Capítulo 19-Pedro/Mariana

318 45 8
                                    


 Pedro

Aproveito a brecha que tenho na academia e corro até a joalheria de um aluno meu, que acabou se tornando um amigo. Assim que contei para ele sobre o meu casamento relâmpago, Norton me enviou o catálogo de suas peças mais bonitas e eu gostei muito de um modelo criado por um designer famoso.

Claro que eu não sabia disso quando as escolhi, mas o valor das peças foi justificado por isso e, como para mim, o importante é dar o melhor para Mariana, não pensei duas vezes.

Quando ele me ligou mais cedo dizendo que eu poderia ir buscá-las, eu fiquei muito feliz, afinal de contas, vou pedi-la oficialmente em casamento e as alianças serão de suma importância.

Assim que recebo a caixa revestida em couro vinho, a abro e, pessoalmente, as joias parecem ainda mais bonitas, principalmente a de Mariana ,que tem diamantes cravejados. Imagino que ficará linda em sua mão delicada.

Sem poder perder tempo, faço o pagamento e volto direto até a academia, meu dia está cheio e eu ainda quero ver se consigo ver a Lorena nem que seja escondido, a saudade está me matando.

Estaciono meu carro na vaga que é reservada para mim e assim que desço, me deparo com o Bruno para do em minha frente.

— O que foi que aconteceu, cara? — Preocupo-me, uma vez que sua expressão é a de quem está em choque.

— Pedro...Você... Cara... — ele balbucia palavras desconexas, mas não consegue formular uma frase sequer.

Imaginando que algo bem ruim tivesse acontecido na academia, corro para dentro dela, buscando encontrar um fato que explique o estado de Bruno.

Nada.

Aparentemente tudo está normal, alguns alunos seguem com seus treinos, enquanto outros conversam no meio do salão. A única coisa diferente de quando saí, é a porta da minha sala que, eu tenho certeza que deixei fechada e agora está aberta.

Sem mais, caminho rapidamente até lá , seguido por Bruno.

Assim que que entro, me deparo com duas pessoas, uma delas é Mariana e a outra, um homem que está de costas, eu não o reconheço. Ela também parece assustada e eu continuo sem entender nada.

— O que está acontecendo aqui? — questiono-os, completamente perdido.

Mariana desvia os olhos para mim e depois parece varrer o outro homem, dos pés à cabeça e, como se tivesse lido os meus pensamentos, ele se vira para mim e assim consigo entender a razão de estarem tão aturdidos.

O homem sou eu, ou melhor, alguém igual a mim.

Sem conseguir raciocinar, caminho vagarosamente até ficar bem próximo a ele que, assim como eu, também parece em estado de choque.

Olhamo-nos em análise, nos encaramos como estivéssemos de frente para um espelho.

Nenhuma palavra é dita, o silêncio impera, ao menos externamente, porque por dentro eu grito querendo entender como posso estar diante de alguém parece ser um clone meu ou, algo mais provável...Um irmão gêmeo.

— Você é...?

— Eu sou o Paulo Vargas, seu irmão — ele me interrompe para explicar o que eu já imaginava.

— Eu juro que achei que isso fosse uma brincadeira — Mariana se coloca ao meu lado, perplexa, e é só então que eu volto a ter consciência de sua presença.

— Olha, eu sei bem como você deve estar se sentindo e se quiser, eu venho outra hora — ele finalmente fala e sua voz também é igual a minha.

Era para ser assimOnde histórias criam vida. Descubra agora