Capítulo 26- Bônus -Silvia

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Ver o medo estampado no rosto da sonsa da Mariana enquanto ela encerra a ligação, causa em mim uma euforia tão intensa, que serve de combustível para que eu siga em frente com os meus planos.

Eu até que tentei fazê-la desistir do Pedro de outra forma, achei que falando com aqueles velhos cheios de princípios e fazendo-os acreditarem que ela estava destruindo a relação de uma família feliz, os pais dessa maldita pediatra a fariam se afastar dele.

Só que não, tudo deu errado, a minha intervenção parece ter acelerado as coisas e ela foi morar com o meu Pedro, então ficaram noivos e logo se casariam... Sim, se casariam, porque eu não vou permitir que outra mulher tome um lugar que é meu.

Pedro e eu temos uma história, fomos predestinados um ao outro e eu não aceito perdê-lo. Já basta o tempo que aquela miserável da Fernanda roubou de mim.

Ainda não me perdoo por ter deixando tudo ir tão longe, quando decidi agir já era tarde de mais e, apesar de ter me livrado dela, a infeliz deixou uma semente...A insuportável da Lorena.

Essa menina é uma pedra no meu caminho, tanto, que foi por culpa dela que o Pedro e a pediatra se conheceram.

Mas dela eu cuido depois, agora preciso me concentrar na noivinha e tenho que ser rápida e certeira, por isso, colo meu carro bem perto do dela e gesticulo para que ela abaixe o vidro.

Seria mais fácil e melhor apenas fazer o servicinho sujo,só que eu quero aterrorizá-la antes, preciso dizer umas verdades para ela, no entanto, não sou atendida, na verdade, ela quer bancar a corajosa e afunda o pé no acelerador, numa tentativa inútil de fugir de mim.

 Imagine, uma porcaria de um carro popular contra a potente SUV que estou dirigindo e, que costuma ser usada até mesmo por ladrões de banco em fuga.

Para provar que não estou para brincadeiras, aproximo ainda mais meu carro ao dela, aproveitando que estamos apenas nós duas na pista e, sentindo-me confiante, chego a encostar levemente nossas latarias.

O breve choque faz com que ambos veículos se desestabilizem, assisto de camarote o terror estampado no rosto empalidecido da maldita Mariana.

— Abaixe a droga do vidro! — grito, gesticulando outra vez.

Ela engole em seco e segundos depois vejo-a me obedecendo.

— O que quer de mim? — Mariana pergunta com a voz alta e trêmula. Ela está chorando e isso só prova que é uma fraca.

— Tentou roubar o que é meu por direto, do mesmo jeito que a sonsa da Fernanda fez e, assim como me livrei dela, vou também me livrar de você! — anuncio, antes de outra vez jogar meu carro contra o dela, dessa vez, com mais força.

Seu corpo balança mesmo preso ao cinto, seus cabelos cobrem seu rosto e eu aproveito para causar outro impacto.

Sinto raiva dela, tanta, que meu desejo é de esganá-la, mas não posso sujar minhas mãos, afinal, se consegui causar o acidente da Fernanda sem levantar nenhuma suspeita, é melhor fazer do mesmo jeito com a quase esposa.

Eu até poderia deixar que eles se casassem, para só então acabar com raça dela, mas vai que o Pedro fica traumatizado sendo viúvo duas vezes e decide nunca mais se casar... Não quero arriscar, porque eu faço questão de um casamento bonito e tradicional, com tudo o que se tem direito.

Um vestido lindo, desenhado especialmente para mim, uma igreja enfeitada por milhares de flores, uma festa maravilhosa e uma lua-de-mel inesquecível, exatamente como se vê nas revistas e do jeitinho que eu sempre planejei, desde que era uma menininha naquele orfanato, e, que só não realizei anda, porque o Pedro é burro e fica tentando, inutilmente, ser feliz com outras mulheres.

Mas isso não importa, não sou o tipo de pessoa que aceita perder e tenho pena dessas coitadas que cruzam meu caminho.

— Para com isso! — Mariana implora em meio a lágrimas, quando outra vez bato em seu carro. — Você vai acabar provocando um acidente — vocifera.

Eu apenas sorrio e volto os meus olhos ao volante. Chegamos ao trecho que eu esperava para dar o xeque-mate. Uma curva sinuosa ás margens de um barranco e agora, se o Laércio fez tudo como combinamos, a falta dos freios no carro da Mariana, servirá para fechar meu trabalho com chave de ouro.

Tenho que ser rápida, então, outra vez jogo meu carro contra o dela que pisa fundo, tentando escapar do impacto. Já eu, reduzo a velocidade e assisto ao momento em que as luzes de freio se acendem. Em vão.

Desgovernado, seu carro patina na pista, depois colide no guard rail e então capota por seis ou sete vezes, barranco abaixo.

Como em todo acidente, as pessoas surgem sei lá de onde, o fato é que, segundos depois, alguns carros param no acostamento e motoristas e passageiros  correm para ver o que houve. Se pudesse, eu faria o mesmo, adoraria estar presente para ver a Mariana saindo ensacada, mas não posso e não vou arriscar, eu tenho que desaparecer da cena do crime e tratar de forjar meu álibi.

— Perdeu, pediatra intrometida! — sussurro, enquanto vejo a aglomeração através do meu retrovisor.

****

Crueldade e frieza são atributos que sobram na Silvia...O pior é saber que pessoas assim não existem só na ficção.

Será que ela vai conseguir acabar com a vida da Mariana? 

E o Pedro, como vai reagir quando souber o que houve com a Mariana?

Só podemos dizer que o próximo capítulo está daquele jeito...

Obrigada a todos que estão acompanhando.

Beijos e até mais.

Com muito amor,

Biah Gomes e Nana C. Fabreti

Era para ser assimOnde histórias criam vida. Descubra agora