Capítulo 26

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A temperatura pareceu subir enquanto eu estive no abraço do Teodoro. Ele transmite uma corrente de energia que faz minha pressão sanguínea aumentar, com isso todo meu corpo parece entrar em chamas. Eu adoro a forma que sutilmente ele aquece meu coração.

Quando desfazendo o abraço ele começou a juntar alguns pincéis espalhados pelo carpete, eu fiz questão de tentar sondar o que havia na tela.

— Nem pense em espiar outra vez — ele adverte antes que eu consiga tocar.

— O quê é que não posso ver? — pergunto sem mover um músculo. Minhas mãos estavam coçando para levantar o pano.

— São pensamentos.

— E não posso ver?

— Não, você não pode — responde me tirando de perto. Ele fica tão engraçado quando tenta manter o mistério.

— Por quê não? 

— Porque eu não acabei. E nem adianta fazer essa cara porque não vai funcionar dessa vez.

— Nossa cortou o meu barato! — murmuro cruzando os braços. — Não sei porquê você fica fazendo esses mistérios, você sabe que eu sou muito curiosa.

— É exatamente por isso que eu faço mistérios.

— Você faz mistérios pra me deixar curiosa? — ele dá um sorriso bobo. — Você é um chato mesmo.

— E você é patética e vive se entrometendo na minha vida — dou um empurrão no braço dele, o fazendo cambalear em cima da cama.

— Você vai pra escola essa semana? — resolvo mudar de assunto.

— Não, eu vou ficar em casa durante o tratamento. Se tudo ficar bem, volto daqui duas semanas.

— Eu posso fazer o seu dever de casa, se quiser.

— Se eu quiser? — ele arqueia a sobrancelha com um sorriso de lado.

— Lógico. Eu não vou fazer nada sem a sua permissão, não quero ser chamada de entrometida de novo — reviro os olhos fingindo estar ofendida.

— Não tem essa de "se você quiser". Se eu me lembro bem você é obrigada a fazer todos os meus deveres.

— Eu não sou obrigada a nada — me defendo. 

— Tecnicamente é sim, você não se lembra do nosso trato? Você faria o meu dever de casa por um mês e eu pagaria o almoço pra você.

— Mas acontece que você não anda pagando os meus almoços, senhor.

— O quê? A gente foi em vários lugares por dias e todos eles eu tive que pagar a comida. Sem contar que a conta ficou super caro, porque eu estava pagando comida que dava pra alimentar um dragão.

— Agora você foi longe demais Teodoro, me chamar de dragão é inaceitável...

— É? E o que você vai fazer? Cuspir fogo em mim?  — ele dá uma gargalhada divertida, e eu fecho a cara. — Aí meu Deus deixa eu tomar cuidado, se não vou morrer tostado por um dragão! 

— Isso não tem graça! — continuo seria enquanto ele gargalha da sua brincadeira idiota.

— Ooh o dragãozinho não ficou bravo comigo! — ele faz um bico e me abraça, fazendo eu me deitar na cama enquanto ele deita por cima de mim.

— É melhor parar se não eu vou roubar o seu cordão — puxo o cordão em seu pescoço com força o fazendo deitar ainda mais em cima de mim. 

Você Me Deu OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora