Saga Familia - Unificada

Fevereiro de 2017

04 de fevereiro de 2017

(Santana)

"Por que vocês não vão para a festa?"

Juro que desde que Rachel e Quinn se casaram, elas viraram duas velhas. Rachel só saia de casa para cumprir compromissos profissionais e Quinn, que vivia mais nos estúdios de Nova Rochelle do que aqui, se enclausurava também. Tudo bem que elas aproveitavam toda oportunidade que tinham para transar, até por causa do lance de serem recém-casadas, mas puxa vida, custava nada descansarem dessa fricção vaginal por algumas horas para viver a juventude. Um colega de Johnny ia promover um festão no Brooklin com entrada paga e tudo mais. Ia rolar DJ, um monte de bebidas (desde que você pagasse por elas), e tudo de bom e ruim que acontecia numa festa decente.

"Quinn e eu preferimos fazer um programa mais tranqüilo" - Rachel desconversou.

"Como o tédio de ir ao cinema e depois ao restaurante?" - retruquei -
"A gente come em restaurantes a semana inteira e vocês vivem indo ao cinema nas horas vagas. Vamos lá, meninas" - procurei apelar - "Vamos nos divertir só um pouco. Dançar um pouco. A gente só tem 22 anos e vocês parecem duas velhas."

"Talvez não" - Quinn respondeu com o ar superior - "Não estou com disposição de encarar lugares barulhentos."

"Ok, mas se eu tivesse chamado vocês para aquele karaokê perto da Washington Square, vocês topariam."

"É um bar agradável" - Quinn se defendeu. Ela gostava do bar só porque era reduto do pessoal da NYU e ela ainda tinha certo apego pelo lugar - "Melhor do que aquele pé sujo que você gosta de ir com Johnny."

"Alberta's tem alma, freqüentadores cativos e boa música. Além de servirem cerveja realmente gelada e uma isca de filé que é um espetáculo."

"Isso é verdade" - Rachel divagou.

Minha irmã esteve naquele bar comigo e Johnny em duas ocasiões. Experimentou bolinho de arroz e tomou uma caneca de cerveja com gosto. Foi no Alberta's que Quinn tomou um porre monumental no dia em que Rachel gravou uma cena digna de soft pornô para Slings and Arrows com Rom Tyler. Era um lugar ótimo por não ser da moda e nem ter um perfil de cliente definido, como nos pubs dos alunos da Columbia, ou o Karaokê do pessoal da NYU, ou o bar dos executivos, dos gays, dos hipsters, dos duros, dos playboys e etc. Alberta's era simplesmente um lugar para quem gostava de beber, conversar, ouvir alguma música, comer comida de bar e jogar uma sinuca sem compromisso, ou dardos.

"Não estou com clima de festa" - Quinn resmungou - "E muito me admira Johnny ir à festas badaladas com DJs e tudo mais."

"Não é mesmo o estilo dele, mas como é desse amigo do estúdio de tatuagens, ele achou por bem aparecer. Além do mais, a última festa em que estive nesses moldes foi no halloween da Columbia no ano retrasado."

"Aquela da mulher gato?" - Rachel começou a rir da minha cara, se lembrando da minha desastrosa transa de uma noite só com uma guria também estudante da Columbia que era uma dominatrix dos infernos na cama. A arranhada que ela deu nas minhas costas levou uma semana para sumir. Foi para nunca mais. Mas se me lembro bem, foi naquela festa em que Rachel e Quinn voltaram a namorar.

"Enfim..." - desconversei - "Será um festão, boa para dançar e beber um pouco. E estou louca para me divertir. Eu mereço isso."

"Então que você faça um bom proveito da festa e do seu namorado" - Quinn passou o braço pelo ombro da minha irmã e a trouxe para junto do corpo dela no sofá - "Porque eu e a minha mulher vamos ter um programa diferente hoje."

"Transar no depósito da garagem? Porque esse deve ser o único lugar que vocês não devem ter contaminado ainda nessa casa."

"Vou fingir que não ouvi isso, Santy" - Rachel trocou de canal na televisão.