Pedro
Sei que fui precipitado, sei também que minha proposta a assustou, mas Mariana é realmente a mulher com quem quero dividir a minha vida, e essa certeza se faz mais concreta enquanto estou a observando dormir.
Ela me traz paz, me acalma mesmo quando quer me irritar, além disso, nossos corpos se encaixam perfeitamente, como se realmente fossemos feitos um para o outro, sem contar a química que existe entre nós...É como fogo e gasolina.
O dia está clareando, os primeiros raios de sol começam a iluminar a cortina do meu quarto, penso em me levantar e preparar algo para o nosso café da manhã, mas Mariana se mexe e começa a despertar.
— Bom dia. — Inclino-me para depositar um beijo em seus lábios.
Ela esfrega os olhos e sorri, então estica os braços para se espreguiçar, ao fazer isso, parte do seu colo fica exposto, lembrando-me que por debaixo dos lençóis ela está nua.
— Bom dia, Pedro. — Boceja com letargia. — Que horas são? — pergunta com uma ponta de preocupação.
— Ainda é bem cedo, seis e vinte — respondo, depois de olhar para o relógio em meu punho. — Não me diga que você tem que ir trabalhar...
Ela nega com a cabeça.
— Pelo amor de Deus...Eu dobrei ontem, hoje é meu merecido dia de folga. —Faz uma careta. — Estou preocupada com os meus pais, eu acho que minha mãe não engoliu a história de que eu resolvi dormir na casa da Luíza.
— E eu achando que você já era maior de idade —zombo.
— Bobo! — Ela empurra meu ombro.
— Eu estou brincando, na verdade admiro muito quem tem esse respeito com os pais, até porque, eu tenho uma filha, portanto...
— Tem razão, vai sentir na pele quando a Lorena começar a mentir sobre seus namoradinhos. — Ela me provoca.
Passo as mãos pelo rosto.
— Não gosto nem de pensar nisso e, ainda bem que vai demorar bastante para ela chegar nessa fase, até lá eu vou estar mais musculoso e vou assustar a molecada que se meter com a minha garotinha — discurso e arranco uma gargalhada jocosa de Mariana.
— Meu pai não é musculoso e nem alto, mas é diretor de colégio, então, vai se preparando. — Ela ainda ri.
— Isso significa que um dia vou conhecê-lo? — pergunto animado com a possibilidade. — Mariana puxa o lençol e o envolve em seu corpo, em seguida se levanta e para bem em minha frente.
— Se não me falha a memória, você me pediu em casamento ontem, ou será que aquele papinho foi só para passar a noite comigo?
Levanto-me e puxo-a de encontro com meu corpo.
— Nunca falei tão sério em toda a minha vida. — Seguro sua nuca e trago seu rosto para bem perto do meu.
— Então, Pedro Mota Assunção, vai se preparando para conhecer o meu pai, só não esquece de comprar um anel, porque para pedir a minha mão, vai ter que ser do jeito tradicional — sentencia toda marota.
Sinto meu coração pulsar com mais entusiasmo, nem mesmo eu imaginava que me sentiria dessa forma, tão emocionado.
— Mariana...Não brinca comigo... — repreendo-a, temendo estar criando falsas expectativas.
— Eu jamais brincaria com algo tão sério. — Ela mantém seus olhos nos meus. — Você pediu e eu disse que precisava pensar, mas ter dormido aqui, grudadinha em você, me fez perceber que eu vou adorar fazer isso pelo resto da minha vida, então, para que perder tempo?
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Era para ser assim
RomancePedro Motta Assunção é um homem que teve uma infância difícil, marcada por traumas e rejeições. Quando acredita ter encontrado a felicidade, uma tragédia marca sua vida e o coloca dentro de um grande desafio: criar sua filha recém-nascida, sozinho...