Uma noite chuvosa, um táxi amarelo e uma mala com somente o essencial e seu violão. Era tudo isso que Bright tinha ao embarcar rumo para o lugar mais longe possível de suas aflições em Nova York e, principalmente, da sua banda.
Detroit era como uma...
O domingo passou rápido e sem nada digno de se considerar. Ainda estava pensativo sobre o dia anterior quando acordei até que bem cedo, quase nem prestando atenção quando Win me deu bom dia ao me ver chegar na sala, com uma cara de quem tinha claramente dormido mal. A insônia às vezes era um problema bem irritante.
Conversar com Metawin era simplesmente a coisa mais complicada do mundo (depois de zerar Mario Kart, óbvio). De alguma forma, quando estou com ele, esqueço de colocar as palavras em ordem e formar frases que, no mínimo, não sejam tão idiotas. Pensei em dizer para Anthony, em uma das mensagens que trocamos durante a manhã, sobre como me sentia.
Mas como se diz para seu melhor amigo - e ex crush - que, quando Win me olha, é como se um trio elétrico estivesse sambando no meu coração e que cada neurônio está gritando para que eu faça algo? Era quase impossível de se dizer isso para ele sem ouvir pelo menos uma dúzia de piadas. Então, por ora, manteria esse problema guardado apenas para mim mesmo.
Durante o almoço, tentei me aproximar e iniciar uma conversa. Comentei sobre o livro que estava lendo, ele me perguntou sobre alguns dos personagens e foi obrigado a me ouvir reclamar por quase meia hora sobre como Will Traynor era um completo babaca e que, se eu estivesse no lugar da Lou, já teria tido um colapso nervoso. E acho que ficar escutando uma pessoa xingar um cara tetraplégico não é uma boa ideia para se tentar puxar papo.
A conversa não se aprofundou muito, e nenhum de nós dois fez questão de continuar a puxar assunto, ficando em silêncio e concentrados nos próprios celulares após o almoço. O dia havia amanhecido nublado e frio o suficiente para que as ruas ficassem quase desertas. Decidi deixar um pouco o quarto e ficar na sala - enrolado em um cobertor grosso - enquanto mexia em aplicativos aleatórios em meu celular. Tentando ignorar o silêncio e o tédio.
Anthony havia mandado uma mensagem. Várias mensagens, na verdade.
"Eleficaodiainteirodeitadonasuacama, sem fazer nada"
"Queporsinalagoraestá totalmentecheiadepulgas :)"
Logo abaixo vinha uma foto minha segurando o Yakissoba, um gato branco com olhos de cores diferentes, que Andrew havia trazido para casa um dia e, desde então, ele tinha se tornado parte da nossa família.
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