Desço o bocado de degraus e ando os enormes corredores enquanto algumas pessoas me olham, devo imaginar como deve está meu semblante, quando entro no quarto de Angel, Elina está ao seu lado, me apresso para pegar meus pertences sobre a poltrona.
— Carl o que houve? Conseguiu o que queria? — Elina diz tudo de uma só vez e passo meus dedos sobre os olhos, afim de que o sono se estenda um pouco, olho para Angel, tem seus olhos abertos olhando para mim.
— Sim eu descobri, vou resolver isso agora, apanha um táxi para a volta, sim? Irei passar no apartamento de Angel ou me espera lá — vejo uma última lágrima cair dos olhos da menina que tem seus oceanos azuis sem brilho algum, apesar do marejado de seus olhos. Dou um beijo na sua testa e um no dorso da mão de Angel que aperta meus dedos sobre o seu.
Dirijo para o prédio que Cassandra mora, nunca acreditei no destino, mas foi realmente por causa dele que Angel foi morar no mesmo lugar, e foi por causa de Angel que eu agora não estou a me casar, tento não me culpar por ela quase morrer, aprendi que nem tudo é nossa culpa, por mais que coisas possam acontecer com pessoas que amamos, por meio de nós, mas a culpa é de quem o fez, não fui eu que tentei matá-la. Tento manter a calma, mas meu coração está gelado enquanto bate forte no meu peito e costas, o ouço no meu cérebro a batucar nervoso, os nós dos meus dedos estão brancos a apertar o volante e sem motivo algum me sinto excitado pela ansiedade. Mordo meus lábios em nervosismo, sinto meu corpo todo pulsar, a última vez que me senti assim bati em um homem quase até a morte, há quatro anos.
Cumprimento o homem desconhecido que abre a porta para mim, o batucar do meu sapato ecoa pelo hall de entrada enquanto apanho o elevador para o andar dezessete. Balanço as chaves em nervosismo enquanto olho impaciente para a câmara. Quando a porta se abre ando em longos passos por dois corredores silenciosos, com um tapete vermelho e molduras de papel de parede, porcaria de lugar estou farto desse apartamento. Por fim quando chego em frente à porta marrom antes que bata ela se abre revelando um homem alto e moreno.
— Cassandra é para você! — sua voz ecoa alta e logo os saltos são ouvidos, não tiramos os olhos um do outro, ele serio como eu.
— Eu não estou esp... — para de falar assim que me vê, meus olhos saem do homem para ela.
— Entra aí cara — olho os olhos pretos do homem e entro quando me dá passagem. Cassandra o fuzila com seus olhos e eu a encaro.
— Carl o que f...
— Me enganar não foi o bastante Cassandra? Foda-se se você estava com ele, estava pouco me fudendo para vocês, mas não foi o bastante o plano? — a mesma vira seu rosto levemente para a direita e faz um semblante confuso.
— Já tivemos essa conv...
— Sim já tivemos! Mas você não tem limites Cassandra! Mandou que espancasse Angel? — a loira se faz de desentendida e dá dois passos para trás a rir-se.
— Carl está ficando louco? — me olha com um sorriso debochado.
— Não, eu não estou, mas você está! Não bastava mandar uma "lição" para Angel, mas tinha que ir ao hospital tentar matar ela! — Seu rosto muda completamente de um sorriso para sério.
— Cassandra voc...
— Cala boca Henrik! — Seus olhos se direcionam para o homem atrás de mim enquanto eu mantenho os meus nela. — Não Carl, nunca que e...
— Cala boca Cassandra! — sinto o meu ar faltar, meu coração bate tão rápido, a seguro pelo braço escutando a voz do rapaz atrás de mim — vem aqui.
— Solta ela! — a levo para o seu quarto e a solto, a porta se bate na parede quando empurro para abrir o closet, entro e reviro suas roupas.
— Para Carl! — segura meu braço e acho um saco preto, o seguro rasgando e cai a roupa que ela estava usando.
— Não foi você? — seguro o chapéu. Está bufando em ódio, Henrik que está atrás dela da um passo para trás e a olha.
— Foi sim, sabe por quê? Ela não tinha o direito de colocar o dedo dela no meio da minha vida, da nossa vida.
— Nunca houve um nosso, nunca te amei, você só é uma interesseira que estava de olho no meu dinheiro. Uma mulher incapaz de amar, você nem ama seu filho! — chego perto da mesma — mas estou te avisando, se você tentar algo com Angel te ponho na cadeia, não me importo se tem um filho ou não, tenho provas o suficiente para que você fique atrás das grades por dez ou quinze anos. — Seus olhos agora me fuzilam em pura raiva e seu semblante contorcido em ódio, me viro entre os calcanhares para ver Henrik a olhar de um modo diferente, chateado talvez. Assim que seguro na maçaneta ouço seu grito, olho para trás vendo que água escorre por suas pernas e que segura sua barriga, merda, era só o que me faltava!
Henrik segura a mulher em seus braços enquanto andamos rápido para fora, o ajudo a pôr-la no meu carro enquanto seus gritos de dor me deixam surdo, agradeço que o hospital fique a apenas três quadras daqui e acelero o carro. No caminho Henrik diz coisas que a deixe mais calma, a mesma respira fundo enquanto tem seu rosto agora comovido pela dor.
Quando deu entrada no hospital eu me sentia exausto psicologicamente pelas informações de hoje, mas resolvi esperar fora da sala de parto a ouvir seus gritos, ando de um lado para o outro me sentindo nervoso, imagino que poderia ser eu ali dentro a segurar sua mão, a dar apoio a ela, meus pensamentos só param quando ouço o choro da criança, um sorriso se abre no meu rosto, aquele era o menino que eu havia aprendido a amar, e mesmo não sendo meu filho eu estou feliz por saber que veio ao mundo.
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Destinados - Um Novo Recomeço- Livro 02
Storie d'amoreAngel deseja para sua vida muito mais do que imaginou durante três anos, o que o hospital de tratamento lhe ofereceu foi nada além do que pensamentos, apaixonada pela arte, livros e a vida. Agora curada e mais determinada do que nunca resolve ir a L...