Capítulo_49

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Emma*on*

Na segunda noite seguida ao nascimento de minha filha, ela não chorou, apenas ficou resmungando e depois se aconchegou ao meu peito. A mesma coisa aconteceu na terceira, quarta, quinta... ficou assim durante uma semana antes de começar a chorar uma noite.

Fiquei extremamente preocupada, mas Dener disse que o bebê não precisa necessariamente chorar todas as noites por causa da fome. Ele também disse que nossa menina já era muito inteligente para a idade.

Naquele dia, consegui ver claramente a cor negra, pintando seu pequeno cabelos ralo, e os olhos azuis brilhantes, exatamente iguais aos meus. Dener também avisara que era possível que isso mudasse com o tempo.

Em nenhum momento, deixei de ficar encantada pela pequena menina que pulava de meus braços para os de Levi e de Dener.

Minha filha... Essa palavra ainda era estranha, mas soava muito bem.

Passei meu dedo por sua bochechinha gorda. Sua mãozinha agarrou meu dedo indicador, mas logo soltou e puxou a minha camisa, com a boca tentando alcançar o bico de meu peito.

Escutei a risada grave de Levi ecoar por maus ouvidos. Apenas revirei os olhos em direção ao meu marido e ajeitei Ayla em meu colo, colocando-a em meu outro peito. Ela já sugara todo o leite do meu outro peito.

Abri dois botões da minha comida e encaixei o bico do meu peito na boca de Ayla. A garotinha soltou um ruido baixo de alegria antes de começar a me sugar.

Levi riu novamente.

Levi- Assim, ela vai acabar te sugando toda - ele reclamou.

Emma- É para isso que os meus seios servem, querido.

Levi- Consigo encontrar outro uso maravilhoso para eles, querida. - Ele sorriu maliciosamente. Eu mordi meu lábios. - Uma pena que temos que esperar mais três semanas.

Emma- Uma pena mesmo - lamentei. Senti a mão de Ayla bater levemente contra meu peito. - Estamos irritando dela - disse rindo. Levi, rindo, se sentou ao meu lado em nosso sofá. Dener havia saído novamente. Acho que ele encontrou alguém que vale a pena. E, pelo o que eu sei, é do meu esquadrão. Ah, estou louca para bacar a casamenteira.

Ayla tirou o bico do meu peito da boca e se afastou um pouco. Levi rapidamente a pegou do meu colo, colocando-a sobre seu ombro e dando batidinhas leves em suas costas. Eu me ajeitei, limpando o leite que pingava de mim. Nossa filha não demorou para arrotar, mas não antes de gofrar um pouco e melar todo o paninho que Levi colocara sobre seu ombro.

Se não fosse nossa filha, já estiaria morta por suja-lo.

Mas ele nem ligou, continuou sacudindo Ayla em seu colo até ela apagar e depois se sentou ao meu lado novamente. Ayla estava deitada sobre toda a extensão de seu tronco. A visão dele com nossa filha era a melhor coisa que eu poderia ver.

Levi- Ela era tão agitada dentro da barriga... - murmurou ele. - Jurava que seria mais agitada, que não nos deixaria dormir à noite, que nem ela fazia com você quando ficava chutando a noite inteira.

Ele a segurava com tanto carinho, como se ela pudesse escorregar por seus braços para sempre. Uma mão a segurava pelas costas e a outra estava apoiada na bunda.

Emma- Ainda não consigo acreditar que ela saiu de dentro de mim.

 Levi- Pois acredite. Foi você que cuidou da nossa menina durante todos aqueles meses. - Me estiquei ate ele e o beijei levemente.

Emma- Você está sendo um ótimo pai. - Ele sorriu e olhou para a nossa filha. - Sei exatamente o que se passa na sua cabeça, e não, nós não vamos morrer e deixa-lo sozinho. - Passei a mão por seu rosto. - Ayla, pelo menos. Que os deuses salvem quem tocar em nossa filha.

Levi- Você também. Sei que é capaz de se proteger sozinha, mas eu estou aqui para isso. Proteger você.

Emma- Eu sei.

Levi- Nossa filha não pode ter só mais quatro anos com a mãe.

Emma- Eu sei. Quero aproveitar cada momento, cada palavra. - Beijei a cabecinha de Ayla, inspirando o cheiro maravilhoso de bebê que ela tem. - Dener vai encontrar uma forma de me fazer viver mais tempo. E eu poderei a ver se tornar uma garota teimosa igual a mim e extremamente forte, igual ao pai. - Ele suspirou.

Levi- Eu invejo a sua confiança.

Emma- Algum de nós tem que ter.


Continua...

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