Capítulo 06

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Dedicado a minha professora de geografia Graziella Bortolini. Obrigada por compartilhar e acreditar na minha capacidade.

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Acordei naquela manhã sentindo que eu não queria levantar da cama. Pela janela do meu quarto rosa eu posso ver o céu nublado e os pingos da chuva batendo na vidraça. Mas eu tinha que me arrastar para o lado de fora da cama, tomar um banho quente e ir pra aula. Depois eu enfrentaria aulas cheias de teoria e no final da aula eu ficaria duas horas a mais para lavar os pratos.
Eu queria e podia ficar em casa o dia todo deitada assitindo Netflix. Só que tem um segredo; agora tem um garoto que me faz criar coragem e ir enfrentar o mundo.

Chego na escola e de longe avisto o Téo de cabeça baixa indo em direção ao seu armário. Eu nunca tinha visto ele chegando na escola antes, ele é tão discreto e quieto que poucos notam sua presença. Mais que de pressa vou em sua direção. 

— Oi Téo! — dou um abraço nele assim que ele se vira pra mim, e o mesmo me olha como se eu fosse um alienígena verde e com três olhos.

— Oi — sua voz saí rouca e baixa, como sempre.

— E aí, o que houve? — pergunto enquanto ele pega um cordão dentro do armário e coloca no pescoço. 

— Nada, estou bem — responde seco.

— Você é tão misterioso. Eu sei que tem algo de errado acontecendo com você, e eu vou descobrir — digo analisado todos os seus movimentos. Ele usava moletom cinza e tinha um óculos de sol  na gola da camisa.

— Você já disse mil vezes que sou mistério — diz e depois se virá pra mim. — Por que você ainda está aqui?

— Porque eu me importo. E descobrir o que está acontecendo com você será minha nova meta — sorrio.

— Boa sorte — ele fecha o armário e começa a andar.

— Você pode pelo menos me dá uma pista? — sigo ele pelo corredor,  ele anda rápido de mais.

— Minha vida não é da sua conta Kingston, vai procurar outra vida pra você se meter.

Ele diz tão alto que algumas pessoas olham pra nós. Muitas garotas acham o Téo gatinho, mas nenhuma delas tem coragem de aproximar porque ele é assim; ignorante e te faz passar vergonha quando quer.

— Eu sei que você ainda não confia em mim, mas a gente é amigos agora. Pode me contar, eu não vou fazer piadas.

— Vem cá, você não deveria estar por aí com suas amiguinhas? — ele faz cara de desgosto, ele realmente não gosta delas. 

— Era pra mim estar com elas, mas eu precisava vim saber se estava tudo bem com você. 

— Fingindo que se importa só pra ganhar a minha confiança — ele para bruscamente me fazendo trombar em seu físico.

— Eu não estou fingindo que me importo, eu realmente me importo com você, é você que não se importa comigo. 

— Ainda bem que você sabe — ele ri amargo.

— Você é muito cruel.

— Obrigado. Então mudando de assunto, o que a diretora Bock fez com você ontem? 

— Você sabe como ela é — digo me lembrando do dia anterior, vai ser difícil esconder das minhas amigas que peguei detenção.

— É eu sei, mas eu quero saber qual foi a punição que ela te deu.

Você Me Deu OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora