto com os grandes, para de tentar se encaixar nesses lixos de lugares. Você é demais pra essas pessoas que querem estar a sua volta. Pense nisso Thamy — ela coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e sai do meu quarto.
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Você Me Deu Olhos
Romantizm"A gente precisa aprender abrir mão das coisas que amamos" Para Teodoro Waller um jovem inglês de dezessete anos, isso era uma bobeira. Até ele ser diagnosticado com melanoma ocular quando tinha apenas doze anos de idade. Porém aprender a conviver...