Capítulo 27- Pedro

228 39 5
                                    


Termino de fechar um pedido com um fornecedor de destilados e olho para o relógio em meu pulso, faz quase três horas desde que falei com a Mariana e nada de ela chegar.

Sentindo uma ponta de preocupação, pego meu telefone e ligo para ela, mas após inúmeras chamadas, a voz eletrônica anuncia a caixa postal. Insisto por mais três vezes e todas elas são em vão.

Levanto-me da cadeira em que estou sentado e sinto uma pontada em meu peito.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa? — Paulo entra no escritório trazendo umas notas nas mãos.

— A mariana...Ela não está atendendo as minhas ligações e, pelo que combinamos, já era para ela estar aqui.

Paulo franze a testa e coloca os papéis sobre a mesa.

— Ela deve ter aproveitado para resolver mais alguma coisa do casamento. — Sorri. — Sabe bem como são as mulheres.

Gostaria de poder relaxar com o que acabo de ouvir, mas acontece o contrário, preocupo-me ainda mais.

— Vou ligar para a Luíza, ela deve ter o contato da loja onde a Mariana foi — decido, já com o telefone em mãos.

— Pedro? A que devo a honra dessa ligação? — Luíza atende rapidamente. Seu tom tranquilo me traz esperança.

— Então...Eu estou te ligando, porque a Mariana combinou de me encontrar aqui no bar e ela está bem atrasada, estou tentando ligar para ela, mas ela não atende — explico, enquanto ando de um lado para o outro. — Sabe de alguma coisa? Ela falou com você nessas últimas horas?

— Não, Pedro. — Ela estala os lábios. — Hoje eu não falei com a Mari, na verdade, mandei uma mensagem para ela, mas não recebi resposta.

Meu estomago dói.

— Ela foi até a loja do vestido dela, parece que ligaram para tirarem uma medida... fazer algum ajuste... — Passo a mão por minha testa.

— Ajuste? — Ela parece estranhar. — Esquisito...Eu falei há pouco com a Rochele, a dona da boutique, e ficou certo para irmos buscar os vestidos amanhã.

A informação faz meu sangue gelar, sei que é precipitado pensar que algo possa ter acontecido, mas não consigo evitar.

— Pode ligar para essa mulher? Ou ainda, se quiser, me passe o número e eu mesmo telefono para ela.

— Pedro, eu ligo, mas talvez ela esteja preparando alguma surpresa para você, por isso inventou essa história do vestido. — Luíza parece querer me acalmar. — Tente não pirar, eu já te retorno.

Despeço-me rapidamente dela e começo a considerar sua suposição. Paulo está me observando em silêncio, de braços cruzados e no rosto uma expressão pesada.

— E então? Ela sabe de alguma coisa? —pergunta-me,  enquanto se aproxima.

Engulo sem seco.

— Não, mas ela vai ligar para a loja onde a Mariana disse que ia. — Fecho os olhos rapidamente. — Cara, eu tenho tanto medo de perder essa mulher, que chego a ficar paranoico.

Paulo levanta uma das sobrancelhas e lança-me um sorriso tímido.

— Acho que você precisa ficar tranquilo... — Aperta meu ombro. — Nossa mãe sempre dizia que notícia ruim chega depressa.

Antes de conseguir respondê-lo, vejo que Luíza está me ligando e não perco tempo, atendo-a em imediato.

— E aí? Alguma novidade? — indago, consumido por minha ansiedade.

Era para ser assimOnde histórias criam vida. Descubra agora