Dedicado a minha professora de geografia Graziella Bortolini. Obrigada por compartilhar e acreditar na minha capacidade.
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Acordei naquela manhã sentindo que eu não queria levantar da cama. Pela janela do meu quarto rosa eu posso ver o céu nublado e os pingos da chuva batendo na vidraça. Mas eu tinha que me arrastar para o lado de fora da cama, tomar um banho quente e ir pra aula. Depois eu enfrentaria aulas cheias de teoria e no final da aula eu ficaria duas horas a mais para lavar os pratos.
Eu queria e podia ficar em casa o dia todo deitada assitindo Netflix. Só que tem um segredo; agora tem um garoto que me faz criar coragem e ir enfrentar o mundo.Chego na escola e de longe avisto o Téo de cabeça baixa indo em direção ao seu armário. Eu nunca tinha visto ele chegando na escola antes, ele é tão discreto e quieto que poucos notam sua presença. Mais que de pressa vou em sua direção.
— Oi Téo! — dou um abraço nele assim que ele se vira pra mim, e o mesmo me olha como se eu fosse um alienígena verde e com três olhos.
— Oi — sua voz saí rouca e baixa, como sempre.
— E aí, o que houve? — pergunto enquanto ele pega um cordão dentro do armário e coloca no pescoço.
— Nada, estou bem — responde seco.
— Você é tão misterioso. Eu sei que tem algo de errado acontecendo com você, e eu vou descobrir — digo analisado todos os seus movimentos. Ele usava moletom cinza e tinha um óculos de sol na gola da camisa.
— Você já disse mil vezes que sou mistério — diz e depois se virá pra mim. — Por que você ainda está aqui?
— Porque eu me importo. E descobrir o que está acontecendo com você será minha nova meta — sorrio.
— Boa sorte — ele fecha o armário e começa a andar.
— Você pode pelo menos me dá uma pista? — sigo ele pelo corredor, ele anda rápido de mais.
— Minha vida não é da sua conta Kingston, vai procurar outra vida pra você se meter.
Ele diz tão alto que algumas pessoas olham pra nós. Muitas garotas acham o Téo gatinho, mas nenhuma delas tem coragem de aproximar porque ele é assim; ignorante e te faz passar vergonha quando quer.
— Eu sei que você ainda não confia em mim, mas a gente é amigos agora. Pode me contar, eu não vou fazer piadas.
— Vem cá, você não deveria estar por aí com suas amiguinhas? — ele faz cara de desgosto, ele realmente não gosta delas.
— Era pra mim estar com elas, mas eu precisava vim saber se estava tudo bem com você.
— Fingindo que se importa só pra ganhar a minha confiança — ele para bruscamente me fazendo trombar em seu físico.
— Eu não estou fingindo que me importo, eu realmente me importo com você, é você que não se importa comigo.
— Ainda bem que você sabe — ele ri amargo.
— Você é muito cruel.
— Obrigado. Então mudando de assunto, o que a diretora Bock fez com você ontem?
— Você sabe como ela é — digo me lembrando do dia anterior, vai ser difícil esconder das minhas amigas que peguei detenção.
— É eu sei, mas eu quero saber qual foi a punição que ela te deu.
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Você Me Deu Olhos
Romansa"A gente precisa aprender abrir mão das coisas que amamos" Para Teodoro Waller um jovem inglês de dezessete anos, isso era uma bobeira. Até ele ser diagnosticado com melanoma ocular quando tinha apenas doze anos de idade. Porém aprender a conviver...