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Angel

    Com suas palavras fico a o olhar, o silêncio preenche o lugar e apenas a chuva a bater no teto do carro era ouvida.
   — O que quis dizer com isso? — pergunto e o mesmo abre um sorriso.
   — Que um dia iremos nos casar e você talvez me dê um filho. — Sorri com o que acabou de dizer e, na verdade nunca pensei na possibilidade de casar, pois nunca pensei que tudo isso poderia estar acontecendo, ainda mais, porque naquela época nem sabia se estaria viva hoje para viver o que estou vivendo, e sinceramente agradeço muito ao homem ao meu lado e Elina por me incentivar a ir.
   — Você quer casar comigo? — não deixo de mostrar a minha indignidade perante o que disse e o mesmo sorri largo.
   — Isso foi um pedido? — tem um ar brincalhão a me olhar.
   — Não! Foi uma pergunta apenas, e-e-eu — me embolo nas palavras e paro para suspirar.
   — Não quer se casar comigo? — seu cenho parecia sério.
   — Claro que quero, mas é q... — estou nervosa a tropeçar nas palavras, pois eu não queria passar para Carl insegurança do amor que sinto, estamos juntos novamente a um mês e sinto como que estamos a recomeçar, fomos destinados a isso e eu quero dar uma chance.
   — Angel, calma! — Ouço sua risada — temos muito tempo para falamos sobre casamento, e sim, quero me casar com você e não tenho dúvidas nisso, você tem? — encaro o homem ao meu lado a ouvir o que acabou de dizer. Realmente confirmou.
   — Não, também quero me casar é que, para mim foi uma surpresa. Eu nunca pensei em futuro Carl, para mim nem estaria aqui e confesso com toda essa euforia de estar e ver sonhos se realizando nem pensei sobre isso. Tem certeza mesmo disso? Casar é algo sério e...
   — Tenho certeza do meu amor por você Angel, eu sei que seria o homem mais feliz do mundo — me olha, apenas iluminados pela luz vermelha do farol. Damos um selinho e sorri para ele.
   — Eu te amo Carl.
   — Eu te amo Angel.

   O trajeto para casa foi calmo, agradável em um silêncio entre nós e o ambiente a tocar uma banda de rock clássico, deixo vários sorrisos saírem dos meus lábios com a possibilidade de me ver de branco, de me ver mãe. Não tenho muitos planos para daqui para frente. Pretendo terminar a faculdade em dois anos, tenho a galeria e uma viagem para daqui algumas semanas, viagem na qual farei com Carl e Fred, iremos aproveitar nosso momento juntos e daqui para frente só temos que curtir e viver nossas vidas, agora sem ser um romance proibído.

   Assim que chegamos me agarro com o pequeno gato que demonstrou à mim a sua saudade, Carl fez questão de me ajudar a ir para o quarto, e não foi para o quarto ao lado, foi para o seu. Me senta em sua cama e ajuda para que eu tire a roupa e fique mais confortável, enquanto me busca uma peça leve vejo os hematomas no meu corpo e como minha barriga está roxa e azul, as lembranças vieram à mente e junto ao rosto de Cassandra.
   — Angel — olho para Carl que está a minha frente.
   — Oi — engulo em seco e se senta ao meu lado.
   — Você está bem? Realmente bem? — sorri com sua preocupação e minha mão vai ao lado do seu rosto depositando carinho ali.
   — Agora estou melhor que antes — vejo seu sorriso.
   — Consegue vestir-se? Irei preparar um lanche — concordo segurando a roupa de suas mãos.

   Carl sai do quarto e fico na companhia de Doncaster enquanto coloco as peças aos poucos pelo meu corpo, fico a pensar na nossa conversa de mais cedo sobre casamento, eu e Carl estamos recomeçando novamente, mas nunca foi como se deixamos de conhecer um ao outro, ainda o conheço, ainda é o mesmo menino de antes, só que agora mais maduro, um homem a saber lidar com suas dores, é incrível como evoluímos tanto e não deixamos de pensar igual. Rapidamente minha linha de pensamento voa para Daniel, a última vez que nos vimos foi na minha palestra, faz muito tempo e queria o ver de novo, deixar claro que não estou mais tão chateada perante ao quadro, também queria falar com Fred, ainda não o vi, pedirei à Carl para que eu fale com meu melhor amigo, pensando em melhor amigo, daqui cinco dias faz três meses que Fernanda se foi, e de um certo modo sua morte ainda me dói, e sempre irá doer.

   Eu e Carl passamos o resto da noite que tínhamos juntos a assistir, compartilhar carinho e pensamentos sobre os filmes e ações dos atores em série. Carl acabou dormindo mais rápido que eu e pude o olhar dormir, pude apreciar suas falas que eu sempre guardei em segredo comigo, mesmo que quase todas elas eu não entendo, sorri ao ver que me procurou na cama e que abraçou o travesseiro. Olho as estrelas, a televisão desligo e fico à janela. Não há sono, mas há cansaço, os pensamentos aleatórios não me deixam, quero por um momento esquecer a faculdade, os trabalhos acumulados e o meu trabalho. Quero ir para um lugar onde ninguém me acharia e onde apenas poderia descansar, sem barulho, sem ameaça, apenas eu e meu porto seguro, eu e Carl. A sós em um lugar onde não poderiam nos encontrar, onde pudéssemos viver em paz.

DESCULPEM ERROS, ESTOU EM VIAGEM E NÃO TENHO MUITO TEMPO DE ESCRITA, MAS O PRÓXIMO ESTÁ SENDO PREPARADO🖤

Destinados - Um Novo Recomeço- Livro 02Onde histórias criam vida. Descubra agora